"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sexta-feira, 24 de junho de 2016

Cartas ao Presidente da República (11)

 

EUREKA  Laurindos Macuácua
Amanhã, Presidente, é dia 25 de Junho, dia da nossa independência. Estou aqui a perguntar aos meus botões se efectivamente somos independentes. Os botões franzem a testa. Mostram-me uma careta horrível. Devem não acreditar que somos independentes. E o senhor: acredita? Se sim, talvez me possa, desde já, esclarecer: somos independentes de quê, ou de quem?
É bem provável que existam dois países: Moçambique do povo e Moçambique da súcia dos camaradas. O país da Frelimo é que é independente e subjuga o nosso, nós o povo.
É bem provável que no país dos camaradas haja, amanhã, uma pândega em comemoração da independência. E no nosso, continuaremos com as incertezas de sempre. A olharmos impávidos e serenos para um grupelho que vende a nossa pátria e mete o dinheiro no bolso.
Até o chá, tomamos um dia sim, outro não. O açúcar subiu escandalosamente. O sal idem. E dizem que a culpa é dos barcos que custaram o sonho desta e outras gerações vindouras. Será que esses barcos custam tanto mesmo? Se sim, o que fazem ali ancorados? Onde é que está o atum? Veja as barcaças dos pescadores artesanais, são de fabrico caseiro, sem motor, mas trazem peixe cada vez que se fazem à faina. E esses que custaram tanto dinheiro???
Não acha, Presidente, que se devia deixar que uma auditoria forense viesse olhar para as nossas contas? É que o senhor me parece mais cúmplice desses senhores dos barcos do que empregado do povo.
Quer dizer, a nossa culpa é de não ter estado no santuário de Nachimgweya?
O que se ensinava lá: retalhar a pátria e vendê-la aos bocados deixando o povo soçobrar na miséria?
Foi bom não termos ido à essa escola!!!
DN – 24.06.2016

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