"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



domingo, 24 de junho de 2018

O princípio do fim do MDM!

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Momade Assife Abdul Satar
Ontem às 05:49 ·

Voltei a este assunto porque causa-me náuseas que a própria oposição não se aperceba que se está a expor ao ridículo, aos resolver os seus problemas à imprensa. Efectivamente, Venâncio Mondlane e António Frangoulis não agiram assertivamente ao falarem dos problemas internos do seu partido em público. Isto, por outro lado, revela também o tipo de ambiente que se vive no MDM.


O primeiro a quebrar o silêncio foi o malogrado Mahamudo Amurane. Seguir-se-ia Manuel de Araújo. Agora temos o Venâncio Mondlane e o Frangoulis. O que apoquenta alguns de nós que queríamos ver uma oposição crescida, que se assuma definitivamente como alternativa política, é o silêncio por parte da liderança do MDM.


O que pensa Daviz Simango de tudo isto? Afinal quais são os seus planos políticos? Estas, na lista de milhares, são apenas algumas perguntas que por ora posso fazer. O que é frustrante-embora não tenham usados canais próprios para se pronunciarem- é que o que reclamam alguns desses "descontentes" é legítimo. Estatutos. Parece que Daviz Simango gere o partido como se fosse uma sua loja. Interfere em tudo. Concentra excessivamente o poder em suas mãos. E o ridículo é que sabe vir a público criticar o partido no poder por questões similares. Antes devia varrer o seu quintal!


Qual é a dificuldade em se rever os estatutos? O que custa permitir que no MDM haja uma eleição democrática e livre dos órgãos deliberativos e dos seus titulares? Quer dizer, no MDM jamais se pode sonhar ascender a outro cargo! Daviz Simango na presidência e o seu irmão Lutero Simango a chefiar a bancada parlamentar. Os restantes que ocupam lugares cimeiros sãos que caiem na graça da liderança!?


Qual é o medo de Daviz Simango em fazer do MDM um partido efectivamente democrático? Política não é para lojista. Daviz Simango tem que compreender que o MDM cresceu de tal sorte que lhe escapa das mãos. Transborda. Jamais vai segurá-lo. E se ignorar todos os alertas, sairá pela porta traseira. O MDM, se considerarmos o contexto em que nasceu, devia transpirar democracia. Devia aglutinar a todos. Devia ser o espelho da democracia em Moçambique. Mas são só desinteligências.


Eu não estou a dizer que o culpado de tudo o que acontece no MDM seja o Daviz Simango. Contudo, espera-se dele, como líder, alguma reacção positiva. Por exemplo, por que não convoca uma reunião extraordinária para se debater a questão estatutária? Por que nos parece que tem medo de ouvir o que vai na alma dos membros do partido? Como é que um partido como este sonha governar o país? O MDM parece desalinhado com a realidade. Parece que tem medo de crescer. Contenta-se em governar o município da Beira e ter um punhado de deputados na Assembleia da República, para o Lutero Simango continuar a chefiar. Isto, definitivamente, não é fazer política. Não nos assustemos se mais membros deste partido desertarem.

Em tudo isto, quem ganha é a Frelimo e isso em nada ajuda no crescimento do país. Democracia também significa alternância no poder. Um país que só é governado por um único partido não pode aspirar a grandes coisas. É um feudo!


Nini Satar

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