"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 23 de julho de 2014


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Agência Ambiental Pede a Moçambqiue: Suspensão Imediata de Exportações de Madeira
 
(2014-07-23) A Agencia de Investigação Ambiental (EIA) considera que "a insaciável demanda chinesa de madeira está a gerar uma crise de extracção e contrabando ilegal de madeira em Moçambique, a qual é totalmente insustentável e ameaça esgotar os recursos florestais do pais".

Lançando hoje, 24 de Julho, o novo relatório Crise de Primeira Classe, a Agencia de Investigação Ambiental (EIA) revela que 93% da extracção de madeira em Moçambique em 2013 foi ilegal.

As investigações e pesquisas conduzidas pela EIA entre 2013-14 consideram que "o factor-chave do crime florestal em Moçambique é a demanda de madeira da China".

O relatório divulga que 76 por cento das exportações globais de Moçambique em 2013 foram extraídas em excesso do registo de extracção de madeira, sendo então ilegais, a maioria das quais foram a China (uma media de 96 por cento entre 2007 a 2013).

"Este nível espantoso de extracção e contrabando de madeira ilegal para o mercado chinês resultou em volumes de extracção muito além dos níveis sustentáveis, apesar das afirmações ao contrário por funcionários moçambicanos", disse o activista florestal da EIA Jago Wadley.

"Se o enfoque excessivo em apenas um punhado de espécies de madeira comercial continua, os stocks comerciais serão quase esgotados durante os próximos 15 anos. "

"Esta verdadeira epidemia de crimes e má gestão ambiental privou o segundo país menos desenvolvido do mundo de 146 milhões de dólares americanos em impostos perdidos desde 2007 – sem grandes reformas, as florestas de Moçambique e a economia florestal estão enfrentando um futuro muito sombrio."

Em consequência, a EIA esta recomendando que todas as exportações de madeira de Moçambique sejam suspensas imediatamente, até que o país possa garantir que a extracção, consumo e comércio de madeira seja feito de forma sustentável e de acordo com os recursos florestais restantes.

Moçambique tornou-se o maior fornecedor Africano de madeira para a China em termos de valor económico em 2013 - e 46 por cento dos 516.296 metros cúbicos das importações chinesas de madeira de Moçambique (235.500 m3) também foram contrabandeados para fora do país. Este volume é equivalente a 11,750 contentores, os quais se estenderiam a uma distancia de 72 km.

O padrão e a escala do crime por empresas Chinesas é, infelizmente, consistente com as descobertas do primeiro relatório do EIA, Conexões de Primeira Classe, publicado em Fevereiro de 2013, com as mesmas empresas e outras continuando a contrabandear madeira de Moçambique a China.

Wadley acrescentou: "as comunidades rurais pobres estão sentindo o peso da crise de extração ilegal de madeira de Moçambique, uma crise que não vai acabar sem uma ação imediata e coordenada por todas as partes envolvidas."

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