quarta-feira, 19 de setembro de 2018
"COMUNICADO DE IMPRENSA DO SAMORA MACHEL JÚNIOR SOBRE A SUA CANDIDATURA À PRESIDENTE DO MUNICÍPIO DA CIDADE DE MAPUTO PELA AJUDEM NAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS DE 2018 __________________________________________
"O Conselho Constitucional produziu um Acórdão sobre a nossa reclamação, relativa à decisão de a Comissão Nacional Eleitoral de excluir a AJUDEM de concorrer às eleições para a Autarquia de Maputo.
As circunstâncias que nos levaram a recorrer ao Conselho Constitucional, resultaram do nosso profundo desacordo com as artimanhas usadas e que levaram a CNE a tomar a decisão de nos excluir de concorrermos às eleições autárquicas de Outubro próximo.
Nós iremos acatar e respeitar essa decisão, porque consideramos que o Estado de Direito e os seus órgãos de regulação são soberanos.
Mas sabemos, também, que esta decisão do Conselho Constitucional e da CNE, priva muitos milhares de municipes de expressarem, de forma livre e espontânea, a sua opinião, o seu direito de fazer parte de um processo em que pudessem contribuir para a melhoria das suas vidas.
Fechar o fosso entre o poder e povo foi o mote da nossa candidatura que tinha por objectivo aproximar cidadãos e levá-los a participar em mudanças reais que pudessem melhorar o seu bem estar.
A Democracia é o exercício do Poder, para benefício de Todos e não deve ser aplicada de forma seletiva.
As eleições são um acto de liberdade crucial para a subsistência da Democracia. O processo eleitoral é um momento em que se permite expressar os pontos de vista convergentes e ou divergentes; aplaudir os sucessos e expressar o descontentamento, não só com os problemas, mas, e principalmente, com atitude ou falta dela.
É nas eleições onde perfilam as possíveis soluções e onde são sufragadas as melhores propostas.
Ninguém é dono exclusivo da sabedoria, nem a Democracia pode ser propriedade unipessoal. O seu dono é o Povo, e a sabedoria colectiva de uma Nação, a sua verdadeira riqueza!.
A Tolerância é uma regra basilar da Democracia, e a Diversidade, a sua força!
A democracia não se faz com dois olhos, dois ouvidos e uma só voz.
Foi essa a dinâmica da preparação da nossa candidatura – ouvir os munícipes, discutir e perceber os seus problemas do dia-a-dia, ver o estado das infra-estruturas, avaliar a qualidade dos serviços públicos, debater problemas reais e, encontrar soluções realizáveis. Preparei-me para dentro do meu Partido, concorrer às eleições internas.
Durante o contacto com as bases aprendi que por vezes este prática pode ser amarga, porque nem sempre se ouve o que se quer ouvir.
Por exemplo, o povo denuncia métodos de trabalho que às vezes são baseados na arrogância, insolência e incompetência de pessoas que não representam a verdadeira essência do meu Partido. Mas só dessa forma aberta se pode servir o Povo. Com Humildade e Responsabilidade, dando, sempre, a cara e procurando melhorar.
Nesse exercício de auscultação, sobressaiu, claramente, um dos pilares que tinha como fundamental para a minha governação: Restaurar a decência, a honestidade, a humildade, o respeito e a transparência na solução dos problemas das comunidades. Estes valores são a fundação de qualquer obra que se queira fazer. Sem eles, qualquer edifício cai, por mais competência e por mais recursos que se ponha na obra.
No fim desse processo de auscultação e atendendo aos apelos que recebi, a minha candidatura às internas do Partido, tornou-se inevitável.
Ao candidatar-me internamente, foi-me vedada a possibilidade de ir a sufrágio interno, de uma forma que fere os princípios estatutários do próprio Partido. E o silencio sobre os critérios da exclusão foi crescendo com o passar do tempo.
Assim, não me restou alternativa senão responder ao apelo da sociedade civil através da AJUDEM.
Não foi uma decisão fácil, mas não sou pessoa de voltar atrás nos meus compromissos e nos meus princípios. Como tal, decidi honrar o comprometimento que já havia selado com as diferentes comunidades desta cidade.
Posteriormente, já como cabeça de lista da AJUDEM, fomos confrontados por um outro exercício, no mínimo, atípico, que nos vedou de levar adiante o projecto de contribuir para transformar Maputo numa cidade sustentável e próspera, em todos os aspectos da sua vida. Desta vez, o palco de atuação passou para os Órgãos de Poder e Regulação do Estado.
Acredito que muita gente quer perceber, do meu lado, o que levou a este desfecho. A verdade é que a resposta não está comigo.
Aos munícipes de Maputo e a outros compatriotas de quem recebi imenso carinho e apoio, expresso o meu apreço e a minha gratidão pelo encorajamento. Da mesma forma que partilharam comigo as vossas angustias, vi em vós aquela que é a verdadeira riqueza desta nação - o povo. E, como eu o farei, apelo a todos que cumpram o seu dever de cidadãos de, no próximo dia 10 de Outubro, exercerem o vosso direito de votar. Participem no processo eleitoral e façam ouvir as vossas vozes. Tenho a certeza que hoje, as vossas vozes estão mais audíveis.
A Luta por um futuro digno é um caminho árduo e longo. Não se conquista da noite para o dia. Nem começou hoje. Infelizmente, ainda não ganhámos essa guerra. Os obstáculos e adversários nessa guerra têm vindo a evoluir e a mudar. Aquilo que conhecíamos e vencemos ontem, hoje é algo diferente. E, amanhã, continuará a evoluir. Como tudo na vida, a capacidade de adaptação é importante para que consigamos sobreviver em ambientes dinâmicos. A evolução é um resultado natural e que tem de ser aspirado e aceite. A mudança é um processo que sempre terá muita resistência, mas é crucial para a nossa subsistência.
Nós, como um Povo, uma Sociedade, onde se incluem todos os organismos desse tecido, temos de nos adaptar e evoluir para enfrentarmos os novos desafios e os novos obstáculos que se atravessam no nosso caminho em direção ao Futuro digno que cada Moçambicano merece.
Por isso, com toda a humildade e respeito pelos princípios democráticos, irei continuar o meu trabalho político, continuando a lutar ao lado do Povo.
Os meus ideais não mudaram nem vão mudar a cada sobressalto nesta minha longa caminhada de contribuir para o bem-estar do Povo. Hoje, mais do que nunca, estou motivado para continuar a prestar a minha disponibilidade para contribuir para esse futuro digno a que todos os meus Concidadãos têm direito. Estar ao lado do Povo, é estar do lado certo da História."
"O Conselho Constitucional produziu um Acórdão sobre a nossa reclamação, relativa à decisão de a Comissão Nacional Eleitoral de excluir a AJUDEM de concorrer às eleições para a Autarquia de Maputo.
As circunstâncias que nos levaram a recorrer ao Conselho Constitucional, resultaram do nosso profundo desacordo com as artimanhas usadas e que levaram a CNE a tomar a decisão de nos excluir de concorrermos às eleições autárquicas de Outubro próximo.
Nós iremos acatar e respeitar essa decisão, porque consideramos que o Estado de Direito e os seus órgãos de regulação são soberanos.
Mas sabemos, também, que esta decisão do Conselho Constitucional e da CNE, priva muitos milhares de municipes de expressarem, de forma livre e espontânea, a sua opinião, o seu direito de fazer parte de um processo em que pudessem contribuir para a melhoria das suas vidas.
Fechar o fosso entre o poder e povo foi o mote da nossa candidatura que tinha por objectivo aproximar cidadãos e levá-los a participar em mudanças reais que pudessem melhorar o seu bem estar.
A Democracia é o exercício do Poder, para benefício de Todos e não deve ser aplicada de forma seletiva.
As eleições são um acto de liberdade crucial para a subsistência da Democracia. O processo eleitoral é um momento em que se permite expressar os pontos de vista convergentes e ou divergentes; aplaudir os sucessos e expressar o descontentamento, não só com os problemas, mas, e principalmente, com atitude ou falta dela.
É nas eleições onde perfilam as possíveis soluções e onde são sufragadas as melhores propostas.
Ninguém é dono exclusivo da sabedoria, nem a Democracia pode ser propriedade unipessoal. O seu dono é o Povo, e a sabedoria colectiva de uma Nação, a sua verdadeira riqueza!.
A Tolerância é uma regra basilar da Democracia, e a Diversidade, a sua força!
A democracia não se faz com dois olhos, dois ouvidos e uma só voz.
Foi essa a dinâmica da preparação da nossa candidatura – ouvir os munícipes, discutir e perceber os seus problemas do dia-a-dia, ver o estado das infra-estruturas, avaliar a qualidade dos serviços públicos, debater problemas reais e, encontrar soluções realizáveis. Preparei-me para dentro do meu Partido, concorrer às eleições internas.
Durante o contacto com as bases aprendi que por vezes este prática pode ser amarga, porque nem sempre se ouve o que se quer ouvir.
Por exemplo, o povo denuncia métodos de trabalho que às vezes são baseados na arrogância, insolência e incompetência de pessoas que não representam a verdadeira essência do meu Partido. Mas só dessa forma aberta se pode servir o Povo. Com Humildade e Responsabilidade, dando, sempre, a cara e procurando melhorar.
Nesse exercício de auscultação, sobressaiu, claramente, um dos pilares que tinha como fundamental para a minha governação: Restaurar a decência, a honestidade, a humildade, o respeito e a transparência na solução dos problemas das comunidades. Estes valores são a fundação de qualquer obra que se queira fazer. Sem eles, qualquer edifício cai, por mais competência e por mais recursos que se ponha na obra.
No fim desse processo de auscultação e atendendo aos apelos que recebi, a minha candidatura às internas do Partido, tornou-se inevitável.
Ao candidatar-me internamente, foi-me vedada a possibilidade de ir a sufrágio interno, de uma forma que fere os princípios estatutários do próprio Partido. E o silencio sobre os critérios da exclusão foi crescendo com o passar do tempo.
Assim, não me restou alternativa senão responder ao apelo da sociedade civil através da AJUDEM.
Não foi uma decisão fácil, mas não sou pessoa de voltar atrás nos meus compromissos e nos meus princípios. Como tal, decidi honrar o comprometimento que já havia selado com as diferentes comunidades desta cidade.
Posteriormente, já como cabeça de lista da AJUDEM, fomos confrontados por um outro exercício, no mínimo, atípico, que nos vedou de levar adiante o projecto de contribuir para transformar Maputo numa cidade sustentável e próspera, em todos os aspectos da sua vida. Desta vez, o palco de atuação passou para os Órgãos de Poder e Regulação do Estado.
Acredito que muita gente quer perceber, do meu lado, o que levou a este desfecho. A verdade é que a resposta não está comigo.
Aos munícipes de Maputo e a outros compatriotas de quem recebi imenso carinho e apoio, expresso o meu apreço e a minha gratidão pelo encorajamento. Da mesma forma que partilharam comigo as vossas angustias, vi em vós aquela que é a verdadeira riqueza desta nação - o povo. E, como eu o farei, apelo a todos que cumpram o seu dever de cidadãos de, no próximo dia 10 de Outubro, exercerem o vosso direito de votar. Participem no processo eleitoral e façam ouvir as vossas vozes. Tenho a certeza que hoje, as vossas vozes estão mais audíveis.
A Luta por um futuro digno é um caminho árduo e longo. Não se conquista da noite para o dia. Nem começou hoje. Infelizmente, ainda não ganhámos essa guerra. Os obstáculos e adversários nessa guerra têm vindo a evoluir e a mudar. Aquilo que conhecíamos e vencemos ontem, hoje é algo diferente. E, amanhã, continuará a evoluir. Como tudo na vida, a capacidade de adaptação é importante para que consigamos sobreviver em ambientes dinâmicos. A evolução é um resultado natural e que tem de ser aspirado e aceite. A mudança é um processo que sempre terá muita resistência, mas é crucial para a nossa subsistência.
Nós, como um Povo, uma Sociedade, onde se incluem todos os organismos desse tecido, temos de nos adaptar e evoluir para enfrentarmos os novos desafios e os novos obstáculos que se atravessam no nosso caminho em direção ao Futuro digno que cada Moçambicano merece.
Por isso, com toda a humildade e respeito pelos princípios democráticos, irei continuar o meu trabalho político, continuando a lutar ao lado do Povo.
Os meus ideais não mudaram nem vão mudar a cada sobressalto nesta minha longa caminhada de contribuir para o bem-estar do Povo. Hoje, mais do que nunca, estou motivado para continuar a prestar a minha disponibilidade para contribuir para esse futuro digno a que todos os meus Concidadãos têm direito. Estar ao lado do Povo, é estar do lado certo da História."
"Do fundo do meu coração – Kanimambo munícipes de Maputo."
Por: Samora Machel Júnior
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