"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 20 de abril de 2016

Centenas de crianças privadas do direito à educação em Murrupula devido a guerra

 
 
 
Destaques - Nacional
Escrito por Leonardo Gasolina  em 20 Abril 2016
Pelo menos 500 crianças matriculadas em diferentes escolas da Zona de Influência Pedagógica (ZIP) de Halaca, no distrito de Murrupula, província de Murrupula, encontram-se privadas do direito à educação, devido às ofensivas militares das Forças de Defesa e Segurança (FDS) que procuram desarmar, e mesmo eliminar, os homens armados do partido Renamo que estão baseados naquela região.
Jorge Ferrão, ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, disse, recentemente, que mais de 36 mil alunos, em 97 escolas, dei xaram de estudar devido a confrontos militares nas províncias de Tete, Manica, Sofala, Zambézia e Nampula.
De acordo com Júlio Mendes, director provincial da Educação e Desenvolvimento Humano em Nampula, os alunos em alusão eram assistidos por oito professores que, igualmente, já não se fazem aos seus postos de trabalho.
As crianças foram forçadas a abandonar a escola porque os seus pais e encarregados de educação procuraram refúgios em locais aparentemente seguros. Falando à Imprensa, Mendes disse que neste momento o sector que dirige está a envidar esforços com vista a enquadrar os alunos noutros estabelecimentos de ensino, para que estes não percam o ano lectivo.
“Estamos a trabalhar no sentido de garantir que os professores continuem a trabalhar, para além dos alunos que não podem perder o ano lectivo de 2016”, disse Mendes.
Embora não existam cobertura regular na imprensa no distrito de Murrupula acontece há vários meses uma das frentes mais activas do conflito político-militar. Um membro das Forças Especiais moçambicanas relatou ao @Verdade e SAVANA que a sua unidade foi destaca para a região em Janeiro deste ano para eliminar cidadãos identificados como sendo membros e/ou simpatizantes do partido Renamo.
"Nós fomos lá e identificamos uma base da Renamo. Fizemos uma defesa circular, em que todos paramos e concentramos o fogo, mas sem esperar que eles pudessem responder, já que era de madrugada. Quando responderam fogo cada um correu à sua maneira e ele ficou, tinha uma metralhadora PK de 475 munições (é uma metralhadora Kalashnikov russa vulgarmente conhecida por PK), tinha dois carregadores", relatou o agente das Forças especiais que revelou que a sua unidade chega às residências onde recebem indicação de estarem membro e/ou simpatizantes do maior partido de oposição e "batemos a porta e levamos a pessoa".
O confronto militar mais recente que há registo aconteceu na primeira semana de Abril e culminou com a substituição do então Comandante provincial da província de Nampula.

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