11-09-2016 15:02:40
Maputo, 11 Set (AIM) Cerca de trinta homens armados da Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, interditaram hoje a circulação de viaturas no troço Cuamba Marrupa, província nortenha de Niassa, sem provocar quaisquer danos humanos e materiais.
Segundo a Rádio Moçambique (RM), emissora pública, os homens limitaram-se a fazer revistas às viaturas, alegando estarem a procurar de membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
Tinham dois homens armados à minha frente. Eles apontaram a arma para mim, por isso, tive que parar. Quando parei me mandaram descer rapidamente do carro e perguntaram-me se vinham, comigo, militares ou polícias, disse Carlos da Conceição, automobilista de transporte semicolectivos.
Perante a situação, explica Carlos da Conceição, eu disse que apenas tinha população. Eles mandaram abrir as portas do carro e confirmam que estava apenas com a população. Depois, mandaram-nos regressar. Ali estavam mais de 30 homens.
O administrador de Maúa, João Maguimbe, que confirmou o sucedido, disse que um contingente policial foi enviado ao local com vista a manter e ordem e tranquilidades públicas.
A acção dos guerrilheiros da maior força política da oposição acontece um dia depois de Forças de Defesa e Segurança (FDS) terem desencadeado uma ofensiva no sábado que culminou com a invasão e ocupação do quartel-general da Renamo no distrito de Morrumbala, na província central da Zambézia.
Na segunda-feira, as negociações entre o Governo e a Renamo retomam depois do interregno decretado em Agosto pela segunda vez. As delegações do Governo e da Renamo, em sede do diálogo político, ainda não alcançaram consensos visando restaurar a paz efectiva no país.
Antes de regressarem aos seus países de origem, os mediadores internacionais propuseram a criação de um corredor desmilitarizado, para permitir que possam manter um encontro com Afonso Dhlakama, o líder da Renamo. Para o efeito, o Governo Moçambicano deverá indicar países vizinhos para supervisionar a sua eficácia.
Na vasta gama de assuntos na mesa do diálogo, as partes deverão ainda discutir assuntos relacionados com a despartidarização do Aparelho do Estado, bem como a desmilitarização dos homens armados da Renamo.
(AIM)
ht/le
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