"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



domingo, 8 de abril de 2018

No exercício da Justiça não podemos colocar algemas as palavras




Eu prometi para mim mesmo que não queria mais escrever nada que tivesse a ver com a politica e os políticos, nada a ver com o estado de direito com justiça inoperante. Prometi que não iria falar da condenação de Lula da Silva no Brasil, do julgamento de Jacob Zuma na Africa do Sul.

Prometi que não iria comentar do Ian Khama, Presidente do Botswana que deixa a presidência depois de dois mandatos, sem corrupção, sem menção desonrosa em crimes de fraudes, desvio ou roubo de dinheiro publico, nem negócios familiares.

E também prometi que não comentaria da jovem Kogolo Kenewendo, a mais nova ministra da Industria, comercio e Investimentos do Botswana. Com apenas 30 anos de idade, sem relação conhecida de ser amante de algum ministro, Presidente da Republica, sem ser filha de algum general ou algum Libertador (antigo combatente), ela ascendeu ao poder por mérito e merecimento.

Por outro lado, fiz a mesma promessa de não tocar do pacato povo moçambicano, nos passivos Jovens Moçambicanos que comentam futebol europeu, comentam pessoas como Cristiano Ronaldo, que marcou um golo, bicicleta a 2.30m ou algo parecido, mas não conseguem se levantar contra a tirania que ganha mais espaço e angaria mais membros a cada dia.

Como mencionei, eu prometi não escrever, não comentar, ficar de boca fechada, mas tem uma voz na minha cabeça, que por vezes me tortura perante alguns factos. Meu país, Moçambique, tem de tudo para ser um país rico, rios, terras, recursos minerais e homens ricos, entretanto, o povo passa cada tipo de necessidade, e para piorar é bombardeado com a digital media, fruto do sistema que desinforma e confunde.

Ontem circularam nas redes sociais, imagens da jovem cantora Yolanda Boa, profanando (se assim pode se dizer) o mais sagrado pano de Moçambique, a bandeira da Republica, que sendo dia da Capulana que se comemorava ontem, ela usou da maneira mais ousada possível, tirando proveito das cores que fazem algum tipo de contraste com o seu corpo. Talvez o erro está na maneira como ela usou, porque já vi a bandeira em pedaços em corpo de alguns camaradas, sobre a cabeça, sobre o corpo e por ai em diante.

O que me chama algum tipo de atenção é a celeridade do caso, que ainda ontem, sábado e feriado, correram alguns documentos que algum ministro deu despacho, comunicados de imprensa que condenam a atitude da jovem Yolanda Boa, e disponibilizando o artigo que ela pisou e a pena que ela merece por violar a constituição da Republica.

Não tenho nada a favor da Yolanda Boa, ela pisou na bola então tem que rolar. E também não tenho nada  contra o facto de este assunto ter sido tratado de certa forma muito rápida, mas fico indignado por querermos dar solução, responsabilização e exemplo aos mais pequenos erros que um cidadão que pode cometer.

Se a constituição da Republica de Moçambique, preconiza e passo a citar “Aquele que publicamente, por palavras, gestos, divulgação de escrito ou por qualquer meio ultrajar os símbolos nacionais será punido com a pena de prisão até seis meses” o que este mesmo documento, diz a respeito de um presidente da Republica, Ministros e outros dirigentes do Governo que roubem, que se aproveitem das poder que tem para enriquecer? O que a constituição da Republica de Moçambique preconiza sobre dirigentes e outros infratores que contraiam dividas em nome do estado, mas que não beneficia o tal estado, sobre os políticos corruptos?

Não precisam me responder. Enquanto em outros países os políticos corruptos dançam, são condenados a prisão, são forçados a deixar o poder posteriormente enfrentam o julgamento, em Moçambique, o ministro corrupto passa para o Parlamento, para defender leis que lhe torne intocável. O presidente corrupto goza de boa saúde, muito rico, tem ações em quase todas multinacionais e o poder jurídico está abaixo dele em termos hierárquicos. O jovem que devia ser a força da Mudança é usado para fazer campanhas no sentido contrário ao desenvolvimento do país, com promessa de um futuro melhor que vem sido prometido desde as primeiras eleições nos anos 90.

Em um governo sério, o presidente da Republica teria deixado o poder a favor de quem possa mostrar trabalho concreto. Os Ministros que são nomeados mas sabem que não tem capacidades deviam negar assumir a pasta, ou comprovada a incompetência deviam igualmente deixar o poder.

Caros moçambicanos, volvidos 4 décadas de promessas, com os nossos libertadores nos apresentando mesmos discursos, promessas que não passam de palavras, o pais sendo vendido a estranhos, com projetos que beneficiam uma minoria, obras com qualidade de terceira mas com custo de qualidade Premium, está na hora de tomarmos o poder, tomarmos as terras como nossas por direito.

Sei que alguns jovens vão me chamar de agitador, vão me chamar de maluco, vão me chamar da oposição, na verdade não me importo. Quando se trata de corrupção, sou da oposição, quando se trata de roubos, pobreza, projetos mal parados, enriquecimento ilícito, sou da oposição. Quando se trata de acordos com multinacionais, acordos que não aliviam a pobreza do povo, não elevam o PIB do país sou da oposição. Quando se trata de contração de dividas a privados e convertidas em publicas, sou da oposição.

E você, que se diz jovem, lúcido, formado, onde você se posiciona? Vai  permitir mais 5 anos com os mesmos tiranos fazendo as mesmas promessas?

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