21/10/2019
A Opinião de Gilberto Correia
Sinceramente, o número de indícios de irregularidades e de ilícitos eleitorais que vão chegando ao domínio público começa a ser preocupante.
Mais preocupante é constatar, nas hostes vencedoras, total silêncio sobre esses elementos pouco abonatórios, indignos e ilegais que vão sendo publicamente revelados.
Como dizia Martin Luther King Jr, o que mais assusta é o silêncio dos bons, ou melhor, daqueles que deviam ser bons.
Este clima de vale tudo, de que os fins justificam o emprego de quaisquer meios, é assustador, quer quanto ao nosso presente como Nação, quer quanto ao nosso futuro.
Era preciso que, ao invés de aplausos ruidosos para calar a voz interior da nossa consciência cidadã, pudesse haver um consenso geral de que todos os indícios que obscurecem ou criam duvidas sobre o mérito e a correção da vitória fossem devidamente investigados e apurados até ao total esclarecimento.
Qualquer sociedade sã, qualquer Estado normal, assim o faria.
Qual a vantagem dessa suspeição que vai crescendo dia após dia? Qual a lição que daí retiramos? Com estes exemplos o que estamos a ensinar aos nossos filhos? O que estamos a construir para o nosso futuro colectivo?
Há coisas que acontecem nesta nossa “ pátria amada” que fariam corar de pudor o próprio Nicolau Maquiavel. Não devemos nos orgulhar disso. Nem sequer aceitar a ideia que o recurso a meios ilegítimos nos permite conseguir fins legítimos.
Espero que quem de Direito venha explicar o que de facto são esses indícios que estamos a tomar conhecimento, dia após dia, e que não só nos perturbam como assustam.
Todos merecemos ficar esclarecidos, para encararmos o futuro sem reservas e nem dúvidas perturbadoras.
As vitórias eleitorais devem ser formais, seguramente, mas também, e sobretudo, materiais.
Elucidem-nos, por favor, foi uma gloriosa vitória ou uma vitória sem glória?
Só assim é que poderá dar certo!
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