Escrito por Redação em 27 Setembro 2016 |
Armindo Ncuche foi crivado de balas por volta das 13h30, na vila de Moatize, a caminho de casa, após o término da quarta sessão daquele órgão que fiscaliza, controla o governo provincial e o aprova o seu programa. O encontro, reservado a perguntas e respostas, culminou com a aprovação do orçamento provincial para 2017. A AP de Tete é dominada pela Renamo, com 42 assentos, contra os 37 da Frelimo e três do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Fabião Bzingo, presidente daquele órgão, classificou de “cínica, cobarde, macabra e brutal” a acção dos malfeitores contra um homem que, no seu entender, era franco e persuasivo nas suas intervenções. Esta situação “incomodou aqueles que desenharam e executaram o assassinato”. Para além de delegado político da sua formação política em Moatize, Armindo Ncuche ocupava o cargo de presidente da Comissão para Assuntos Económicos e Desenvolvimento Local na AP. A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Tete disse que ainda não tem pistas dos malfeitores, mas já há uma investigação em curso. Não se sabe ao certo por que motivo Armindo Ncuche foi morto, mas a Renamo, localmente, acusa o seu eterno rival, a Frelimo. Esta, por sua vez, classificou, através de Fernando Bemane, primeiro secretário do comité provincial em Tete, de descabida tal imputação de responsabilidades. Tete é uma das seis províncias onde o partido liderado por Afonso Dhlakama reivindica vitória nas eleições gerais e, há meses, na mesma província, foram relatados casos de violação dos direitos humanos supostamente protagonizados pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS). Em Manica, outra parcela do país reivindicada pela “Perdiz” no âmbito das últimas eleições e onde os confrontos militares são constantes, esta formação política alega ter descoberto, na mesma quinta-feira, seis corpos no leito do rio Mussapa, no distrito de Sussundenga. Contudo, as autoridades policiais disseram que desconhecem o assunto. Refira-se que o atentado contra Ivone Soares deu-se, também, numa quinta-feira (08). No dia seguinte, a vítima disse à imprensa que não sabia quem teria engendrado tal acto, pelo que não estava em altura de acusar ninguém. Enquanto isso, o diálogo político que, ora, conta com a interposição de mediadores/facilitadores internacionais, indicados por cada uma das partes em braço-de-ferro, está longe de ser uma solução rápida para a actual crise e tensão político-militar em Moçambique. Nesse contexto, o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, parecem estar cada vez mais distantes um do outro, pese embora o alegado encontro ao mais alto nível, anunciado há meses. |
"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Indivíduos armados matam membro da Renamo na Assembleia Provincial de Tete, dias após o atentado contra Ivone Soares
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