"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sexta-feira, 10 de junho de 2011

REFLECTINDO SOBRE A PRESIDÊNCIA ABERTA


 
SOBRE A PRESIDÊNCIA ABERTA E INCLUSIVA
Para aqueles que leêm a revista Vida Nova, esta reflexão não será novidade pois meses atrás apareceu publicado. aquele que estão fora e não têm acesso a esta revista aqui podemos reflectir juntos.
Nos dias que correm temos assistido na TVM, e noutros canais repetidas vezes, falar-se da visita do Chefe do Estado e da “Presidência Aberta”. Segundo os discursos políticos actuais há uma imperiosa necessidade de diminuir os índices de pobreza existentes no país, com vista a contribuir na redução significativa da pobreza e na melhoria da condição de vida de muitos moçambicanos.

É verdade que, com as visitas do Presidente alguns dirigentes têm se empenhado em apresentar não só um relatório bonito, mas também e, sobretudo obras que justifiquem o facto de ter sido confiado a servir o povo como Governador, Administrador de um Distrito x ou y, Chefe do Posto Administrativo e por ai fora.

É muito importante que o Chefe do Estado, o pai altíssimo deste belo Moçambique chegue ao ponto mais recôndito fazendo contactos com o seu povo, conhecendo de perto as preocupações e as realizações que caracterizam os diferentes pontos do país e promovendo a cultura de auto estima.

A minha inquietação surge na maneira como estas visitas têm acontecido, e sobretudo na deslocação dos GRANDES deste País. Não sei se o Presidente está preocupado com o povo ou com ele mesmo! Alias, se ele estivesse interessado em conhecer as preocupações do povo, ele viajaria nas pobres estradas para saber o quanto elas precisam de reabilitação.

No meu ponto de vista, a Presidência aberta carrega consigo somas avultadas para o país, em outras palavras, o cidadão paga isto com o seu suor, pois os impostos pagos por cada contribuinte não são canalizados para o fim necessário, pois são drenados para uma minoria afortunada, quando devia ser usado para o real combate a pobreza deste belo Moçambique.

O Cidadão, Armando Emílio Guebuza, Presidente deste país limita-se a ouvir depoimentos das dez pessoas que se voluntariam para expressar-se a pedido dele nos comícios que ele orienta nos lugares por onde ele  passa e, deixa de ver, observar e vivenciar as dificuldades do povo. O Sr. Presidente não viaja de carro, o que torna as suas viagens muito caras, ou melhor as mais caras. Só para ilustrar, ele viaja com 7 helicópteros alugados duma empresa, a custo de mais ou menos $2000.00 USD a hora por cada helicóptero. A presidência aberta está há três semanas e tudo indica que vai durar mais.

Estudiosos, pesquisadores, dirigentes e agentes económicos, públicos e privados, já sentaram em seminário ou workshop, para discutir os gastos feitos nestas viagens? Caros deputados da Assembleia da República, aprovaram estes montantes para a visita do Presidente e a sua Comitiva?

Se isto aconteceu, então não digam que são representantes do Povo, pois mandatários do povo pobre, nunca aprovariam estes gastos.
Se existe dinheiro que chegue, tal como se alugam helicópteros bem caros, porque não se pensa em construir-se uma linha férrea que ligue o norte ao sul por meio de comboios eléctricos, algo que seria do agrado da maioria e melhoria a vida de muitos povos?

Moçambique é um país banhado pela costa marítima do Norte ao Sul, mas não possui uma embarcação (navio) para transporte de pessoas e bens em curto espaço de tempo. Isto sim, estaria a combater a pobreza neste país e estaria a concorrer com os Transportes Interprovinciais.

Talvez seja a minha ignorância, mas eu estou certo que Moçambique tem tudo para ser um país rico, há dinheiro suficiente para colocar asfalto em todo país, tanto em estradas primárias, como as secundárias, assim como as terciárias. O que existe é má gestão dos fundos existentes e do dinheiro que nós pagamos com impostos que não acabam, IRPS, INSS, IVA, I... não sei o que mais.

Não é desta forma que se pode combater a pobreza absoluta. Não se trata de um investimento que se espera que a curto ou médio prazo, traga frutos ao país. Trata-se sim de gastos que tornam o povo mais pobre, pois o dinheiro gasto em viagens de “Presidência aberta”, podia muito bem ser usado para ligar cada ponto deste Moçambique unido por meio de estradas transitáveis e pontes. A ser assim, não estamos de maneira nenhuma a combater pobreza neste país!
 

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