"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



terça-feira, 13 de setembro de 2016

CESSAÇÃO DAS HOSTILIDADES MILITARES




Mais uma vez quero pôr entre estas linhas a realidade que vivemos no nosso país. No que se refere a situação político-militar no centro e norte do país, é uma coisa que vai perdurar por mais tempo e por conseguinte aliado a depreciação da moeda nacional provocada pela dívida do Guebuza e seu governo, o custo de vida vai agudizar-se ainda mais. Digo isto porque a cessação das hostilidades militares não está para agora.



Após o consensos na mesma de negociações sobre o primeiro ponto da governação das seis províncias que a acta parcial todos tivemos acesso, o Jacinto Veloso da delegação do governo rectificou contrariando tudo que vinha no documento que ele próprio assinou. Na mesa de conversações estão quatro pontos, nomeadamente, governação das seis províncias “ganhas” pela Renamo, cessação das hostilidades militares, composição das Forças de Defesa e Segurança e de desarmamento da Renamo.



Segundo Veloso, nenhum acordo pode ser avalizado num ponto isolado, sem que haja entendimento noutros previamente agendados. Não se pode dizer que como o primeiro ponto colheu alguns consensos deve ser implementado sem que os outros tenham sido discutidos.



Se nenhum ponto poderá ser avalizado ou ser implementado de forma isolada mas no  conjunto dos quatro pontos, e sendo a questão de cessação das hostilidades o segundo ponto da agenda das negociações, então nada pode-se esperar por agora. Ademais, a exigência da Frelimo de cessação das hostilidades a Renamo, não tem nenhuma razão de ser. Talvez a Frelimo sofre de um grave síndrome de esquizofrenia. Em tão curto tempo esqueceu-se que deu recado ao Veloso para informar aos moçambicanos e a comunidade internacional que nenhum ponto será implementado isoladamente.



Do outro lado, a prova de que as negociações e as assinaturas feitas e a serem feitas não passam de uma farsa, é a grande investida da FDS na serra de Gorongosa e agora em Morrumbala e o contra ataque do braço armado da Renamo. A Frelimo não está interessada com a paz. Os discursos furados de paz e reconciliação não passam de uma propaganda e lavagem da imagem que ela própria sujou. Com as atitudes que tem será muito difícil ganhar aceitação do povo que  a própria Frelimo lhe submeteu a uma miséria sem precedentes.



Na mesma intervenção, Veloso afirmou que os quatro pontos em discussão, uma vez discutidos e consensualizados, apenas poderão ser avalizados pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi e pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, mediante um acordo final. Agora donde vem essa pretensão e exigência de que a Renamo deve cessar o fogo de imediato? Aliás não somente a Renamo quem deve cessar o fogo, mas as duas partes. No entanto, as FDS continuam a cercar a residência do Dhlakama e aproximar-se cada vez mais aos acampamentos dos homens armados da Renamo, o que proporciona a inevitabilidade de confronto armado em qualquer momento.



Nenhum ponto vai ser implementado ou avalizado de forma isolada mas sim no universo dos quatro pontos. Neste sentido, só podemos esperar que se discutam os quatro pontos e cheguem ao acordo deles e dai a implementação conjunta dos mesmos. E como a Frelimo é bastante orgulhosa e abusado no poder que leva a 42 anos não devemos esperar tanto. Se usarem a maioria parlamentar como outras vezes para chumbar a revisão da Constituição para acomodar a exigência da Renamo sobre a governação das seis províncias, quer dizer que nenhum ponto vai ser implementado porque segundo o recado dado ao povo pelo Veloso, na falta de um ponto nenhum poderá ser posto em práctica. Será que dá para esperar confiante que algo positivo pode vir nestas negociações?

Oxalá que Deus regresse das férias  e transforme os corações desses criminosos.

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