"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Integração dos homens da Renamo nas Forças de Defesa e Segurança volta hoje à mesa das negociações


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Enquanto continuam confrontos militares
A Comissão Mista que prepara o encontro entre Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama reúne-se hoje, quarta-feira, 21 de Setembro, em sessão plenária, para retomar a discussão do Ponto Três, referente à integração dos homens da Renamo nas Forças Armadas, na Polícia e no SISE.
A Renamo exige a integração dos seus homens nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique, na Polícia da República de Moçambique e no Serviço de Informação e Segurança do Estado por considerar que houve irregularidades na implementação do Acordo Geral de Paz de 1992, assinado em Roma, iniciou na segunda-feira.
A Renamo considera que, com base no Acordo de Roma, deverão ser efectuadas correcções de implementação, o que foi aceite pelas partes.
Na passada segunda-feira, na Comissão Mista, foi pedido à delegação da Renamo para apresentar uma proposta de modelo de rectificação das eventuais irregularidades de aplicação do Acordo, para a integração, reintegração ou confirmação da integração nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique.
A Comissão Mista já admitiu que é verdade que, aquando da aplicação do Acordo de Roma, não houve integração de homens da Renamo na PRM e no SISE.
As partes consideram que tudo deve ser feito na base de princípios fundamentais. “Devemos preocupar-nos, a Comissão Mista, o Governo, o partido Renamo, em defender os interesses do Estado, ou seja, o interesse de todos os moçambicanos.”
O outro princípio é o de que as Forças de Defesa e Segurança são apartidárias, defendem a soberania, defendem o interesse nacional do Estado, defendem o interesse de todos os moçambicanos. Na sua acção de defesa e segurança da soberania nacional, “elas devem abster-se, de qualquer atitude que possa provocar danos à unidade, que possa manifestar alguma preferência por este ou aquele partido, que é sinal de divisão”.
Ontem, terça-feira de manhã, a Subcomissão de Descentralização Administrativa Governamental reuniu-se para trabalhos de apreciação na especialidade da revisão de nove artigos da Constituição.
Enquanto isso, continuam as hostilidades militares. Informações da província de Manica indicam que, em Cagole, no posto administrativo de Catandica, distrito do Báruè, cerca das 2h00 da madrugada do dia 18 de Setembro, as tropas governamentais foram capturar cidadãos suspeitos de serem membros da Renamo.
Segundo fontes, alguns comerciantes foram sequestrados, alegadamente por venderem produtos a elementos da Renamo.
As forças são indiciadas de terem invadido armazéns onde havia feijão-boer, tendo obrigado os guardas a carregar tudo até às suas viaturas. Segundo as mesmas fontes, os guardas foram assassinados a tiro.
Em Chissadzi, na região de Nhamitanga, tropas governamentais que se deslocavam numa viatura com produtos foram atacados por homens armados da Renamo, na manhã de segunda-feira, 19 de Setembro, tendo havido cinco feridos ligeiros e saque da mercadoria que vinha no carro.
Existem informações segundo as quais, no distrito de Magovolas, homens armados supostamente apareceram no posto administrativo de Ilute.
Segundo fontes, os homens armados foram à casa do secretário local que, ao tomar conhecimento da presença deles, pôs-se em fuga. Há relatos de que os homens armados queimaram o gabinete do secretário e a casa do chefe do posto local. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 21.09.2016

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