"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Ataques Terroristas em Cabo Delgado (2017-2020): as causas do fenómeno pela boca da população de Mocímboa da Praia por Geraldo Luís Macalane Jafar Silvestre Jafar

Relatorio Final CD (revisto)Resumo
Mocímboa da Praia constitui um dos distritos de Cabo Delgado, rico em recursos naturais e banhado por uma costa, fazendo com que maior parte da população pratique a pesca e o comércio. Desde 2017, até aos dias actuais, Mocímboa da Praia tem sido o alvo principal dos ataques terroristas, perpetrados por grupos armados, localmente designados por “Al Shabaab”. As consequências deste fenómeno são incomensuráveis, partindo desde a destruição de infraestruturas públicas e privadas, bem como de casas, saque a estabelecimentos comerciais, mortes e abandono de aldeias inteiras. O presente trabalho de pesquisa, intitulado “Ataques terroristas em Cabo Celgado (2017-2020): as causas do fenómeno pela boca da população de Mocímboa da Praia”, teve como objectivo principal compreender as causas, a evolução do fenómeno e os mecanismos de resiliência, a partir das narrativas da população de Mocímboa da Praia. O trabalho foi de natureza qualitativa, tendo-se recorrido para colecta de dados a entrevista semiestruturada, a análise documental e a observação, actividades que tiveram lugar 4 distritos, nomeadamente: Pemba, Montepuez, Balama e Namuno, onde foi aplicado o snow ball, como técnica de amostragem. Esta técnica permitiu a participação, no processo de trabalho de campo, de 206 pessoas, das quais 94 mulheres, tendo sido realizadas no total 83 entrevistas, subdivididas em 58 individuais e 25 grupais. Os dados da pesquisa permitiram constatar que Mocímboa da Praia tornou-se no epicentro dos ataques terroristas, devido à sua localização geoestratégica, a ocorrência de conflitos étnicos (principalmente entre Makondes e Mwanis), a difusão do extre

Ataques Terroristas em Cabo Delgado (2017-2020): as causas do fenómeno pela boca da população de Mocímboa da Praia por Geraldo Luís Macalane Jafar Silvestre Jafar

Relatorio Final CD (revisto)Resumo
Mocímboa da Praia constitui um dos distritos de Cabo Delgado, rico em recursos naturais e banhado por uma costa, fazendo com que maior parte da população pratique a pesca e o comércio. Desde 2017, até aos dias actuais, Mocímboa da Praia tem sido o alvo principal dos ataques terroristas, perpetrados por grupos armados, localmente designados por “Al Shabaab”. As consequências deste fenómeno são incomensuráveis, partindo desde a destruição de infraestruturas públicas e privadas, bem como de casas, saque a estabelecimentos comerciais, mortes e abandono de aldeias inteiras. O presente trabalho de pesquisa, intitulado “Ataques terroristas em Cabo Celgado (2017-2020): as causas do fenómeno pela boca da população de Mocímboa da Praia”, teve como objectivo principal compreender as causas, a evolução do fenómeno e os mecanismos de resiliência, a partir das narrativas da população de Mocímboa da Praia. O trabalho foi de natureza qualitativa, tendo-se recorrido para colecta de dados a entrevista semiestruturada, a análise documental e a observação, actividades que tiveram lugar 4 distritos, nomeadamente: Pemba, Montepuez, Balama e Namuno, onde foi aplicado o snow ball, como técnica de amostragem. Esta técnica permitiu a participação, no processo de trabalho de campo, de 206 pessoas, das quais 94 mulheres, tendo sido realizadas no total 83 entrevistas, subdivididas em 58 individuais e 25 grupais. Os dados da pesquisa permitiram constatar que Mocímboa da Praia tornou-se no epicentro dos ataques terroristas, devido à sua localização geoestratégica, a ocorrência de conflitos étnicos (principalmente entre Makondes e Mwanis), a difusão do extremismo islâmico e a aderência de um número significativo de jovens locais ao grupo terrorista. A maior parte destes jovens foi convencida a se juntar ao grupo sob promessas de melhor emprego, pagamento de valores monetários e bolsas de estudo nas escolas corânicas estrangeiras. Constatou-se ainda que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique têm feito esforços em manter a ordem e tranquilidade. Neste processo, em alguns casos, a relação com a população não tem sido pacífica, devido ao excesso de zelo que caracteriza as Forças de Defesa e Segurança. Para sua sobrevivência, as populações realizam algumas acções de resiliência, como a fuga para as matas, deslocações para locais considerados seguros e prática de algumas actividades económicas, tais como a pesca, a agricultura e o comércio.

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mismo islâmico e a aderência de um número significativo de jovens locais ao grupo terrorista. A maior parte destes jovens foi convencida a se juntar ao grupo sob promessas de melhor emprego, pagamento de valores monetários e bolsas de estudo nas escolas corânicas estrangeiras. Constatou-se ainda que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique têm feito esforços em manter a ordem e tranquilidade. Neste processo, em alguns casos, a relação com a população não tem sido pacífica, devido ao excesso de zelo que caracteriza as Forças de Defesa e Segurança. Para sua sobrevivência, as populações realizam algumas acções de resiliência, como a fuga para as matas, deslocações para locais considerados seguros e prática de algumas actividades económicas, tais como a pesca, a agricultura e o comércio.

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