O Trump quis mostrar que tem apoio político, mas… o tiro saiu-lhe pela culatra [Elementos de Autocrítica]
Por ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Eu não acredito, que tenha sido uma tentativa de Golpe de Estado a incursão do capitólio o coração da democracia nos Estados Unidos [EU]. Começo por explicar; para você ter um Golpe de Estado, precisa de ter alguém ou um conjunto de pessoas dispostas a ir até ao fim; assumir o poder e assumir as consequências. O Golpe de Estado, tem uma [técnica] característica indiferentemente do fim que se propõe; implica uma preparação cuidadosa, que reduz ao mínimo as reacções contrárias imprevisíveis.
A acção é tão rápida e preparada em segredo para evitar a resistência da autoridade legal. Dirige-se a pontos nevrálgicos de vida nacional: edifícios governamentais, emissoras de radio/televisão, centrais telefónicas, centro de energia etc. E.… isso, não aconteceu. Não aconteceu, porque, depois da incursão ao capitólio, o Tramp de forma ambígua e patética pediu as pessoas [apoiante], que voltassem para suas casas.
Então, se não é isso, o que fica é especulação. Porquê ele fez isso! Eu entendo, porque, ele já vinha fazendo há muito tempo. É que, um candidato a um cargo dessa importância/nível, entra na disputa muito bem informado com pesquisas feitas, antes e durante a corrida eleitoral. O Trump sabia, inclusive os detalhes da derrota que ele sofreria, seguramente o detalhe mais importante era o voto postal [correio].
Lá nos EU, eles podem votar pelo correio, eles sempre puderam, só que, em 20[20] a escala da coisa cresceu muito com a pandemia em alta e… muitíssimas pessoas preferiram escolher esse método de votação e… as pesquisas mostravam, que Joe Biden, o adversário de Trump, era o preferido entre os leitores, que votariam pelo correio.
O Trump, sempre soube disso ou no mínimo ele sempre agiu como se soubesse disso, porque, tentou boicotar o voto postal de todas as formas e… não conseguiu.
Primeiro, ele usou o como Presidente para tentar cortar as verbas do correio, que era precisamente para sabotar o voto postal. Segundo, o Tramp começou a pedir, que os eleitores seus votassem duas [2] vezes. Uma pelo correio e outra na urna, que era para ter certeza, que algum dos dois [2] votos seriam contados.
Basicamente, o Trump estava convocando seus apoiantes para cometer fraude eleitoral: «se vocês receberem cédulas não solicitadas, enviem pelos correios e tenha certeza de que foram contadas. Se elas não forem contadas, aí vocês votam na urna. Se eles só forem contar esses votos lá na frente, verão que vocês já votaram na urna e aí o voto postal não vale nada!!!» [Donald Trump].
O Trump, viu e sabia que era impossível reverter o resultado. No entanto, em contraposição a isso tudo, o Tramp conseguiu uma representatividade incrível junto a sectores extremistas lá nos EU. Repare! O Tramp perdeu eleição, mas… continua tendo uma base de apoio muito forte e impressionante.
Quer dizer, o Tramp e sua associação de criminosos querem é, sair da Presidência, do poder lá nos EU dizendo, que tem o apoio do público para continuar na política; continuar mobilizando a sua turma, mas… o tiro saiu-lhes pela culatra. Porque de certa forma, o que aconteceu nesta Quarta-feira é que aumentou a [dissidência] dentro do Partido Republicano, e isso já vinha acontecendo antes. O Governo da Geórgia, que é republicano afastou-se do Trump, aquele áudio constrangedor e criminoso pressionando o voto a seu favor; agora mais ainda, a Senadora republicana da Geórgia acabou não votando no Senado.
Então, o Trump perde no [topo] da política da representação dos líderes, e tenta fortalecer na base instigando o ódio, a vingança e vai espalhando a mentira por toda parte onde passeia lá nos EU. Essa, é que é a estratégia do Tramp e sua associação de criminosos e… esse tiro saiu-lhes pela culatra, porque aqui é aquilo, que nos lembra a frase do Príncipe Maquiavel: que… não basta ser honesto; precisa parecer honesto.
E… a democracia americana precisa ter uma aparência e… a aparência da democracia americana já acabou. Então, o que vimos em directo nesta Quarta-feira lá nos EU é, como é frágil a democracia americana; é como lá nos EU um grupo de pessoas confusas e desordeiras, podem-se julgar no direito de ter que romper o processo eleitoral quando não lhe agrada; é como lá nos EU um grupo de pessoas racistas, fascistas e nazistas na mais antiga democracia do mundo, podem-se convencer, que tem o direito de com violência negar uma eleição.
De facto, foi um momento ridículo e embaraçoso para uma Nação, que [adora] fiscalizar eleição dos outros. A questão, que fica é… que consequência isso pode ter no futuro próximo lá nos EU. É possível ter outras incursões, é possível numa outra eleição um Presidente lá nos EU, contestar e fazer a mesma coisa que o esquizofrénico Donald Trump e… não acontecer nada.
Manuel Bernardo Gondola
Em Nampula, aos [10] de Janeiro de 20[21
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