quinta-feira, 18 de abril de 2019
Indignai-vos, pois!
Então muitos de nós estamos indignados porque os franceses já mobilizaram mais de 2 mil milhões de dólares (equivalente ao que os nossos bandidos foram buscar em esquemas fraudulentos e nos querem impôr o seu pagamento) para financiar a reconstrução da secular Catedral de Notre Dame. Estamos espantados pela rapidez e facilidade e comparamos, por exemplo, com a nossa (in)capacidade de mobilizar dinheiro para reconstruir Beira.
Indignemo-nos! Faz bem. Dessa indignação, talvez nascerá alguma mudança comportamental da nossa parte, que nos tornar actores morais, materiais e cúmplices do nosso subdesenvolvimento, sobretudo os grupos mais esclarecidos, que não são poucos.
Indignemo-nos! Faz bem. Dessa indignação, talvez nascerá alguma mudança comportamental da nossa parte, que nos tornar actores morais, materiais e cúmplices do nosso subdesenvolvimento, sobretudo os grupos mais esclarecidos, que não são poucos.
Mas temos de entender o seguinte:
1. A Catedral de Note Dame é um dos atractivos turísticos mais importante da França e quiçá da Europa. Por ano recebe mais de 13 milhões de turistas/ano.
2. As empresas/individualidades que colocaram dinheiro têem negócios próprios, e as suas marcas vendem e muito por causa do turismo que Notre Dame ajuda a manter
3. Portanto, esse dinheiro doado, para eles, na verdade é um investimento que trará retorno.
1. A Catedral de Note Dame é um dos atractivos turísticos mais importante da França e quiçá da Europa. Por ano recebe mais de 13 milhões de turistas/ano.
2. As empresas/individualidades que colocaram dinheiro têem negócios próprios, e as suas marcas vendem e muito por causa do turismo que Notre Dame ajuda a manter
3. Portanto, esse dinheiro doado, para eles, na verdade é um investimento que trará retorno.
Então, pergunto, os nosso mais ricos onde investem o seu dinheiro? Como tal dinheiro se multiplica? Uma catástrofe como aquela que destruiu profundamente a Beira, Dondo, Nhamatanda, Búzi, Manica, parece que não lhes diz nada (ou deram dinheiro na surdina, se assim for, porque, então, quando dão dinheiro de forma camuflada aos partido até fazem suplementos nos jornais?)!
Então, se sequeremos ter um país menos dependente da ajuda externa, indugnemo-nos com a nossa própria postura. O nosso empresariado deve parar de querer só sentar-se a mesa dos detentores do poder públicos para ter ganhos e muitas vezes, de curto prazo e sem multiplicação, para de facto construir este país.
Precisamos de lutar, incluindo o sector privado, por um *enabling environment* para que o sector privado possa agir como os Luis Voiton, L'oreal, Dior, Total (empresas francesas que abraçaram um "símbolo" do seu país). Beira poderia ser nosso Amsterdão em Moçambique. Os nossos "ricos" não vêem isso? O nosso sector privado não vê isso? E o turismo será um pilar de desenvolvimento sem investimento? E pior, com o puxa-para-baixo que vemos do próprio sector privado que é contratado para projectos de construção e fogem com o dinheiro sem nem um centimetro ser feito, chegamos longe?
Deixem a eles (os franceses) com a sua "solidariedade". VAMOS, mas é construir nossas utopias e solidariedade. Temos tudo para dar certo, excepto SERIEDADE.
Ps: Ruanda dá-nos sinais interessantes.
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