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domingo, 5 de novembro de 2017

Viaturas do barulho vão para Guebuza, Chissano, Adelino Muchanga e Verónica Macamo Os donos das encomendas de luxo



Armando Emílio Gue­buza e Joaquim Alberto Chissano, anti­gos presidentes da República, Verónica Nataniel Macamo, presidente da Assem­bleia da República e Adelino Muchanga, presidente do Tribunal Supremo (TS) são parte das altas individualidades que en­comendaram e receberam as viaturas de luxo. As aquisições, que acontecem num momento particularmente inapropriado tendo em conta os deficits económicos resultantes, em parte, da suspensão das doações dos parceiros internacionais, estão a gerar uma onda de indignação colectiva sem precedentes.

A conferência de imprensa convo­cada e concedida no início da noite desta quarta-feira, pelo Secretário Permanente do Ministerio da Economia e Finanças, Domingos Lambo, só veio adensar as críticas públicas por ter ficado claro que, efectivamente, parte dos carros de luxo foi encomendada e adquirida este ano e parte no ano passado, portanto num momento em que o governo continua a exigir contenção às aos moçambicanos, particularmente às populações mais desfavorecidas.


Uma das coisas que Domingos Lambo reiterou na conferência de im­prensa foi a informação segundo a qual, as aquisições estavam a ser feitas em estrito cumprimento da legalidade, isso no que à necessidade de oferecer “dignidade” aos dirigentes diz respeito.

Das viaturas adquiridas, o Mercedes Benz S500, no valor de quase 11.5 milhões de Meticais foi para a Presidente da As­sembleia da República, Verónica Nataniel Macamo Ndlovu e o Toyota Land Cruiser 200, VX, Station auto, de oito lugares, no valor de 10.7 milhões de Meticais, foi encomendado pelo Presidente do Tribunal Supremo, como viatura de campo, tendo em conta que para assuntos protocolares diários, usa uma frota de Mercedes Benz.

Para os antigos presidentes da Re­pública, Joaquim Chissano e Armando Guebuza, foram encomendados e adquiri­dos Mercedes Benz S400, no âmbito das prerrogativas emanadas pela lei 4/90. Esta lei, aprovada nos últimos dias do mandato de Armando Guebuza, atribui mordomias invejáveis aos antigos Chefes de Estado.

Na busca de explicações para as aquisições, Domingos Lambo anotou que boa parte dos anúncios publicitados esta semana são referentes a aquisições de 2015, ano em que, segundo aquele governante, o país não estava ainda na situação de aperto em resultado da suspensão das dotações, pelo Fundo Monetário Internacional e, em bloco, por outros parceiros do apoio programá­tico. Ou seja, estava Domingos Lambo a tentar dizer que aquela época era de “vacas gordas” e se poderia alocar quase 90 milhões de Meticais na aquisição de viaturas novas para os dirigentes do país, a vários níveis.

Para as viaturas encomendadas neste e no ano passado, aquele dirigente, na falta de argumentos mais razoáveis, preferiu dizer, com todas as letras, que o país não estava a fazer “revolução”, daí que os dirigentes tinham que con­tinuara gozar das regalias previstas. Mesmo assim, defendeu ele, o Estado conseguiu reduzir a verba de aquisição de viaturas, dos anteriores 89 milhões em 2015, para 29 milhões de Meticais para o período 2016/17.

Os vinte Mercedes Benz C180 no valor de 2.290 mil meticais cada foram canalizados para os vice-presidentes da Assembleia da República, em representa­ção da Frelimo e da Renamo, três chefes de bancada e membros da Comissão Permanente.

As restantes 21 viaturas dentre Ford Ranger 3.2, modelo Wildtrak , 4X4, cabine dupla; Hyundai, modelo Accent 1.6 e Peugeot, modelo 508, no valor de 39.375.980 de meticais foram direccionadas para directores nacionais, directores nacionais adjuntos e assessores de ministros.


Fonte: MEDIAFAX – 03.11.2017

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