"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



terça-feira, 22 de outubro de 2013


Renamo diz que exército "tomou" residência de Afonso Dhlakama

21 de Outubro de 2013, 17:41

A Renamo, principal partido da oposição, disse hoje que o exército "fustigou e tomou" a residência do seu líder, Afonso Dhlakama, obrigando-o a abandonar a casa para um local não revelado, onde "está de boa saúde".

"Neste momento em que estou a vos falar, Sathundjira está a ser fustigada com armamento bélico. Tomaram a residência do presidente Afonso Dhlakama", afirmou o porta-voz da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), Fernando Mazanga, através de um comunicado que leu durante uma conferência de imprensa em Maputo.
Hoje, a imprensa moçambicana dava conta de um cerco montado pelo exército moçambicano à volta da casa de Afonso Dhlakama, em Santhundjira, uma antiga base da guerrilha da Renamo, na província de Sofala, centro do país, onde o líder do principal partido da oposição se instalou há mais de um ano em protesto contra a alegada ditadura do governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
Segundo o principal partido da oposição, Afonso Dhlakama abandonou a habitação atacada pelo exército moçambicano e encontra-se de "boa saúde e com moral bastante elevado".
"O objetivo da Frelimo e do seu presidente, Armando Guebuza, é de assassinar o presidente Afonso Dhlakama, para subjugarem a vontade dos moçambicanos, pois ele jamais permitiria que os moçambicanos fiquem acorrentados na ideologia de partido único", acusou Fernando Mazanga.
Apelando à calma dos moçambicanos, o porta-voz da Renamo declarou que o líder do movimento ainda não "ordenou" a resposta das suas forças à alegada incursão do exército, tendo "autorizado" apenas a retirada da população que vive perto da residência.
O Governo ainda não se pronunciou sobre as alegações da Renamo.
O cerco à casa de Afonso Dhlakama é um sinal do recrudescimento da tensão político-militar em Moçambique, a pior desde a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP) em 1992, causada pela recusa do principal partido da oposição em participar nas eleições autárquicas de 20 de novembro.
A Renamo está a boicotar as próximas eleições autárquicas por ter visto rejeitada a exigência de inclusão na lei eleitoral do princípio da paridade na composição dos órgãos eleitorais, aos quais acusa de favorecerem a Frelimo.

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