"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quinta-feira, 27 de outubro de 2016

SELO: Da escravatura para um Moçambique deserto e faminto: análise a atitudes dos combatentes e os precursores da democracia - Por Rabim Chiria


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Não é meu potencial discutir pessoas. Aliás, nunca gostei disso, mas sim debater ideias política, não como carreira profissional. Mas, por vezes, as circunstâncias impõem que eu fale. E nessa altura sinto-me obrigado a discutir indivíduos. Como diz o ditado, as “atitudes levianas são contagiosas”. Nesta infecção sou a vítima, visto que as pessoas que pretendo discutir nas suas actividades políticas debatem mais questões meritocráticas, do que ideias sábias que podem trazer uma tranquilidade na vida dos moçambicanos.
Primeiro começo com os famosos libertários, julgo heróis, ou seja, combatentes de libertação nacional (os que constituem a rede da Frelimo) que dizem ter libertado a pátria. Até que pode ser verdade, mas isso não quer dizer que são merecedores destes atributos, porque nem todas pessoas que têm direito legal e moral de possuir algo são merecedoras do mesmo. Assim como dizia um americano (Rawls), “que não se pode alegar merecimento numa coisa, na qual, não teve uma influência direita, porque estaríamos a desconsiderar a afluência do acaso no sucesso dos indivíduos”. E como senão bastasse, a influência do caso invalida o mérito”.
O que eu posso dizer é que os nossos libertários têm o direito legal e moral de serem chamados por heróis ou combatentes, mas não são merecedores destes nomes, porque nenhum deles teve uma influência direita, ao nascer antes da independência para lutar e libertar o país. Não há mérito em ser um combatente de libertação nacional. No entanto, os que libertaram o país, podem ser chamados de heróis ou mesmo antigos combatentes, mas isto não significo que são merecedores destes nomes, apenas têm o direito legal e moral de tê-los. Porém, aqueles que nasceram a pois à independência devem respeito e reconhecimento do direito legal e moral destes atributos.
Os nossos heróis e combatentes se tivessem capacidade e valentia da escolha, do tipo: “nós queremos nascer antes da independência para nos engajar na luta de libertação nacional”, eu diria que sim, tiveram influência direita na luta e, merecem ser heróis ou combatentes e, logo são donos do país. Mas a lógica natural da vida nos monstra que, aqueles que nasceram antes da independência, não escolheram nascer nesse período, tudo aconteceu por acaso. Por isso, não há mérito nenhum em ser um combatente de libertação nacional. Sendo assim, não há razão de oprimir a quem quer que seja em nome da memória histórica, pois eu acredito que quase todos moçambicanos teriam e têm as mesmas potencialidades de lutar e conquistar a independência. O facto de ser libertador da pátria, não pode justificar uma arrogância, não pode justificar uma opressão, não pode justificar uma atitude de exclusão, não pode justificar a falta de escuta e consideração nos ideais dos outros e não pode justificar a falta de humildade intelectual e política na convivência com diferentes grupos políticos e sociais.
Para fazer referência a bíblia, os cananeus que foram libertados da escravatura egípcia, queixaram ao seu líder (Moisés) quando não conseguiram achar água no ermo. Por que nos tirou do Egipto, para este lugar horrível, onde nada cresce? Não há comida, não há água para beber.
Com certeza o povo tinha razão, porque no Egipto, embora escravizados comia e bebiam. Mas diferentemente do nosso movimento libertário, (Moisés) tinha possibilidade de fazer algo contrário, pela ajuda divina, conseguiu converter a situação, ao passo que os nosso libertários, ainda se monstra impotentes em nutrir o seu povo.
Segundo esta alegoria bíblica, eu diria sem pessimismo que Moçambique estaria melhor nas mão dos colonos, do que nos escombros de sujeitos, que formam um governo sem potencialidade de produzir e gerir o seu próprio orçamento do estado.
O que significa ser independente? Talvez para o Governo de Moçambique ser independente é ter uma dependência total e completa duma ajuda externa, ou mesmo contrair dívidas ilegais em nome povo. Talvez é, ainda, instalar uma desordem social com seus efeitos colaterais, como conflitos perenes, desemprego, falência económica, fome e violação dos direitos humanos.
Outra dor de cabeça que os moçambicanos têm, é o grande partido da oposição (Renamo), segundo o líder deste partido, a Renamo através das armas obrigou a “Frelimo” para aceitar a implementação do multipartidarismo, por isso são pais da democracia em Moçambique. Eu não rejeito que a Renamo seja precursora ou pai da suposta democracia Moçambicana, mas o que me espanta é ver a Renamo a recorrer a guerra e, liquidar o povo em nome da democracia.
E pergunto, será que pode existir uma democracia sem povo? A lenda contada pela Renamo não cabe na minha consciência, a não ser que me digam, que o conceito da democracia em Moçambique simboliza a satisfação líquida das necessidades de alguns partidos, aí, eu posso dizer que acção da Renamo é justificável. Mas se a democracia é a forma de governo em que a soberania é exercida pelo povo, então a Renamo não é o pai da democracia, visto que não permite que o povo exerça a sua vontade na decisão dos seus planos fundamentais.
E no meio da Frelimo e da Renamo encontramos o Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Esses últimos dizem que são hebreus, não têm armas, não sabem manejar armas, só usam cajados e fazem milagres. Mas tudo isso, não passa duma propaganda política que fere os princípios políticos, para além de empobrecer o diálogo político. O mais engraçado é que a Frelimo, a Renamo e o MDM, assim como alguns partidos nunca apresentaram um projecto alternativo, além de debater assuntos meritocráticos.
Não podemos nos livrar da pobreza enquanto ainda carecemos da independência económica. No entanto, para quem teve acesso a leitura do Projecto Novo Moçambique, já pode constatar quanto este projecto é importante, sobre tudo, ao garantir a independência económica das famílias moçambicanas, e, não só, irá garantir a maior base de impostos para os cofres do estado, o que vai alavancar a economia financeira do estado Moçambicano, omitindo a dependência económica e o endividamento.
Numa sociedade como nossa, a melhor saída é apostar num projecto que visa emancipar a nossa economia, ou seja, um projecto capaz de libertar a nossa economia da dependência externa. E o projecto novo Moçambique é justamente um projecto económico e emancipador, não se trata de um projecto político e muito menos partidário, mas sim, um projecto económico e científico, que envolve toda família moçambicana e, a sua concretização não depende do orçamento do estado, mas sim conta com um consórcio tri-partidário, nomeadamente os recursos naturais de Moçambique, os recursos financeiros dos países árabes e os recursos tecnológicos do mundo ocidental.
Este consórcio tem como pretensão, atrair investimentos financeiros e tecnológicos do mundo árabe e ocidental, com vista a exploração dos recursos naturais que Moçambique dispõe para o benefício direito dos moçambicanos, por intermédio das suas famílias.
Não resta dúvidas de que o desenvolvimento se reflecte no seio da família, por isso, há necessidades de potencializá-la com meios eficazes para fazer uma verdadeira descentralização sustentável. O objectivo central é de transformar cada agregado familiar numa entidade empresarial, garantido, neste âmbito, uma relação directa entre o estado e os cidadãos, na planificação, na exploração e na partilha equilibrada de riquezas.
Por Rabim Chiria
@VERDADE - 27.10.2016

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