"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



terça-feira, 15 de novembro de 2011

Prostíbulos proliferam na chamada capital do Norte

Cidade de Nampula15.11.11
Nampula (Canalmoz) - Nampula já não é o que era. A degradação da moral social como sequência da corrupção dos valores está a atingir proporções alarmantes. A prostituição caminha a passos largos rumo à categorização de verdadeiro cartão de visita da terra das muthianas. A proliferação de prostíbulos em cada esquina testemunha que o problema está a crescer e a tomar conta da cidade também conhecida como a capital do norte.
Alguns “conservadores” de bons costumes tradicionais sentem-se escandalizados pela forma como as coisas têm estado a acontecer. Convidaram para alguns dedos de conversa o repórter do Canalmoz em Nampula, e denunciaram situações graves.
Há anos certos locais que eram tidos como de diversão ou laser, hoje são áreas dominadas pela prostituição escandalosa.
A Reportagem do Canalmoz visitou alguns desses locais. In loco apurámos que as práticas de que foram motivo de denúncia são uma realidade. O que outrora era tido como tabu, hoje é costume. O arrendamento temporário de quartos para prostituição virou negócio. A prostituição que não era tolerada hoje é fonte de receita para quem aluga espaços para a sua prática.
Segundo munícipes preocupados com a prostituição e com a degradação social que ela promove, os locais onde o negócio da prostituição está a fazer fortunas são de figuras de renome no mundo político e governativo.
O bem conhecido centro social da Organização da Mulher Moçambicana, OMM, uma das organizações sociais do partido Frelimo, localizado na rua dos Continuadores é apontado como um dos centros de negócio…
Carlos João, um dos indignados com a situação, disse ao Canalmoz que “já não se pode sair em família para passear nos locais que um dia foram referência de lazer em Nampula”. “Fica-se traumatizado e envergonhado com os filhos”.
“Logo que se chega a esses sítios mostram os preservativos e informam o valor de ocupação de um quarto com período mínimo de uma hora de tempo”.
“O Governo devia fazer algo para reverter a situação, porque isto está mal e a moral está completamente danificada”, desabafa Carlos João. Levou-nos, entretanto, a visitar bares localizados na zona do Matadouro Municipal, no bairro de Muatala, o já referido centro social da OMM, os restaurantes espalhados pela zona de Muhala Expansão, entre outros, onde notámos que realmente a situação está a tender para a promiscuidade sem o mínimo de contenção e preocupação pelos bons costumes e urbanidade.
Nesses locais conversámos com algumas pessoas. O mais gritante é que as frequentadoras são menores de idade. Submetem-se à venda do sexo por uma questão de sobrevivência.
Conversámos com algumas jovens, tão novas mas já tão “famosas” no meio. Pediram-nos anonimato e em poucas palavras desvendaram as razões que as levaram à vida promíscua em que se encontram envolvidas. “Fazemos isto porque está difícil sobreviver”. “Quando conseguimos um cliente, vamos aqui atrás do bar onde tem uns quartos e pagamos entre cinquenta e cem meticais. Depende do tempo que se leva”.
Cada vez há mais mulheres bem jovens a terem de vender o sexo para poderem sobreviver. Nampula está a mudar de face… (Aunício da Silva)



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