"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
sábado, 31 de agosto de 2019
Lichinga: Polícia usa gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes contra mortes maternas
31/08/2019
A polícia moçambicana usou, neste sábado, 31, gás lacrimogénio para dispersar manifestantes contra mortes maternas, no Hospital Provincial de Lichinga, capital do Niassa.
O Hospital Provincial de Lichinga tem sido alvo de críticas, em particular nas redes sociais, por estar a registar um elevado número de mortes maternas e neonatais alegadamente inexplicáveis.
A marcha de hoje foi organizada por jovens estudantes e activistas sociais de diferentes organizações. Juntaram-se ao grupo familiares, amigos e colegas de mães que perderam a vida recentemente naquele hospital.
“Queremos parteiros, não assassinos”, ouve-se num dos vídeos da marcha de, pelo menos, 250 jovens vestidos de preto, simbolizado luto.
Alguns dos manifestantes foram temporariamente detidos.
Niassa é tida como a província menos privilegiada de Moçambique, um país com a taxa de mortalidade materna das mais elevadas do mundo – 489 mulheres morrem em cada 100 mil nascimentos.
A acção da polícia foi já condenada pelo Fórum Mulher, rede de organizações feministas moçambicanas.
“Como rede e movimento de mulheres repudiamos todas as práticas e acções que atentam contra os direitos humanos das mulheres”, escreve o Fórum na sua conta do Facebook.
VOA – 31.08.2019
Regime controla os media
31/08/2019
Por Edwin Hounnou
O regime político tem várias maneiras de como controlar os órgãos de comunicação independentes, sem a gente se aperceber com muita clareza da artimanha e labirintos a que se socorre para combater o pensar diferente. A luta pela afirmação dos órgãos de comunicação não agregados ao regime é muito importante e ajuda a consolidar o Estado de Direito e Democrático.
É preciso não se deixar cair na cilada. Tenho visto órgãos pelos quais nutro simpatia e respeito a enveredarem-se por caminhos tortuosos de combater instituições e pessoas singulares que, de alguma forma, ajudam a despertar a consciência da cidadania e moçambicanidade pela qual sempre me bati. Isso não é salutar. Não ajuda tão-pouco a construir o país que almejamos como justo.
O espírito de pertença a uma nação e a um povo é, antes de tudo, tarefa reservada às escolas, famílias e aos órgãos de comunicação social independentes, sabido que os órgãos públicos têm outras missões como, por exemplo, enaltecer o partido no poder, engrandecer o governo e seus mais altos dirigentes e ofuscar os adversários do partido Frelimo.
Os órgãos de comunicação social independentes têm muito trabalho útil a fazer para o bem da sociedade moçambicana ao invés de se ocupar em atacar pessoas e instituições que se batem pela justiça, igualdade social e preservação do bem comum.
O regime político da Frelimo esfrega as mãos quando vê a gente a se degladiar. As nossas lutas internas, por vezes, sem nenhuma necessidade, deixa o regime bastante contente que não pára de jogar petróleo sobre a fogueira para que fiquemos enfraquecidos.
O regime quer que todos lhe façamos genuflexão (dobrar o joelho) como se faz a uma entidade divina e cantar-lhe hossanas. Recuso -me a desempenhar papel de marionete. A 09 deste Agosto (Sexta-feira), um prestigiado semanário da nossa praça escrevia nos termos seguintes: “Em Manica, o MDM apostou em Inácio Charles Baptista (o colunista Edwin Hounnou), um político que usa a capa de analista para lançar farpas ao regime". Mais adiante, o mesmo semanário dizia que “Em Nampula, o partido no poder dá posição notável ao “analista" e jurista António Boene, colocado em segundo lugar, depois de Margarida Talapa".
Analisando, nota-se uma diferença entre os dois personagens. O primeiro é considerado apenas um político que se esconde por detrás de um nome diferente para lançar farpas ao regime enquanto o outro é político.
A quem serve esta maneira de pensar? Este modo de pensar é uma das formas de ser subserviente ao regime. Atacar quem perturba o regime é servir o regime. Não há dúvidas quanto a isso. Ser controlado pelo regime tem várias formas. Há uma maneira boçal de controle dos media como o que o partido no poder tem feito com o Noticias, Rádio Moçambique, TVM e Domingo.
Existe uma outra mais subtil que receber recados para atacar este ou aquele porque é incômodo, perturba, é chato. Os convites a jantares, acomodação garantida quando se vai às províncias com pocket money gratuito, acesso fácil aos governantes faz parte da estratégia do regime para comprar jornalista para que escrevam a seu favor.
Há governantes que não hesitam em fazer favores a jornalistas para que tenham uma vida folgada e não alimentarem “inveja" pela riqueza fácil dos dirigentes do partido governamental.
Não quero entrar em pormenores da postura desse tipo de jornalismo. Foi assim que o mesmo semanário em causa escreveu, na capa, no penúltimo dia da campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 2018 que “Daviz Simango é arguido na morte de Mahamudo Amurane".
Não é preciso ser um grande analista para entender o alcance dessa maneira de escrever. Simango não teve a oportunidade de dizer a sua versão dos factos nem o semanário se preocupou em ouvi-lo para o contraditório. Não é preciso ser um adivinho para perceber o alcance da intenção subjacente a esse tipo de jornalismo. Este ataque – desnecessário e gratuito – não me fará recuar a minha visão sobre o país.
A minha luta contra as injustiças, o roubo do bem comum, a discriminação no acesso a recursos vai prosseguir. Os insultos, a descaracterização e os ataques não me farão, de forma alguma, desfalecer. Já passei e tenho estado a passar por momentos de grandes dificuldades criadas pelo regime de corruptos e de bandidos, mas, aqui estou firme em pedra e cal.
Não há nenhum vento capaz de me demolir das convicções que tenho vindo a defender porque penso que a minha luta seja luta justa e digna. Não lanço farpas para ninguém. A minha luta faz parte do grande movimento dos moçambicanos oprimidos e discriminados por um regime injusto, assassino e ditador.
Não é uma luta isolada de um político que lança farpas ao regime, enquanto escondido por detrás de um outro nome. Tenho coragem suficiente de matar a cobra e mostrar o pau. Não sou nem nunca fui de esconder a cabeça com medo de represálias ou algo parecido. Não vale este tipo de “ajudazinha" ao regime!
Correio da manhã - 29/08/2019
Eleições Gerais 2019 - Boletim Sobre o Processo Político em Moçambique Número 40- 31 de Agosto de 2019
31/08/2019
CNE atrasa no desembolso de fundos e prejudica campanha da oposição
No primeiro dia da campanha apenas o partido Frelimo inundou as cidades e vilas com material de propaganda. A oposição não tinha material de propaganda exposto em grande escala. A situação era pior para os partidos pequenos – sem assentos na Assembleia da República. Estes partidos são dependentes de fundos do Estado para realizar a sua campanha e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) ainda não efectuou os desembolsos.
A CNE anunciou 180 milhões de fundos públicos para a campanha deste ano, mas tal como nos anos anteriores, o desembolso não foi a tempo de garantir que os partidos concorrentes preparem o arranque da campanha.
Segundo António Timba da Renamo e Nilton Barros do MDM, o atraso no desembolso dos fundos é obra do Governo do dia para beneficiar a Frelimo que tem muito mais fundos para arcar com a sua campanha.
Leia aqui Download Eleicoes-Gerais_40-31-08-19
Não votem na Frelimo!
31/08/2019
Por Edwin Hounnou
Há mil e uma razões para o povo não votar no partido Frelimo e no seu candidato Filipe Nyusi, porém, aqui vamos mencionar algumas que ferem, de forma grave, a nossa moçambicanidade e nos humilha. Desde que o país chegou à independência, Moçambique ficou fora da rota do desenvolvimento e passou a fazer parte do grupo dos países mais atrasados do mundo, ainda que tenha imensos recursos naturais, tais como gás e, possivelmente, petróleo.
Moçambique já chegou a liderar o sector ferro-portuário na região da SADC, mas não soube tirar nenhum proveito da situação. Mesmo com uma das maiores barragens do mundo geração de corrente elétrica, os sucessivos governos do país não consegue a independência económica de nada porque os dirigentes que temos sempre os interesses de grupos acima dos interesses do povo.
Quando chegámos à independência nacional, em 1975, tínhamos uma das mais desenvolvidas industrias metalomecânica da região austral de África, porém, tudo foi reduzido a escombros. A indústria têxtil tinha um punho bem pesado na economia nacional, todavia, por falta de visão estratégica, todas as antigas fábricas de roupa viraram em fabriquetas de compota de mangas, em pequenas lojas de venda de chouriço, pedaços de carnes. Assim, milhares de postos de trabalho se perderam.
Em Moçambique, a vida pesa menos que uma pena de galinha, até o chefe de estado declara, para quem deseja ouvi-lo, que o Estado não se responsabiliza pela vida dos seus cidadãos. Quando se chega a esse nível crítico, atingimos o ponto de declínio civilizacional. Já não vale a pena confiar no Estado por se ter tornado no inimigo do povo.
Um governo que tutela esquadrões da morte para perseguir, raptar, assassinar e, depois, jogar as suas vítimas para vala comum, chegamos ao caos. Um estado que não valoriza a vida das pessoas não serve para nada, é prejudicial. Até já dizem que “matar era prática corrente e normal" e, de facto, testemunhamos que muitas vidas foram ceifadas por qualquer desconfiança.
Prender os suspeitos, torturá-los, acusá-los de “inimigos" e joga-los para o fundo mar, nunca foi um problema para a Frelimo. Camponeses assassinados e jogados debaixo de pontes, também, nunca foi problema. Se o povo deseja desenvolvimento, não deve hesitar em tirar os ditadores do poder e o voto é uma arma fundamental que não deve desperdiçar.
Não podemos voltar a empunhar as armas mas a pequena janela da democracia que se abre, permite ao povo usar o seu voto para expulsar os novos colonos da pior espécie que tomaram a rédea dos destinos do país . O voto constitui um instrumento especial para nos livrarmos daqueles que atiraram o nosso país para a sarjeta e ostracismo internacional.
O voto é a principal arma povo em Estado de Direito e Democrático. O momento de votar é ímpar - saber dizer “NÃO” aos gatunos. Sabemos como as eleições decorrem entre nós, que a fraude eleitoral é o trunfo a que o partido governamental se serve para se manter no poder, por isso, a força e vigilância do povo devem ser mais fortes que os cães-polícia.
O povo está cansado de viver debaixo de um regime incompetente e caloteiro, deve ser unido e vigilante porque o partido no poder se socorre de fraude, como o recenseamento que prejudicou, de maneira grave, as províncias de Nampula e Zambézia – zonas dominadas pela Oposição-, retirando-lhes assentos parlamentares e criou mais de 400 mil eleitores fantasmas para Gaza, considerado como sendo um “frelimistão" para que todos os assentos sejam arrebatados pela Frelimo.
Sabem que Gaza hostiliza a Oposição, quer dizer, deixa-se instrumentalização pelo partido no poder e os 09 assentos a mais ficarão com a Frelimo. O STAE, órgão claramente pró-Frelimo, deveria ser condenado em juízo e extinto, por ser prejudicial à democracia, igualdade e por estar a empurrar o país para a guerra.
O povo está cansado de conflitos a seguir às eleições devido às trapaças do STAE, da Comissão Nacional de Eleições e do Conselho Constitucional, todos são instrumentos do partido no poder para permanecer no poder mesmo que tenha visto a cartolina vermelha. Se o povo quiser paz e desenvolvimento, terá que excluir o partido Frelimo nas suas opções de escolha. Para a permanência, no poder, de gatunos e caloteiros tem estado a jogar um papel determinante a Renamo que se tem recusado aglomerar as forcas oposicionistas ao regime.
Ao partido ao aperceber-se da fraqueza da Oposição que, muitas vezes se digladiam mutuamente, a Frelimo já não precisa de aperfeiçoar a prática de fraudes. À luz do dia, ordena à polícia para invadir as assembleias de voto para roubar as urnas a fim de enchê-las de votos falsos, nos comités do partido.
O partido Frelimo já não tem vergonha de roubar ao povo assim como não tem vergonha de fazer fraudes eleitorais. Por estas e outras razões, reiteramos para o povo não votar no partido Frelimo! Ainda temos a chance para o povo livrar de carraças e chupa-sangues.
O povo que se cuide!
Correio da Manhã - 27/06/2016
Eleições 2019: CPE de Nampula “nega” acreditar jornalistas e observadores
Nampula (IKWELI) – A observação e cobertura jornalística eleitorais constituem direitos previstos no ordenamento jurídico moçambicano, e para o efeito, os interessados devem solicitar a sua acreditação junto dos órgãos de administração eleitoral.
Na província de Nampula, maior círculo eleitoral do país, os observadores (por via de organizações da sociedade civil) e jornalistas de diferentes órgãos de comunicação social com sede e/ou representação naquele ponto de Moçambique queixam-se de a Comissão Provincial de Eleições (CPE) não estar a emitir crachás/credenciais desde Abril último.
Segundo apurou o Ikweli, muitos dos interessados submeteram os seus pedidos de acreditação com o intuito de acompanharem todo o processo, desde o recenseamento eleitoral até a fase de apuramento.
Sucede, porém, que quando os interessados que apresentaram os seus pedidos dirigem-se ao CPE são informados que “não há sistema e/ou há avaria nas máquinas que imprimem os crachás”.
Ao nível do Gabinete de Comunicação e Imagem do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), direcção provincial de Nampula, entidade que cuida do processo técnico, a informação é a mesma. Alias, há mais de quatro meses que as instalações andam quase que as moscas, porque os funcionários ali afectos nada fazem.
Para os interessados, a situação não passa de uma manobra dilatória para que os jornalistas e observadores não possam usufruir do seu direito nas eleições de 15 de Outubro próximo.
A campanha eleitoral arranca a 31 do corrente mês e os órgãos de administração eleitoral ainda não emitiram alguma informação oficial sobre a situação.
Outra interpretação é que, segundo nossas fontes que pediram o anonimato, “isto é prenúncio de um conflito eleitoral que os órgãos de administração eleitoral estão a preparar porque não se percebe o que eles escondem para que não estejam a acreditar os jornalistas e observadores”. (Aunício da Silva)
Mozambique has world’s highest money laundering and terrorist financing risk – Hanlon
31/08/2019
Of 125 countries assessed, Mozambique has the highest risk of money laundering and terrorist financing, according to a report issued by the Basel Institute of Governance on 19 August. https://www.baselgovernance.org/basel-aml-index
“Poor border controls and weak government institutions expose the country to cross-border crimes related to drugs and human trafficking. Mozambique is also vulnerable to other predicate offences including corruption, car theft and smuggling, robbery, cash smuggling, illicit trade in precious metals and stones, customs fraud and goods smuggling. Mozambique has high risks associated with corruption, which is a pervasive problem in the country,” the report says. “The country also fares poorly on Financial Transparency and Standards“. The report also notes that Mozambique is “listed among the US INCSR list of major money laundering countries.”
The score is based on 15 indicators in five areas: Quality of Anti-money laundering Framework, Bribery and Corruption, Financial Transparency and Standards, Public Transparency and Accountability, and Legal and Political Risks. With Mozambique as number 1 (highest risk), the United States is ranked 72. This is higher risk than Brazil (76) and South Africa (84). Low risk countries include Portugal (107) and the United Kingdom (106).
By Joseph Hanlon
NOTA: Será que os moçambicanos não sentem vergonha do governo(da Frelimo) que teem? Porque esperam para mudar?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Quatro candidatos presidenciais e 26 partidos políticos começam hoje campanha
31/08/2019
Quatro candidatos presidenciais e 26 partidos iniciam hoje a campanha para as eleições gerais de 15 de outubro, sufrágio que, pela primeira vez, não conta com o histórico opositor Afonso Dhlakama e inclui a eleição inédita de governadores.
O atual Presidente da República, Filipe Nyusi, o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, o líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, e o candidato do partido extraparlamentar Ação do Movimento Unido para a Salvação Integral (AMUSI), Mário Albino, são os quatro aspirantes à Ponta Vermelha, residência oficial do chefe de Estado.
Para as legislativas e provinciais concorrem 26 formações políticas, mas a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Renamo e o MDM são os que têm maior pujança para aguentar a dura jornada de 45 dias de campanha eleitoral pelos 11 círculos eleitorais do extenso território nacional e o da diáspora.
As eleições gerais de 15 de outubro vão, pela primeira vez, escolher os governadores das 10 províncias do país, que sairão dos cabeças-de-lista dos partidos concorrentes.
A eleição dos governadores provinciais é uma novidade que decorre da aprovação de um novo pacote de descentralização, no âmbito das negociações para o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo, assinado no dia 06 deste mês.
Pela primeira vez desde a introdução do multipartidarismo pela Constituição democrática de 1990, as eleições gerais vão acontecer sem Afonso Dhlakama, o histórico líder da Renamo, que morreu a 03 de maio de 2018.
Afonso Dhlakama candidatou-se às presidenciais de 1994, 1999, 2004, 2009 e 2014, tendo perdido todas, sem reconhecer a derrota em nenhuma.
A Renamo já fez saber que a forma como vão decorrer as eleições gerais vai ditar o sucesso do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, exigindo que o escrutínio seja livre, justo e transparente para que o país não resvale para a instabilidade, como aconteceu várias vezes, após um ciclo eleitoral.
"Sejamos honestos, o sucesso desse acordo vai depender da integridade, liberdade, justiça e transparência com que forem realizadas as próximas eleições gerais a terem lugar no dia 15 de outubro de 2019", declarou a chefe da bancada da Renamo na Assembleia da República, Ivone Soares, no encerramento da legislatura, no dia 21 deste mês.
O principal partido da oposição vai à campanha eleitoral ensombrada por uma crise interna provocada pela contestação à liderança do partido pela autoproclamada Junta Militar, que congrega uma fação do braço armado da organização.
Mariano Nhongo, general da Renamo e líder da junta, ameaça fazer descarrilar o processo eleitoral, através de ações de violência armada, caso as reivindicações do grupo não sejam atendidas.
"Não haverá eleições" caso o Governo moçambicano não negoceie os acordos de paz com o grupo antes das eleições gerais de 15 de outubro, disse Mariano Nhongo, em entrevista à Lusa, um dia antes do início da campanha eleitoral.
"Se insistirem em fazer campanha, vai morrer muita gente", avisou.
Outra controvérsia que acompanha a jornada de "caça ao voto" é alimentada por divergências entre o número de eleitores apurados pelos órgãos eleitorais e os projetados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com base nos dados demográficos.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique anunciou em junho ter recenseado 1,1 milhão de eleitores na província de Gaza, o que equivale a dizer que 80% da população é maior de 18 anos, quando os dados do INE indicam que ali existem 836 mil pessoas em idade eleitoral, ou seja, 329 mil a menos.
Na sequência da controvérsia, o chefe de Estado e candidato da Frelimo repreendeu o INE, levando o presidente da entidade estatística a apresentar a demissão, que Filipe Nyusi aceitou.
A CNE estima o custo do pleito em 14,6 mil milhões de meticais e o Governo já assegurou 56% do orçamento, enfrentando um défice de 44%.
Na quinta-feira, o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, disse à Lusa que o órgão aprovou 180 milhões de meticais para os 26 partidos concorrentes.
A verba será canalizada por etapas e sob condição de apresentação de justificativos de despesas inerentes à campanha eleitoral.
LUSA – 31.08.2019
Visita Apostólica: Santo Padre passará duas noites no bairro da Polana
Destaques - Nacional |
Escrito por Adérito Caldeira em 29 Agosto 2019 |
O Santo Padre vai pernoitar, as duas noites que passará em Moçambique, “na Nunciatura que é a embaixada e a residência do Papa”, revelou ao @Verdade o coordenador da visita Papal.
O Papa Francisco chega à Moçambique no 4 de Setembro e dormirá, essa e a noite do dia 5, “na residência própria do Vaticano aqui em Moçambique, na Nunciatura que é a embaixada e a residência do Papa”, desvendou ao @Verdade Dom António Juliasse, o coordenador da visita Papal.
A residência que será ocupada pelo Santo Padre durante dois dias é um edifício novo de 2 andares, sem grandes luxos, opulência e nem mesmo segurança ostensiva e está localizada no número 224 da Rua Kwame Nkrumah na Cidade de Maputo.
Questionado se algum menu especial e que iguarias moçambicanas estarão a ser preparadas para a alimentação do Papa Francisco Bispo Auxiliar de Maputo partilhou “que todos moçambicanos gostaríamos de lhe levar algum prato para ele provar, mas será a equipa de cozinheiros da Nunciatura que vai tomar conta, com aqueles que acompanham o Santo Padre”.
O @Verdade apurou que o séquito Papal de 50 pessoas, composto pelos seus secretários, subsecretários, bispos e cardeais, ficará alojado numa unidade hoteleira modesta localizada a um par de quarteirões da Nunciatura.
|
Incêndios florestais: As diferenças entre África e Amazónia
31/08/2019
Além da Amazónia, as florestas de África também estão a arder. Entretanto, as situações no continente africano e na América do Sul são muito diferentes e nem sempre podem ser comparadas do ponto de vista ecológico.
As imagens de satélite da NASA mostram a escala assustadora dos incêndios florestais na África Central. Uma corrente de fogo se alastra desde Angola passando pela República Democrática do Congo e Moçambique até Madagáscar. As chamas são semelhantes às que consomem a Amazónia brasileira e provocaram indignação em todo o mundo.
Em 24 de agosto, um satélite da NASA terá detetado quase sete mil focos de incêndio em Angola e cerca de quatro mil na RDC. Assim, os dois países serão os que mais registam queimadas no mundo, seguidos do Brasil, com 2.127 incêndios. O Governo de Angola, entretanto, não confirmou a veracidade dos dados divulgados pela imprensa internacional.
O facto é que as queimadas são um fenómeno frequente na estação de seca nas savanas de Angola ou Moçambique. Esses incêndios são responsáveis pela renovação dos ecossistemas. Depois dos fogos, a savana torna-se verde no mês de outubro. Em entrevista à DW, a ministra do Ambiente de Angola, Paula Francisca Coelho, afirmou que não faz sentido comparar situações completamente diferentes.
"Não há necessidade de se levantar aqui parâmetros comparativos relacionados aos incêndios na questão a decorrer com o nosso país, Angola. Neste momento, não temos nenhum incêndio em ocorrência e o que acontece são queimadas feitas por algumas das nossas comunidades para a preparação dos solos para a próxima campanha agrícola", afirmou.
A ministra também se mostrou disposta a receber qualquer tipo de ajuda internacional, ao contrário do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Pelo Twitter, o ministro da Comunicação Social de Angola, João Melo, escreveu que "confundir fotos de capim a arder" em Angola "com incêndios massivos em florestas é brincadeira".
"E misturar isso com politiquice barata, é pior ainda. Lamentável", acrescentou o ministro. Ao mesmo tempo, a ministra do Ambiente adiantou que o Governo vai intensificar programas de consciencialização dos agricultores sobre a proteção do meio ambiente.
Moçambique: Aumento da desflorestação
Em Moçambique, os incêndios estão a aumentar intensificados pelas alterações climáticas. Este fenómeno está a causar grande preocupação aos ambientalistas e ao Governo.
"Tem uma maior incidência dos problemas florestais causados pelos incêndios nas províncias do norte de Moçambique, nomeadamente, Niassa, Cabo Delgado e Nampula", afirma João Massango, do Partido Ecologista - Movimento da Terra (PEC-MT). "Moçambique tem perdido anualmente cerca de 285 mil hectares de florestas e isso é provocado pelos incêndios."
Massango adverte que levará pelo menos 100 anos para que as florestas do norte e centro de Moçambique voltem ao estado em que estavam há 15 anos. A principal razão do desmatamento é a expansão de campos para a agricultura no país. Quando o solo está esgotado e o rendimento das culturas diminui, as terras e os assentamentos são movidos e uma nova floresta é queimada.
RDC: Bacia do Congo sob ameaça
A floresta na Bacia do Congo é considerada o "segundo pulmão verde" do planeta, depois da Amazónia. A floresta se estende por vários países numa área de 3,3 milhões de quilômetros quadrados. Um terço das florestas se concentra na República Democrática do Congo. O restante está no Gabão, República do Congo, Camarões e República Centro-Africana.
Assim como a Amazónia, as florestas do Congo absorvem toneladas de dióxido de carbono, o que, segundo especialistas, tem um papel fundamental no combate às alterações climáticas.
De acordo com a organização Global Forest Watch Fires, houve quase um milhão de incêndios na República Democrática do Congo desde 1 de julho. Mesmo assim, há muitas diferenças em relação ao Brasil. Segundo o Greenpeace, muitos dos incêndios na RDC estão fora de áreas sensíveis da floresta tropical da Bacia do Congo.
Madagáscar: Um pedido de socorro
Originalmente, o Madagáscar possuía 90% de cobertura florestal. Dos 53 milhões de hectares de floresta, apenas 10% estão hoje preservados. Todos os anos, cerca de 120.000 hectares de floresta desaparecem devido aos cortes e às queimadas. Se a destruição continuar a acelerar nesse ritmo, as florestas do Madagáscar serão completamente desmatadas em 40 anos, admite o ministro do Ambiente do país, Alexandre Georget.
Fundador do Partido Verde de Madagáscar, o ministro diz que a pior temporada de incêndios vai de julho a outubro. "O atual combate ao fogo é uma das nossas prioridades. Apelamos a todos que possam nos ajudar, sobretudo os países europeus. Precisamos urgentemente de aviões de combate a incêndios, porque no momento não somos capazes de reagir com rapidez e eficácia contra o fogo", diz Alexandre Georget.
Os incêndios florestais em África são piores do que na Amazônia? A resposta do ministro é: "Para mim, não há distinção entre incêndios florestais ruins ou piores. Quando as florestas queimam, o futuro do planeta está em jogo. Então, todos precisamos trabalhar juntos para resolver esse problema devastador".
DW – 30.08.2019
Subscrever:
Mensagens (Atom)