29/04/2016 13:30
A entidade expressa alarme com relatos recentes dando conta da perseguição e ameaça de defensores de direitos humanos por terem convocado protestos contra má gestão dos dinheiros públicos e corrupção.

A entidade expressa alarme com relatos recentes dando conta da perseguição e ameaça de defensores de direitos humanos por terem convocado os protestos.
Para o escritório, é motivo de séria preocupação o anúncio do comandante da policia, no dia 25 de abril, de que qualquer protesto seria reprimido.
O apelo ao governo é que assegure que seja cumprida a sua obrigação de garantir que todos os cidadãos exercitem seus direitos à liberdade de expressão, associação e reunião pacífica.
O escritório exorta ainda aos agentes da lei a demonstrar "máxima moderação" ao manter a ordem pública, com vista a cumprir sempre as obrigações internacionais de direitos humanos e as normas internacionais de policiamento.
A entidade de Direitos Humanos aborda ainda os confrontos no país, ao indicar que a falta de prestação de contas por abusos e violações do passado é uma possível componente-chave do agravamento da situação em Moçambique.
A entidade cita informações preocupantes de ações que envolvem as forças de segurança nacional e os membros do partido Renamo, o antigo grupo rebelde que se tornou a principal força política da oposição.
Os relatos mencionam violações dos direitos humanos que incluem casos de desaparecimentos forçados e de execuções sumárias.
Ações militares
O escritório cita o aumento das tensões nos últimos meses, depois de a Renamo rejeitar os resultados das eleições legislativas de 2014 e ter anunciado que queria tomar o poder em seis das 11 províncias do país.
As ações militares do exército contra a Renamo afetam principalmente a província central de Tete, tendo alastrado para Sofala, Zambézia, Nampula e Manica.
O Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados estima que cerca de 10 mil pessoas teriam deixaram o país desde dezembro.
O escritório sublinha que as forças governamentais de segurança são acusadas de execuções sumárias, saques, destruição de propriedade, violação, maus-tratos e outros abusos de direitos humanos.
Citando fontes confiáveis, o escritório menciona pelo menos 14 membros da Renamo mortos ou sequestrados por indivíduos não identificados ou grupos desde o início do ano. Uma das vítimas de uma tentativa de assassinato foi o secretário-geral do partido opositor, Manuel Bissopo.
Abusos
A nota indica acusações de ataques contra polícia e militares atribuídos à Renamo. Os membros também teriam cometido abusos de direitos humanos a quem suspeitam ser do partido Frelimo, do poder, ou que cooperem com forças de segurança.
O grupo também é acusado de realizar ataques armados em algumas estradas, onde houve várias vítimas incluindo civis.
A nota menciona o assassinato do procurador Marcelino Vilankulo e a falta de progressos na investigação da morte do constitucionalista Giles Cistac, depois deste ter publicado uma opinião sobre a questão eleitoral.
Os moçambicanos que vivem na metrópole parece que enfim estão a sentir na pele quão clarividente têm sido os 40 anos de governação do partido Frelimo. Diante da indignação generalizada o Presidente Filipe Nyusi, que ainda não falou sobre os empréstimos ilegalmente avalizados pelo Estado ao seu povo, mandou para a rua não só a polícia assim como as forças especiais e até o exército. “Penso que a resposta da sociedade deve ser uma resposta serena mas simultaneamente contundente, bem estruturada e organizada. Devemos evitar situações de algum distúrbio e de algumas manifestações porque podem se virar contra a própria sociedade (...) é necessário que hajam pessoas ou organizações que deêm a cara por essas manifestações”, apelou o economista e activista João Mosca que questiona como é o Estado vai pagar as suas dívidas, pois esperar os dividendos do gás natural pode resultar em expectativas goradas, tal como aconteceu com o carvão.
“(...) Neste momento ninguém sabe quais as consequências exactas da dívida”, afirmou o economista João Mosca, ainda antes de se saber que o Banco Mundial havia suspenso a sua ajuda financeira à Moçambique e da decisão similar tomada pelo Reino Unido, nesta quinta-feira(28), mas esclareceu a plateia composta por centenas de cidadãos, na sua maioria membros de Organizações da Sociedade Civil, que essas consequência serão “certamente dolorosas para a grande maioria da população, pouco dignificantes para a governação e mais para a credibilidade e para imagem do país. Haverá certamente
“É o momento oportuno para as forças políticas, de oposição e não oposição, sociedade civil e sector privado ganharem voz e o poder de negociação e o poder reivindicativo que num Estado, de algum modo autoritário como tem sido o nosso, não tem permitido. Há umas contestação forte de poder neste momento que de uma forma construtiva e de uma forma positiva deve ser aproveitada no sentido do enriquecimento e do crescimento da democracia”, sugeriu o activista que não hesita em afirmar que “O regime está podre. O regime está corrupto de cima à baixo. Isto significa em muitos sítios o início do fim de regimes políticos, em Moçambique o Governo só não cai porque estamos em Moçambique, em qualquer outra parte já se tinha demitido se houvesse dignidade da classe política”.
Uma das minhas grandes preocupações por muitos anos, foi como as pessoas podem evitar e destruir ditaduras. Isso foi alimentado, em parte devido à crença que os seres humanos não devem ser dominados e destruídos por tais regimes. Essa crença foi reforçada por leituras sobre a importância da liberdade humana, sobre a natureza das ditaduras (desde Aristóteles até analistas do totalitarismo), e as histórias de ditaduras (especialmente os sistemas nazista e estalinista).