20/09/2018
Roque Silva, secretário-geral da Frelimo está sempre a meter água. Ontem disse que Nyusi se compara a Deus ou a Allah. Hoje anda a dizer que temos que perdoar a gente da Renamo.
Ao fazer esse apelo, Silva pretende transmitir a ideia de que a gente da Renamo é criminosa, por isso, temos que perdoa-los. Isso é tolice e completamente falso. Os soldados governamentais também cometeram crimes e bastante graves, tais como matanças e atiravam os corpos das suas vítimas para vala comum, que, em tempo oportuno, visitámos, fotografamos e denunciámos. Porquê não faz o mesmo apelo de perdão para os soldados da Frelimo, dos esquadrões da morte que semeavam a morte e luto em centenas de famílias moçambicanas?
Silva é mau político porque ele pensa que os soldados da Frelimo faziam uma guerra santa, distribuía arroz e beijinhos enquanto os outros eram soldados do diabo que só semeavam terror e morte.
Se o secretário-geral da Frelimo não tiver conhecimento suficiente da realidade, que pergunte aos moçambicanos refugiados no Malawi, nesta última guerra da Frelimo, de quê e de quem haviam fugido que eles responderão sem pestanejar. Depois de ouvi-los, se for honesto, Silva vai, certamente, mudar de discurso e interromperam o seu discurso de desinformação.
Nós fomos ao Malawi e penetramos no campo de refugiados, na altura estavam 12 mil refugiados, e ouvimos estórias horrorosas protagonizadas pelas forças governamentais contra populações indefesas, por isso, falamos com conhecimento de causa. Curiosamente, não ouvimos relato algum de tortura, perseguição e roubo feitas pelas forças da Renamo. Com isso, não pretendemos que a guerrilha da Renamo tenha sido pura. Não há nenhuma guerra santa. Todas as guerras alimentam-se de sangue, muitas vezes, das populações indefesas e inocentes.
Os relatos que conhecemos sobre os raptos, torturas e assassinatos não foram obras da Renamo. Os que mataram junto aos cafés e pastelarias não foi a Renamo. Os que raptar e atiram contra académicos, comentaristas, analistas não foram soldados da Renamo e Roque Silva conhece quem foram. Os que raptaram, espancam e jogam para as ravinas ao longo da Estrada Circular de Maputo não são soldados da Renamo.
Em 2014, nessa altura, Roque Silva era o primeiro- secretário provincial de Gaza, a caravana do candidato presidencial do MDM, Daviz Simango, foi cercada na Manhiça e teve que abandonar o local às corridas. Chegada à Macia, teve que travar uma verdadeira batalha campal porque os apaniguados de Roque Silva não queriam deixar passar. Ao longo da caminhada para Chókwe, teve que enfrentar vários grupos que a Frelimo havia organizado. Mesmo no Chókwe Daviz Simango teve um grande problema para falar com as pessoas. A guerra contra o MDM aconteceu na Vila de Xinavane onde um camião conduzido por um militante da Frelimo tentou atropelar o candidato do MDM. Em Chibuto, a caravana do MDM teve que abandonar a vila a mil pés.
Não satisfeito com a proeza de fechar a província de Gaza, Roque Silva mandou impedir que a caravana atravessasse a ponte de Xai-Xai e permaneceu retida por cerca de três horas.
Daviz Simango e a sua caravana foram pernoitar na Praia de Xai-Xai e Roque Silva despacha para as cercanias onde Daviz Simango havia hospedado um grupo de seus colegas para toda a noite cantar e tocar batuque. Foi mesmo horrível atravessar a província de Gaza!
É necessário ressaltar aqui as sedes das delegações distritais do MDM já foram, por pelo menos duas vezes, vandalizadas e queimadas a fogo posto. A sede da delegação provincial, plantada no centro do coração da cidade de Xai Xai encontra-se transformada em cinzas, no momento em que redigimos este presente apontamento.
De que fala Roque Silva?! O falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama viu seus ajudantes de campo a serem mutilados os pés pela multidão enfurecida, agitada, claro, para se opôr à Renamo, em Gaza, criando, assim, o mito de que a província de Gaza é um bastião inexpugnável da Frelimo.
Roque Silva que vá brincar com outra gente de memória curta! Já não vai a tempo de enganar a ninguém de olhos abertos! Ele não tem moral para falar de tolerância nem de paz por ser um indivíduo anti-paz e antidemocrático.
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