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Escrito por Adérito Caldeira em 01 Julho 2016 |
![]() “Nós entramos na lista negra por causa da LAM, o Instituto é um desculpa” esclarece Alves Gomes, piloto, ex-presidente do Aero Clube de Moçambique e vice-presidente da CTA para área da transportes, explicando que o banimento aconteceu na sequência de uma parceria que as LAM iniciaram com a Air Seychelles, em 2010. “A LAM mete-se numa operação para voar para a Europa, porque não tinha meios, com a Air Seychelles, uma subsidiária da Air France. A Air Seychelles veio para cá fazer levantamentos, porque obedece a todos os regulamentos da JAA (acrónimo em inglês da Aliança de Autoridades de Aviação Civil da Europa), uma espécie de ICAO da Europa, e começam a ver os problemas que não eram só na LAM mas também nos aeroportos. Quando eles começam a fazer essas exigências os senhores da LAM, na altura dirigida por José Viegas, quebraram o contrato. A Air Seychelles fez queixa à Air France que apresentou à JAA todos os problemas que a sua subsidiária tinha identificado e entramos na lista negra”. O nosso entrevistado clarifica que as irregularidades detectadas na altura não se circunscreviam à companhia de bandeira nacional mas incluíam os Aeroportos, outra empresa do Estado, assim como o Regulador da aviação civil no País. Durante vários anos, “desde a morte do Presidente Samora”, as instituições da Aviação Civil moçambicana receberam recomendações da Organização Internacional de Aviação Civil(acrónimo em inglês ICAO) que eram ignoradas e “se nós não respondemos é porque as aceitamos e a recomendação passa a ser obrigatória, passa a ser compliace como eles dizem, deve ser cumprida”. “Em 2008 começa a haver um certo aperto por parte da ICAO a nível internacional por causa dos acidentes. A ICAO passou a vir a Moçambique porque os operadores (privados) começaram a refilar, entre eles o Aeroclube e eu Alves Gomes”, acrescenta o nosso entrevistado que não é optimista quanto ao levantamento da proibição por parte da Comissão Europeia. Na óptica do vice-presidente da CTA para área da transportes “continuamos na lista negra, e nunca mais vamos sair da lista negra” porque o Instituto da Aviação Civil tem muitos trabalhadores mas que “não são qualificados” para a tarefa que têm.
Angola resolveu problema na TAAG, não na aviação civil, e já voa para Europa
Por outro lado persistem problemas de fundo nas LAM, “agora tem um Conselho de Administração sem niguém que perceba de aviação, a nossa aviação civil está entregue à bicharada”.![]() Enquanto isso o Instituto de Aviação Civil de Moçambique está a investir na formação dos seus quadros e a trabalhar para resolver os mais de 1200 compliances de seguranca que existiam em 2011, quando a proibição iniciou. “É este o trabalho de fundo, que é um trabalho muito complexo, não é um trabalho de um dia para aqui e que se possa resolver, mas requer muito trabalho. Neste momento posso dizer que o esforço é muito grande, estamos capacitados em termos de recursos humanos e infra-estruturas e todos os técnicos desta instituição estão empenhados na elevação deste percentual para acima de 60%”, declarou João de Abreu em entrevista recente ao @Verdade, onde também deixou claro que não tem previsão para que o nosso País saia da lista negra da Europa. Por seu turno Alves Gomes insiste que o problema é nas Linhas Aéreas de Moçambique e chama a atenção para a solução encontrada por Angola, que também tinha as suas companhias aéreas banidas de voar para a União Europeia. Os angolanos contactaram a gigante da aviação civil Emirates que lhes recomendou a contratação de um determinado gestor competente para “organizar a TAAG e só depois a companhia dos Emirados entrou”. Com esse gestor competente à frente da TAAG, “não da aviação civil, já está” resolvido o problema e a companhia angolana voltou a voar para Europa. |
"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
sexta-feira, 1 de julho de 2016
“Nós entramos na lista negra por causa da LAM, o Instituto (de Aviação Civil) é uma desculpa” Alves Gomes
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