O diretor-executivo da Fundação MASC e o presidente do Parlamento Juvenil, duas ONG moçambicanas, defendem que Governo e Renamo devem fazer cedências para que as negociações de paz em Moçambique tenham resultados.
"Um processo negocial que tem sido marcado por falta de confiança entre as partes é sinuoso e as exigências colocadas são difíceis para cada uma das partes, pelo que o caminho passará por cedências", disse à Lusa o diretor-executivo da Fundação MASC (Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil) e politólogo, em vésperas do reatamento das negociações, previsto para segunda-feira em Maputo.
Para João Pereira, um acordo de cessar-fogo imediato exigirá que a Resistência Nacional Moçambique (Renamo) repense a sua reivindicação de governar em seis das 11 províncias moçambicanas e o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) suavize a exigência de um desarmamento incondicional da organização liderada por Afonso Dhlakama.
"Será difícil a Afonso Dhlakama aceitar o desarmamento da sua força sem a garantia de algum tipo de poder em relação às seis províncias onde exige governar", considerou o diretor-executivo da organização não-governamental.
Mesmo com o fim da atual vaga de violência militar, opondo o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança (FDS), prosseguiu João Pereira, é importante que o país avance rapidamente para um amplo debate nacional sobre uma reforma do sistema político, que permita uma maior descentralização.
"Se o país não embarcar numa reforma séria e estruturante do sistema político, teremos uma trégua apenas e não uma paz duradoura, porque há o risco de depois das eleições de 2019 voltarmos a mais um conflito militar", frisou.
Por seu turno, Salomão Muchanga, presidente do Parlamento Juvenil, uma organização não-governamental que serve de plataforma para jovens moçambicanos discutirem temas candentes da vida social e política no país, afirmou que Governo e Renamo devem retomar o diálogo com um espírito de cedência e de urgência no fim da violência armada.
"As duas partes terão de ceder, como forma de colocar o interesse nacional acima dos interesses partidários", declarou Muchanga, cuja organização tem feito pressão para a participação da sociedade civil nas negociações em curso.
Para aquele ativista, Governo e Renamo devem abandonar a intransigência como forma de chegarem a um acordo que ponha fim à violência armada.
As negociações de paz em Moçambique foram interrompidas no passado dia 24 a pedido dos mediadores internacionais, na sequência de um impasse em torno da exigência da Renamo da retirada das FDS das zonas próximas das bases do movimento no distrito da Gorongosa, centro do país, onde se presume esteja refugiado Afonso Dhlakama.
A exigência de um corredor de segurança visa, segundo a Renamo, permitir a deslocação dos mediadores internacionais para um encontro com o líder do principal partido de oposição.
A Renamo exige governar em seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo de fraude no escrutínio.
As FDS e o braço armado da Renamo têm-se envolvido em confrontos no centro e norte do país e a crise também tem sido marcada por troca de acusações sobre raptos e assassínios políticos de membros dos dois principais partidos moçambicanos, além de relatos de emboscadas e ataques em estradas e localidades atribuídas pelas autoridades ao braço armado da oposição.
PMA // VM
Lusa – 10.09.2016
"Se o país não embarcar numa reforma séria e estruturante do sistema político, teremos uma trégua apenas e não uma paz duradoura, porque há o risco de depois das eleições de 2019 voltarmos a mais um conflito militar", frisou.
Por seu turno, Salomão Muchanga, presidente do Parlamento Juvenil, uma organização não-governamental que serve de plataforma para jovens moçambicanos discutirem temas candentes da vida social e política no país, afirmou que Governo e Renamo devem retomar o diálogo com um espírito de cedência e de urgência no fim da violência armada.
"As duas partes terão de ceder, como forma de colocar o interesse nacional acima dos interesses partidários", declarou Muchanga, cuja organização tem feito pressão para a participação da sociedade civil nas negociações em curso.
Para aquele ativista, Governo e Renamo devem abandonar a intransigência como forma de chegarem a um acordo que ponha fim à violência armada.
As negociações de paz em Moçambique foram interrompidas no passado dia 24 a pedido dos mediadores internacionais, na sequência de um impasse em torno da exigência da Renamo da retirada das FDS das zonas próximas das bases do movimento no distrito da Gorongosa, centro do país, onde se presume esteja refugiado Afonso Dhlakama.
A exigência de um corredor de segurança visa, segundo a Renamo, permitir a deslocação dos mediadores internacionais para um encontro com o líder do principal partido de oposição.
A Renamo exige governar em seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo de fraude no escrutínio.
As FDS e o braço armado da Renamo têm-se envolvido em confrontos no centro e norte do país e a crise também tem sido marcada por troca de acusações sobre raptos e assassínios políticos de membros dos dois principais partidos moçambicanos, além de relatos de emboscadas e ataques em estradas e localidades atribuídas pelas autoridades ao braço armado da oposição.
PMA // VM
Lusa – 10.09.2016
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