O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força política moçambicana, defendeu hoje a revisão da Constituição do país, para a descentralização do Estado, considerando imprescindível a participação de outros atores na resolução da atual crise política e militar.
"Queremos a revisão da Constituição no que toca à organização do Estado", disse à imprensa Eliseu de Sousa, mandatário do presidente do MDM, Daviz Simango, falando no final de uma apresentação de um projeto do partido sobre a descentralização à comissão mista das negociações de paz em Maputo.
Destacando a importância da descentralização na resolução da crise política e militar em Moçambique, Eliseu de Sousa disse que a adoção de um sistema menos centralizado é do "interesse de todos moçambicanos" e um mecanismo para melhorar a governação do país.
Além de um modelo de descentralização política e administrativa, o documento apresentado hoje pela terceira força política moçambicana propõe a diminuição dos poderes do chefe de Estado e eleições para os governadores das províncias, bem como o aumento do poder das assembleias províncias.
"As nossas ideias são as mesmas e é necessária uma reorganização dos poderes de soberania", sublinhou o também vice-presidente da comissão nacional de jurisdição do MDM, reiterando que a resolução dos problemas políticos que o país atravessa passa pela adoção de modelo inclusivo.
"Não concordamos com a exclusão e manifestamos a nossa vontade em participar de todo processo negocial", declarou Eliseu de Sousa, sublinhando que o MDM irá até "as ultimas consequências" para que o processo seja abrangente.
Por sua vez, o coordenador da equipa de mediação internacional nas atuais negociações de paz, Mario Raffaelli, disse que a inclusão do MDM no atual processo não é possível, na medida em que esta é uma negociação entre a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior força política da oposição.
"O problema político e militar em Moçambique é entre a Frelimo e a Renamo", reiterou Mario Raffaelli, que também foi o mediador-chefe do Acordo Geral de Paz, que colocou, em 1992, em Roma, fim a 16 anos de uma guerra civil que vitimou mais de um milhão de pessoas.
A região centro de Moçambique tem sido palco de confrontos entre o braço armado do principal partido de oposição e as Forças de Defesa e Segurança, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.
As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques nas últimas semanas em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da empresa mineira brasileira Vale.
Alguns dos ataques foram assumidos pelo líder da oposição, Afonso Dhlakama, que os justificou com o argumento de dispersar as Forças de Defesa e Segurança, acusadas de bombardear a serra da Gorongosa, onde presumivelmente se encontra.
A Renamo exige governar em seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo de ter cometido fraude no escrutínio.
EYAC//JMR
Lusa – 23.09.2016
"As nossas ideias são as mesmas e é necessária uma reorganização dos poderes de soberania", sublinhou o também vice-presidente da comissão nacional de jurisdição do MDM, reiterando que a resolução dos problemas políticos que o país atravessa passa pela adoção de modelo inclusivo.
"Não concordamos com a exclusão e manifestamos a nossa vontade em participar de todo processo negocial", declarou Eliseu de Sousa, sublinhando que o MDM irá até "as ultimas consequências" para que o processo seja abrangente.
Por sua vez, o coordenador da equipa de mediação internacional nas atuais negociações de paz, Mario Raffaelli, disse que a inclusão do MDM no atual processo não é possível, na medida em que esta é uma negociação entre a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior força política da oposição.
"O problema político e militar em Moçambique é entre a Frelimo e a Renamo", reiterou Mario Raffaelli, que também foi o mediador-chefe do Acordo Geral de Paz, que colocou, em 1992, em Roma, fim a 16 anos de uma guerra civil que vitimou mais de um milhão de pessoas.
A região centro de Moçambique tem sido palco de confrontos entre o braço armado do principal partido de oposição e as Forças de Defesa e Segurança, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.
As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques nas últimas semanas em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da empresa mineira brasileira Vale.
Alguns dos ataques foram assumidos pelo líder da oposição, Afonso Dhlakama, que os justificou com o argumento de dispersar as Forças de Defesa e Segurança, acusadas de bombardear a serra da Gorongosa, onde presumivelmente se encontra.
A Renamo exige governar em seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo de ter cometido fraude no escrutínio.
EYAC//JMR
Lusa – 23.09.2016
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