Estradas inseguras deixam Palma isolada e com fome
Há uma semana que camiões com produtos alimentares fazem filas em Nangade
O acesso, via terrestre, ao distrito nortenho de Palma continua difícil. Bastante difícil. Muitos camiões carregados de várias mercadorias continuam parados e a fazer filas na estação de viaturas em Nangade-sede.
Outras viaturas, particularmente camiões carregados de produtos alimentares, regressaram até a vila de Mueda. Esta é uma realidade que se assiste desde sexta-feira da semana passada, e que está já a deixar o distrito que acolhe os milionários projectos de gás natural numa situação de carestia sem igual do custo de vida.
É que, com o pequeno comércio a apresentar prateleiras vazias, os preços continuam a disparar a níveis considerados insuportáveis. Segundo se sabe, a intransitabilidade da restante e única via terrestre que garante a ligação do distrito com o resto da província, a estrada que passa por Pundanhar, é resultado da insegurança crescente por conta de ataques e emboscadas terroristas.
Aliás, o mediaFAX reportou, semana passada, a ocorrência de vários ataques naquela via, assassinato de transportadores, saque de mercadorias e destruição de camiões. O ataque de terça-feira, dia 18, foi o segundo a acontecer próximo a Pundanhar, em menos de uma semana, o que faz com que os camionistas estejam com muito receio de passar por aquela via, sem escolta das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
No concreto, o segundo ataque em menos de uma semana na estrada Nangade – Palma, aconteceu na zona de Mandimba, ainda do lado de Nangade.
Fontes do mediaFAX contactadas na vila de Palma também confirmaram a não entrada de viaturas, particularmente de camiões transportando produtos alimentares, o que está a criar condições para que os poucos comerciantes que ainda têm alguns produtos alimentares, agravem os preços de venda.
Segundo relatam, a mandioca seca, que antes custava 25-30 meticais, actualmente ronda nos 70 meticais cada quilograma. O mesmo acontece com farinha de milho de 25 quilogramas. Depois de tanto subir e parar algum tempo na casa de 1500 meticais, nos últimos dias os moradores devem desembolsar 1800 Meticais pela mesma quantidade. Já o saco de arroz de 25 quilogramas, que tinha parado nos 2.250 meticais, está agora a 2.500, uma realidade que está a deixar a população em situação de pobreza e fome nunca antes vistas.
MEDIA FAX – 28.01.2021
NOTA: Será que o serviço de cabotagem não funciona? Que ou quem impede o abastecimento via marítima? E porque as FDS não escoltam aquelas viaturas?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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