"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sexta-feira, 20 de julho de 2018

Renamo endurece o tom e diz à Frelimo que a sua desmilitarização é assunto à parte


Escrito por Emildo Sambo  em 19 Julho 2018
Share/Save/Bookmark
A bancada parlamentar da Renamo vincou, na quarta-feira (18), durante o plenário, que o partido-Estado deve compreender que o dossiê sobre as questões militares e a lei eleitoral são assuntos diferentes, discutidos em separado e em fóruns igualmente distintos.
O deputado António Muchanga começou por considerar que a revisão pontual da Constituição criou, entre vários ganhos, uma oportunidade de redução de custos que acarreta a preparação de processos eleitorais, quer para os órgãos de gestão, quer para os concorrentes, pois o novo ordenamento jurídico impõe que os órgãos da assembleia autárquica e do conselho autárquico sejam eleitos num único sufrágio.
De seguida, Muchanga disse, alto e bom tom, que o seu partido lamenta, porém, que os “mal intencionados ou entendido [em alusão à Frelimo e ao seu presidente, que é também Chefe do Estado] tenham condicionado” a aprovação da lei eleitoral na sessão extraordinária que estava prevista para 21 e 22 de Junho passado, porque se “queria ouvir alguma coisa sobre a desmilitarização”.
Na sua alocução, o parlamentar corroborou a posição da sua chefe de bancada, manifestada após o adiamento do encontro a que nos referimos, segundo a qual os assuntos militares nunca tinham sido mencionados como condicionante para a aprovação da nova legislação eleitoral, pois “estão a ser debatidos em sede própria e com os termos de referência aprovados por consenso” pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, e pelo falecido líder Afonso Dhlakama.
Quem também não ficou indiferente ao assunto da actualidade, no que à busca da paz efectiva diz respeito, foi Saimone Macuiane, ex-chefe da delegação da Renamo, nas fracassadas negociações que culminaram com a assinatura, em Setembro de 2014, do Acordo sobre a Cessão das Hostilidades Militares, entre o então Chefe do Estado, Armando Guebuza, e Afonso Dhlakama.
“Não estamos a tratar, em simultâneo, assuntos militares e a lei eleitoral. Não se pode confundir assuntos distintos e em tempos distintos”, afirmou.
Refira-se que, a 25 de Junho, aquando da celebração do 43o. aniversário da independência nacional, o Presidente da República alertou à Renamo que “não há alternativa ao desarmamento, desmobilização e reinserção (...)”.
Ele salientou ainda que as eleições autárquicas, agendadas para 10 de Outubro deste ano, devem decorrer num ambiente de paz (...).

Sem comentários:

Enviar um comentário