"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

 

Governo dá ultimato e quer todos funcionários até 2 de Fevereiro

Terrorismo e êxodo populacional em Palma

O Governo do distrito de Palma, a norte da província de Cabo Delgado, está a exigir o regresso forçado dos funcionários e agentes de Estado em exercício naquela circunscrição geográfica.  São funcionários que, por razões relacionadas com a deterioração de condições de segurança e o consequente ambiente de medo instalado, preferiram “jogar pelo seguro” saindo do distrito e colocando-se em outras regiões relativamente mais seguras, a exemplo da capital provincial, a cidade de Pemba.

O prazo de apresentação estabelecido é 2 de Fevereiro, ou seja, já na próxima terça-feira. O ultimato do Governo distrital está expresso num documento com o número de referência 11, da Secretaria Distrital de Palma, com assinatura da dirigente do órgão, Rosa Flora Pilale.

Aliás, segundo a nota, serão tomadas medidas adequadas e conforme para quem não se apresentar Terrorismo e êxodo populacional em Palma Governo dá ultimato e quer todos funcionários até 2 de Fevereiro ao serviço até a data limite estabelecida, que é 2 de Fevereiro. Alguns funcionários e agentes do Estado na vila de Palma confirmaram, ao mediaFAX, a autenticidade do documento. Mais, confirmam que, nos últimos tempos, é visível o facto de as instituições estarem a ressentir-se da ausência dos seus funcionários.

Tal como temos estado a relatar nas últimas edições, apesar de um intenso e abnegado trabalho operativo das Forças de Defesa e Segurança em várias aldeias de Palma, o medo continua a viver no rosto e na mente de muitos cidadãos de Palma. Por exemplo, por ordem das Forças de Defesa e Segurança, o recolher obrigatório a partir das 18 horas é uma realidade.

“A partir das 18 horas, você não passa, por exemplo ali na praça para o lado da praia ou hospital. Tanto ali como a via do mercado anda tudo silêncio. Só passam as forças [FDS]” disse um residente de Palma sede.

Em Dezembro, recorde-se, grupos insurgentes deixaram deliberadamente, numa das aldeias, um manuscrito ameaçando a atacar a vila de Palma a 5 de Janeiro corrente, mas, como se sabe, nenhum ataque se verificou.

A exigência de regresso de funcionários e agentes de Estado em Palma acontece meses depois de, em Muidumbe, um ataque terrorista ter matado funcionários públicos que acabavam de regressar ao distrito por ordem do Governo local.

Ainda em Palma, além de razões relacionadas com questões de segurança, os residentes continuam a reclamar e a lamentar a imparável subida de preços de produtos de primeira necessidade. Esta realidade é agravada com o facto de a via terrestre continuar a apresentar- -se bastante insegura, tendo em conta as emboscadas que têm estado a acontecer na zona de Pundanhar.

( Artigo co-produzido com a Zitamar News, no âmbito do projecto Cabo Ligado, em parceria com a ACLED)

MEDIA FAX – 25.01.2021

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