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Escrito por Adérito Caldeira em 16 Setembro 2019 (Actualizado em 17 Setembro 2019) |
Verónica Macamo, Margarida Talapa, Ivone Soares, Vitória Diogo, Nazira Abdula são algumas das mulheres mais poderosas de Moçambique pelos cargos que ocupam nos órgãos do Estado e no Governo no entanto, e apesar do discurso oficial apregoar a paridade do género o apurou que alcançar a igualdade está cada vez mais longe, “nos órgão de tomada de decisão as mulheres têm uma representatividade inferior em a relação a homens”.
Num documento intitulado “Mulheres e homens 2018” o Instituto Nacional de Estatística apurou que embora o número de funcionários tenha aumentado em 11 por cento, de 10 641 em 2015 para 11 838 em 2017, a maioria continuam a ser do sexo masculino, 65 por cento.
O Índice de Paridade de Género compilado pelo INE “mostra que no geral há disparidade entre os funcionários e agentes do Estado em cargos governativos, de direcção, chefia e confiança, sendo 100 funcionários do sexo masculino para 53 do sexo feminino em 2015 e 50 em 2017”.
No Governo de Filipe Nyusi a maioria das mulheres ocupam o cargo de vice-ministros “com maior representatividade do sexo feminino em relação aos outros com IPG de 0,80, seguindo os deputados com 0,64”.
“Com a excepção do cargo ”Funcionários e Agentes de Estado que exercem cargos de confiança” com o Índice de Paridade de Género de 1,44 e 1,46 para 2015 e 2017, os restantes cargos são constituídos na maioria por indivíduos do sexo masculino, com maior disparidade em cargos de “Dirigentes e quadros de direcção e chefia a nível distrital” e “Funcionário e Agentes de Estado com cargos governativos” com Índice de Paridade de Género de 0,33 e 0,44, respectivamente, em 2017”, refere o documento que estamos a citar.
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Moçambique longe de alcançar Objectivo de Desenvolvimento Sustentável nº5
O INE indica ainda que “Há disparidade dos funcionários e agentes do estado em todas províncias a favor de funcionários do sexo masculino, com excepção de Maputo Cidade que embora com tendência a equilibrar o género em 2015, registou 104 do sexo feminino para 100 de masculino. As províncias da região Norte incluindo Manica, registaram maior disparidade a favor de funcionários do sexo masculino, cujos índices são abaixo de 60”.
Estes dados mostram que Moçambique está cada vez mais longe de alcançar o Objectivo de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas número 5 que preconiza: “Garantir a participação plena e efectiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, económica e pública”.
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Estes números desmentem a promessa do Presidente Filipe Nyusi que a propósito das comemorações do Dia da Mulher Moçambicana disse ser “o momento em que reafirmamos o nosso compromisso colectivo de que a mulher camponesa, operária, funcionária, estudante, mulher nas Forças de Defesa e Segurança, empregada doméstica, a mulher desempregada é nossa parceira estratégica no processo de desenvolvimento do país, por isso, é imperioso que ela faça parte deste mesmo processo”.
Nyusi apregoou ainda a “necessidade de empregarmos metodologias e tecnologias cada vez mais criativas e inovadoras para acelerarmos o passo rumo à igualdade de género verdadeira”.
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"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
terça-feira, 17 de setembro de 2019
Paridade do género nos Lugares de Decisão em Moçambique piorou com Nyusi
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