"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



terça-feira, 20 de setembro de 2016

Nyusi deve suspender presidências abertas e deslocações ao exterior para se dedicar a paz


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É de todo indisfarçável que o estado actual da nação é mau, pior que atípico como já foi descrito, no ano passado, pela própria mais alta magistratura da nação, mergulhado numa péssima conjuntura sóciopolítico-militar-e-económico sem precedentes.
A inversão do actual cenário de crise do estado remete o envolvimento comprometido de todos os moçambicanos a começar pelo cidadão número 1, nomeadamente o Presidente da República.
O Presidente da República que é igualmente o Chefe do Governo, o Chefe do Conselho de Estado, o mais alto Magistrado da Nação, o Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança e ainda o Presidente do partido que domina o Parlamento, entre outros cargos e com todos os poderes que possui, não escapa que é quem deve tomar a dianteira no enfrentamento de toda crise vigente nacional.
Isso sugere uma entrega total e sem trégua do cidadão Filipe Nyusi para salvar a pátria que a cada dia que passa está a mergulhar-se para o “fundo do poço”.
Se já onde o país está e sempre esteve tem faltado capacidade para a sua salvação, imagina-se quando estiver totalmente afundado.
O Presidente da República não só não deve poupar esforço mas, sobretudo, deve mostrar o seu comprometimento a favor da paz com acções concretas que transcendem a simples vontade que qualquer um pode manifestar através de orações públicas.
Os religiosos, por exemplo, quando perseguem uma causa humana e socialmente importante abstém-se de várias práticas quotidianas, incluindo jejuam, dando provas de sacrifício e entrega para receber a bênção divina.
Essa manifestação é igualmente válida aos administradores políticos e governativos, a quem sugerimos numa altura de crise como essa em que o país se encontra, com crise de entendimento entre os seus sectores sociais, em guerra e com escassez de recursos, a ponto de não conseguir implementar os programas de provisão dos serviços essenciais à população, devem abdicar-se de várias práticas, começando pelo cidadão nº 1 do país, a quem já apelamos no título do presente editorial para suspender toda actividade relativa as presidências abertas e deslocações ao exterior para se dedicar a busca da paz.
Independentemente de toda circunstância, uma deslocação ao exterior é sempre um luxo. E a luxúria não se recomenda a quem não tem recursos e está em crise.
Uma deslocação do Chefe do Estado ao exterior custa uma fortuna ao país, devido ao aparato que a caracteriza.
Até pode ser que o Presidente da República necessite deslocar-se pessoalmente ao exterior como forma de procurar reforçar as relações de cooperação e a promoção de iniciativas visando o desenvolvimento do país com a ajuda externa, a realidade nos ensina que os resultados serão nulos enquanto o país não tiver paz.
Filipe Nyusi deve se ocupar primeiro nas questões da paz interna para depois atrair o desenvolvimento e nunca o contrário.
Numa situação de crise como a actual, o Chefe de Estado deve incrementar o serviço da diplomacia interna, conferindo autoridade e capacidade de persuasão para convidar quem acha importante para se deslocar ao país e estabelecer conversações. E aí os ganhos seriam bem maiores, porquanto durante o período da visita o país vende vários serviços e não o contrário em que tem de pagar.
O AUTARCA – 19.09.2016

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