"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quinta-feira, 18 de abril de 2019

Moçambique/Dívidas: Morreu arguido e administrador de empresa que recebeu dinheiro


Um dos administradores da Proindicus, empresa que beneficiou do dinheiro das chamadas dívidas ocultas, e arguido no processo sobre o caso, José Manuel Gopo, morreu por doença, escreve hoje o semanário Canal de Moçambique.
José Manuel Gopo morreu no dia 08 de abril, após ser internado no Hospital Central de Maputo, onde lhe foi diagnosticado malária.
O jornal Notícias, diário de maior circulação em Moçambique, também dá conta hoje, na sua página necrológica, da morte de José Manuel Gopo, apresentando-o como quadro do Ministério do Interior de Moçambique.
O Ministério do Interior de Moçambique é uma das entidades envolvidas na elaboração do Sistema Integrado de Monitoria e de Proteção (SIMP), que seria implementado pela Proindicus, MAM e Ematum, as três empresas que receberam mais de dois mil milhões de euros secretamente avalizados pelo anterior Governo moçambicano, entre 2013 e 2014.
José Manuel Gopo, que aguardava o processo em liberdade, é uma das 28 pessoas constituídas arguidas pela Procuradoria-Geral da República de Moçambique (PGR), no âmbito do processo das dívidas ocultas.
A PGR remeteu acusação contra 20 arguidos, dez dos quais foram alvos de medidas de coação, incluindo nove que estão detidos e um que aguarda em liberdade provisória mediante pagamento de caução.
Os 20 arguidos cuja acusação foi remetida ao tribunal são indiciados na prática de corrupção passiva por ato ilícito, peculato, branqueamento de capitais, associação para delinquir, abuso de confiança e chantagem.
A justiça norte-americana considera que parte do dinheiro foi usada para o pagamento de subornos a figuras do Estado moçambicano e a banqueiros internacionais.
Entre os detidos no caso está Ndambi Guebuza, filho do antigo presidente moçambicano Armando Guebuza, e a sua antiga secretária particular Inês Moiane, bem como antigos dirigentes dos serviços de informação moçambicanos.
A justiça sul-africana considerou o ex-ministro moçambicano das Finanças Manuel Chang passível de extradição para Moçambique ou Estados Unidos pelo seu papel no caso das dívidas ocultas.
Chang está detido desde o dia 29 de dezembro na África do Sul, a pedido da justiça norte-americana, que pretende ver extraditado o ex-governante para os EUA.
LUSA – 17.04.2019

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