23/10/2019
Por Edwin Hounnou
As eleições a continuarem nos actuais moldes, não vale a pena o Estado endividar-se em relação ao estrangeiro ou desviar esforços económicos do povo para financiar palhaçadas. A Frelimo precisa entender que existem regimes monárquicos não ditatoriais e outros que se fazem de democráticos sem necessidade de se camuflarem por detrás de nada que lhe granjeie simpatias pelo mundo fora.
Não se deve envergonhar por ser uma monarquia. Devia se envergonhar por ser uma monarquia antidemocrática que tudo faz para aniquilar a democracia e as liberdades dos cidadãos. No passado recente, no Malawi, nosso vizinho, Ngwazi Hasting Kamuzu Banda havia implantado um regime semelhante ao que Filipe Nyusi pretende impor a nós, através de eleições de fachada.
O velho Banda humilhava seus adversários políticos com “5-0”, ficando, para o seu partido, todas as províncias e o parlamento quase inteiro. Proclamava-se como enviado do Senhor para salvar o povo. Entre nós, também, ouvimos ditadores e caloteiros a serem comparados, por seus acólitos, a Jesus Cristo.
Com o tal regime ditatorial, muitos cidadãos malawianos refugiavam-se em Moçambique e nós tivemos a ocasião de conviver com alguns deles, na província de Tete e contavam como eram tratados no seu país. Falavam da perseguição a que eram sujeitos por “Young Pioners”, uma espécie de OJM que funcionava como polícia secreta que aniquilava os adversários do regime, obrigando-os a terem que procurar lugares seguros além-fronteira.
Banda orgulhava-se de vencer as eleições por 99.9%, sem reparar para os danos que isso provocava no povo. De calções de caqui, peúgas altas, a estilo de farmeiro inglês, não se coibia de dizer “this is my people” – este é o meu povo.
As coisas mudam e os tempos também. Hoje, ouvimos falar de “onda vermelha” que compra consciência, introduz votos falsos nas urnas, distribui dinheiro pelos fracos, usurpa fundos públicos, atrasa disponibilizar fundos pelos partidos concorrentes, impede aos outros partidos de fazer politica, fecha territórios aos demais partidos, faz calote e distribui prémios pelos maus servidores públicos.
Ao procederem de tal forma pretendem transmitir a ideia que eles são os melhores e merecem a confiança do povo. Assim, eles se acham no direito de manipular a vontade dos eleitores, colocando-se, sem o merecer, no lugar de eternos vencedores das eleições fraudulentas. Temos outros tantos maus exemplos, no Continente Africano. Paul Kagamé, amigo da Renamo, instalou no Rwanda um sistema político que lhe permite eliminar os seus adversários e torná-lo líder incontestável.
Kagamé vence, como Nyusi, as eleições com um fosso abismal em relação aos seus concorrentes. O actual líder Rwandês persegue e manda assassinar seus adversários políticos no estrangeiro. Vimos cidadãos Rwandeses a serem massacrados em Maputo. Estudantes universitários do Rwanda, em Maputo, têm passado por momentos infernais de perseguição. Os esquadrões da morte de Kagamé até invadem salas de aulas e residências universitárias à procura de inimigos.
Ao invés de gastar rios de dinheiro para montar uma peça teatral, Nyusi que deixe a vergonha de fora e faça como o discípulo da Frelimo, Yoweri Musseveni, o ditador do Uganda. Este não gasta fundos públicos para mentir aos seus concidadãos nem aos eternos doadores de regimes corruptos de África. Em todas as eleições havidas, já se sabe quem as ganha e assim não se perde tempo nem deixa as pessoas com nervos à flor da pele.
As eleições a continuarem nos actuais moldes, não vale a pena o Estado endividar-se em relação ao estrangeiro ou desviar esforços económicos do povo para financiar palhaçadas. A Frelimo precisa entender que existem regimes monárquicos não ditatoriais e outros que se fazem de democráticos sem necessidade de se camuflarem por detrás de nada que lhe granjeie simpatias pelo mundo fora.
Não se deve envergonhar por ser uma monarquia. Devia se envergonhar por ser uma monarquia antidemocrática que tudo faz para aniquilar a democracia e as liberdades dos cidadãos. No passado recente, no Malawi, nosso vizinho, Ngwazi Hasting Kamuzu Banda havia implantado um regime semelhante ao que Filipe Nyusi pretende impor a nós, através de eleições de fachada.
O velho Banda humilhava seus adversários políticos com “5-0”, ficando, para o seu partido, todas as províncias e o parlamento quase inteiro. Proclamava-se como enviado do Senhor para salvar o povo. Entre nós, também, ouvimos ditadores e caloteiros a serem comparados, por seus acólitos, a Jesus Cristo.
Com o tal regime ditatorial, muitos cidadãos malawianos refugiavam-se em Moçambique e nós tivemos a ocasião de conviver com alguns deles, na província de Tete e contavam como eram tratados no seu país. Falavam da perseguição a que eram sujeitos por “Young Pioners”, uma espécie de OJM que funcionava como polícia secreta que aniquilava os adversários do regime, obrigando-os a terem que procurar lugares seguros além-fronteira.
Banda orgulhava-se de vencer as eleições por 99.9%, sem reparar para os danos que isso provocava no povo. De calções de caqui, peúgas altas, a estilo de farmeiro inglês, não se coibia de dizer “this is my people” – este é o meu povo.
As coisas mudam e os tempos também. Hoje, ouvimos falar de “onda vermelha” que compra consciência, introduz votos falsos nas urnas, distribui dinheiro pelos fracos, usurpa fundos públicos, atrasa disponibilizar fundos pelos partidos concorrentes, impede aos outros partidos de fazer politica, fecha territórios aos demais partidos, faz calote e distribui prémios pelos maus servidores públicos.
Ao procederem de tal forma pretendem transmitir a ideia que eles são os melhores e merecem a confiança do povo. Assim, eles se acham no direito de manipular a vontade dos eleitores, colocando-se, sem o merecer, no lugar de eternos vencedores das eleições fraudulentas. Temos outros tantos maus exemplos, no Continente Africano. Paul Kagamé, amigo da Renamo, instalou no Rwanda um sistema político que lhe permite eliminar os seus adversários e torná-lo líder incontestável.
Kagamé vence, como Nyusi, as eleições com um fosso abismal em relação aos seus concorrentes. O actual líder Rwandês persegue e manda assassinar seus adversários políticos no estrangeiro. Vimos cidadãos Rwandeses a serem massacrados em Maputo. Estudantes universitários do Rwanda, em Maputo, têm passado por momentos infernais de perseguição. Os esquadrões da morte de Kagamé até invadem salas de aulas e residências universitárias à procura de inimigos.
Ao invés de gastar rios de dinheiro para montar uma peça teatral, Nyusi que deixe a vergonha de fora e faça como o discípulo da Frelimo, Yoweri Musseveni, o ditador do Uganda. Este não gasta fundos públicos para mentir aos seus concidadãos nem aos eternos doadores de regimes corruptos de África. Em todas as eleições havidas, já se sabe quem as ganha e assim não se perde tempo nem deixa as pessoas com nervos à flor da pele.
Querendo, e é para lá onde caminhamos, a Frelimo pode copiar o regime de Pyongyang, de Kim Jong-un, o pankista de 35 anos, onde a liberdade de expressão e de opinião é nula. Na Coreia do Norte, é proibido pensar de modo não oficial e Kim Jong-un é o tal sol que
nunca desce e com ele tudo dá certo. Ou pode fazer aquilo que a China comunista tem praticado – os partidos da oposição pesam menos que uma pena de um pombo.
No parlamento não têm nenhuma expressão. São, apenas, partidos figurativos. A Frelimo tem feito tudo o que está ao seu alcance para que a Renamo e MDM sejam, apenas, partidos decorativos através de enchimentos de urnas com votos falsos, perseguição política e uso abusivo dos meios públicos tais como efectivos, viaturas, dinheiros a granel que girou nas mãos tanto dos agentes do regime quanto nos membros das assembleias de voto, combustíveis e lubrificantes.
Chegam-nos informações de fontes próximas às eleições que sugerem que para além do dinheiro disponibilizado pelo STAE aos MMV (Membros das Mesas de Voto) a Frelimo deu mais cinco mil meticais a cada presidente com a promessa de encaixar mais a quem garantir vitória. Assim, o esforço para garantir a vitória para a Frelimo e seu candidato foi a ferro e fogo. O envelope estava lá à espera.
Vimos um enorme esforço para o enchimento das urnas. Os secretários de bairro estavam de olho nas assembleias de voto. A ordem de “votou, vai esperar em casa” era dirigida apenas a membros e simpatizantes da oposição. A prática demonstrou que era ordem selectiva.
Saudamos a decisão da Renamo e MDM de não reconhecerem os resultados destas eleições por serem falsos e fraudulentos. A Renamo e o MDM deveriam apelar à comunidade internacional para não reconhecer o governo que for a sair destas eleições.
Deveriam exigir a realização de novas eleições em que todos os concorrentes partam da mesma posição e tenham as mesmas oportunidades.
Não é justo que Nyusi use o jacto da Presidência da República para a sua campanha enquanto os outros ficam à espera de fundos da Comissão Nacional de Eleições.
A Renamo e MDM que chamem o povo para uma manifestação magistral para veremos os fraudulentos a fugirem em fraldas sujas. Os regimes ditatoriais não deixam o poder pelo voto popular.
Apelamos à comunidade internacional que tem legitimado um regime corrupto e violento para que pare e olhe para o sofrimento por que passa o povo moçambicano. A União Europeia e os Estados Unidos que não se limitem na lengalenga do “houve irregularidades que não influenciam o resultado final”. Isto é um discurso que serve para defender os fraudulentos.
O povo espera acções concretas que punam os fraudulentos e ladrões que se desejam eternos no poder. O povo quer justiça e não discursos bonitos.
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 23.10.2019
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