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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Negociações de paz em Moçambique retomadas após pausa de duas semanas


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ComissaomistaAs negociações de paz em Moçambique entre o Governo e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, foram hoje retomadas em Maputo, após um interregno de duas semanas.
"Este foi apenas um primeiro encontro com uma das partes [a delegação da Renamo] e amanhã [quarta-feira] teremos o encontro com a outra parte [o Governo moçambicano]", disse à imprensa momentos após a reunião Mario Raffaelli, coordenador da equipa de mediação internacional, escusando-se a dar detalhes sobre o encontro de hoje, que durou menos de uma hora.
Após suspensão das negociações a 30 de setembro, proposta pelos mediadores internacionais para permitir às partes consultas e elaboração de propostas visando a superação do impasse que se verifica em torno da cessação dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Renamo, as conversações deviam ter sido reatadas a 10 de outubro.
O adiamento das negociações aconteceu depois do homicídio de Jeremias Pondeca, membro da delegação da Renamo no diálogo político e conselheiro de Estado, atingido a tiro na manhã de 08 de outubro, quando fazia exercícios físicos na praia da Costa do Sol, na marginal de Maputo
Na sessão de hoje, os mediadores internacionais e a delegação da Renamo observaram um minuto de silêncio em memória de Pondeca.
A morte de Pondeca, também conselheiro de Estado, segue-se a uma vários assassínios de membros da Renamo e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder), sobretudo nas zonas onde se registam confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado do principal partido de oposição.
Além da exigência do maior partido de oposição de governar em seis províncias onde reivindica vitória eleitoral e a cessação imediata dos confrontos, a agenda do atual processo negocial integra a despartidarização das Forças de Defesa e Segurança, incluindo na polícia e nos serviços de informação do Estado, e o desarmamento do braço armado da Renamo e sua reintegração na vida civil.
A região centro e norte de Moçambique tem sido palco de confrontos entre o braço armado do principal partido de oposição e as Forças de Defesa e Segurança e denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.
As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos.
A Renamo acusa por sua vez as Forças de Defesa e Segurança de investidas militares contra posições do partido.
EYAC (PMA/HB) // EL
Lusa – 18.10.2016

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