"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sexta-feira, 18 de julho de 2014

Emboscadas da Renamo no centro do país cessaram há duas semanas

18 de Julho de 2014, 10:04

Os ataques da Renamo a colunas de viaturas, no troço Muxúnguè-Save, Sofala, centro do país, cessaram nos últimos 15 dias, mas o movimento de pessoas e bens mantém-se sob forte escolta do exército, disseram à Lusa militares e habitantes.

"O último ataque foi registado a 02 de Julho e desde então as colunas nunca foram mais emboscadas", disse à Lusa por telefone um militar.
Desde há mais de um ano, exército e homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição, confrontam-se no troço de cem quilómetros Save-Muxúnguè, junto à N1, a única estrada que liga o sul e centro do país, na pior crise político-militar desde a assinatura do Acordo Geral de Paz, em Roma há 21 anos.
"A coluna continua a fazer-se apenas na ida e volta de Muxúnguè para Save, e continua também o congestionamento de viaturas que perdem a única escolta para a travessia do troço", disse à Lusa, Abdul Sulemane, um habitante da região.
"Esta semana fizemos a segunda viagem de Maputo para Chimoio [província de manica, centro], e na semana passada, em todas as que fizemos não tivemos nenhuma emboscada", afirmou Fredson Rodrigues, um transportador que tem esperança de ter chegado "o fim do desespero".
Em Junho os ataques fizeram dezenas de mortos e feridos, incluindo civis, quando as ofensivas foram intensificadas no troço, depois de a Renamo suspender o cessar-fogo unilateral, em retaliação contra o avanço das tropas do Governo na serra da Gorongosa, onde se supõe que esteja refugiado o líder do movimento, Afonso Dhlakama.
Num comício inédito, por videoconferência a 24 de Junho, Dhlakama, assegurou na Beira, à margem do Conselho Nacional do partido que o oficializou como candidato à presidência de Moçambique, nas eleições gerais de 15 de Outubro, não ter interesse em continuar com ataques a Muxúnguè, sua terra natal.
O discurso conciliatório foi reforçado, na semana passada, quando prometeu não retaliar contra a detenção do seu porta-voz, António Muchanga, à saída do Conselho de Estado em Maputo por alegada instigação à violência.
A 07 de Julho, em vésperas da visita do Presidente da República a Sofala, houve uma agitação na sequência da movimentação de homens armados da Renamo de Muxúnguè para Buzi, o primeiro distrito visitado por Armando Guebuza, mas sem relatos de confrontos.
As partes têm prevista para esta sexta-feira nova ronda de conversações no Centro de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo, e que há mais de um ano têm tentado um acordo.
Lusa

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