01/07/2020
Um novo grupo de 251 ex-guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) vai entregar as armas a partir de quinta-feira em Muxungue, centro do país, no âmbito do acordo de paz assinado em 2019, disse hoje à Lusa fonte da organização do processo.
O processo de desmilitarização, desarmamento e reintegração (DDR) que envolve cerca de 5.000 membros do braço armado do maior partido da oposição arrancou no dia 04 de junho.
Desde então já foram abrangidos 38 ex-guerrilheiros em Savane e outros 303 em Dondo, ambas localidades na província de Sofala, centro do país - tal como Muxungue, onde se seguirá a próxima fase.
Entretanto foi feito também o primeiro encerramento de uma base da Renamo, nas proximidades de Dondo.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, espera que o processo de DDR, suportado por parceiros internacionais e em que são dados apoios à reintegração na sociedade, esteja concluído dentro de um ano.
O porta-voz da Renamo, José Manteigas, disse à Lusa que a desmobilização está a ser feita por fases, devido às medidas de prevenção contra a pandemia da covid-19.
Numa nota sobre o assunto, o Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), uma ONG moçambicana, observa que a Junta Militar da Renamo, um grupo dissidente, continua a protagonizar "ataques cobardes" na região centro do país, desde agosto do ano passado.
"O mais recente ataque aconteceu no domingo, quando guerrilheiros da Junta Militar atiraram contra um autocarro de passageiros na Estrada Nacional Número 1, na zona de Inchope, em Manica, tendo atingido mortalmente um menor e causado ferimentos graves e ligeiros a quatro adultos", nota o CDD.
O sucesso da pacificação, prossegue a organização, está condicionado à resolução da dissidência que surgiu na Renamo.
O grupo de Mariano Nhongo é acusado de protagonizar ataques visando forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estrada da região, tendo causado, pelo menos, 24 mortos.
LUSA – 01.07.2020
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