Editorial |
Escrito por Redação em 16 Setembro 2016 |
Na verdade, diante de tal situação é indiscutível que a comissão mista é exemplo mais bem acabado de um clube de amigos que se encontram esporadicamente para beber uns copos e colocar a conversa em dia, à custa do cadavérico dinheiro público, razão pela qual não se regista nenhum avanço nas negociações. Aliás, as discussões de preparação do encontro prosseguem em silêncio – e em segredo. As duas delegações movimentam- se qual orquestra em que cada instrumentista toca uma música diferente, para defender os interesses dos seus partidos políticos – na sua maioria, não explicado -, ao invés de resguardarem os legítimos interesses de um povo que é forçado a viver à intempérie e sob constantes ataques armados. De um lado, está a turma dos “camaradas” com aquele ar de meros empregados públicos cientificamente preparados para produzir um documento, escrito em um idioma parecido com o português para aldrabar incautos. Não estão dispostos a ceder e pregam fervorosamente que não são parte do problema que o país atravessa. Não falam nos aspectos que se podem alterar. Mas todo mundo – pelo menos todo o ser humano em seu juízo e que não escamoteia a realidade - sabe que o fim último é continuar a acomodar os interesses do partido Frelimo. Este grupo, na sua habitual chatice congénita, continua a demonstrar desprezo absoluto por alguns princípios básicos da democracia, valendo-se da maioria absoluta parlamentar. Prossegue indiferente ao eleitor, ao povo e à opinião pública. Do outro, encontra-se a turma dos “odientos” que tem o (péssimo) hábito de jogar tudo na sua vingança, além de fingir que é oposição. Mas, desta vez, eles têm um motivo legítimo para as suas demonstrações recorrentes de ódio. Recusam-se a embarcar, qual bestas de carga, na trapaça habilmente orquestrada pelos “camaradas” - ou não fossem, estes, políticos profissionais que medram à custa do subdesenvolvimento espiritual e cultural de um povo ensinado a dizer “viva”. Portanto, o final desta novela é previsível: protagonistas e figurantes a darem beijinhos uns aos outros, e não se vão lembrar de dezenas de moçambicanos que perderam a vida por conta da sua ganância. |
"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
@Verdade EDITORIAL: Para quando o tão almejado encontro?
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