10/10/2019
Por Edwin Hounnou
Vivemos numa sociedade extremamente intolerante. O partido Frelimo tem feito vida negra aos partidos da oposição por não os deixar fazer campanha - persegue-os, agride-os e destrói os panfl etos dos seus “inimigos”.
Muitos dos membros da oposição receiam fazer campanha que temerem perseguições. Indivíduos do partido Frelimo andam a avisar que quem votar na oposição, em referência à RENAMO e ao MDM, vai se ver mal. Em conta disso, membros da oposição esquivam-se de participar das campanhas como forma de evitar problemas e serem perseguidos pelos secretários ao serviço do partido Frelimo.
O nível da violência revela, mais uma vez, a verdadeira face antidemocrática do partido no poder. O que vem escrito na Lei-Mãe, de que um indivíduo é livre de pertencer a um partido ou a nenhum, é para embelezar a Constituição. Na realidade, em Moçambique, a factura de não pertencer ao partido Frelimo é muito pesada.
Estes factos são, por ironia, protagonizados pelo partido que se pretende campeão da paz e reconciliação. Os dirigentes do partido Frelimo nunca saíram a condenar as atitudes dos seus apoiantes quando esses impedem os partidos da oposição fazer campanha e agridem caravanas dos seus adversários. O silêncio da Frelimo, em relação às agressões contra a oposição é traduzido como um alinhamento tácito com os arruaceiros e agressores que perturbam e batem nos seus adversários. Eles têm a permissão da direcção do partido e, também, gozam do apoio logístico como combustíveis e bebidas alcoólicas para se drogarem. Para quem tenha acompanhado o desenrolar da campanha eleitoral não lhe resta mais dúvidas de que o partido Frelimo seja o maior agressor da paz e da reconciliação.
Todas as guerras por que passamos, desde a independência nacional, resultaram da intolerância política por a Frelimo não aceitar o pensar diferente. É um grande sacrilégio admitir e ouvir opinião diferente. Tudo que venha de fora das suas fi leiras é opinião do inimigo, deve ser rejeitado. Este tipo de postura política representa um grande perigo à paz e ameaça a reconciliação nacional.
Em Moçambique do partido Frelimo, democracia é aceitar as ideias e práticas do Partido-Estado. Repudiar o tal modus vivendi é sujeitar-se ao ostracismo, é correr o risco de ser considerado cidadão de segunda categoria. É isso que torna a democracia que vivemos atípica – democracia e reconciliação é juntar-se ao partido Frelimo. É não contestar e aceitar que os roubos e calotes ocorram de forma livre.
Em Macossa, distrito a nordeste de Manica, vimos cenas bizarras e de tamanha baixeza. Brigadas do MDM foram agredidas por elementos do partido Frelimo quando esses tentavam colar panfl etos no mercado local, sob ameaças de que apenas o partido Frelimo está autorizado a fazer política naquele distrito. Os malfeitores insultavam aos gritos e ordenavam para que, de imediato, o MDM se retirasse do local. Valeu a intervenção da polícia que evitou que o pior acontecesse.
Vivemos numa sociedade extremamente intolerante. O partido Frelimo tem feito vida negra aos partidos da oposição por não os deixar fazer campanha - persegue-os, agride-os e destrói os panfl etos dos seus “inimigos”.
Muitos dos membros da oposição receiam fazer campanha que temerem perseguições. Indivíduos do partido Frelimo andam a avisar que quem votar na oposição, em referência à RENAMO e ao MDM, vai se ver mal. Em conta disso, membros da oposição esquivam-se de participar das campanhas como forma de evitar problemas e serem perseguidos pelos secretários ao serviço do partido Frelimo.
O nível da violência revela, mais uma vez, a verdadeira face antidemocrática do partido no poder. O que vem escrito na Lei-Mãe, de que um indivíduo é livre de pertencer a um partido ou a nenhum, é para embelezar a Constituição. Na realidade, em Moçambique, a factura de não pertencer ao partido Frelimo é muito pesada.
Estes factos são, por ironia, protagonizados pelo partido que se pretende campeão da paz e reconciliação. Os dirigentes do partido Frelimo nunca saíram a condenar as atitudes dos seus apoiantes quando esses impedem os partidos da oposição fazer campanha e agridem caravanas dos seus adversários. O silêncio da Frelimo, em relação às agressões contra a oposição é traduzido como um alinhamento tácito com os arruaceiros e agressores que perturbam e batem nos seus adversários. Eles têm a permissão da direcção do partido e, também, gozam do apoio logístico como combustíveis e bebidas alcoólicas para se drogarem. Para quem tenha acompanhado o desenrolar da campanha eleitoral não lhe resta mais dúvidas de que o partido Frelimo seja o maior agressor da paz e da reconciliação.
Todas as guerras por que passamos, desde a independência nacional, resultaram da intolerância política por a Frelimo não aceitar o pensar diferente. É um grande sacrilégio admitir e ouvir opinião diferente. Tudo que venha de fora das suas fi leiras é opinião do inimigo, deve ser rejeitado. Este tipo de postura política representa um grande perigo à paz e ameaça a reconciliação nacional.
Em Moçambique do partido Frelimo, democracia é aceitar as ideias e práticas do Partido-Estado. Repudiar o tal modus vivendi é sujeitar-se ao ostracismo, é correr o risco de ser considerado cidadão de segunda categoria. É isso que torna a democracia que vivemos atípica – democracia e reconciliação é juntar-se ao partido Frelimo. É não contestar e aceitar que os roubos e calotes ocorram de forma livre.
Em Macossa, distrito a nordeste de Manica, vimos cenas bizarras e de tamanha baixeza. Brigadas do MDM foram agredidas por elementos do partido Frelimo quando esses tentavam colar panfl etos no mercado local, sob ameaças de que apenas o partido Frelimo está autorizado a fazer política naquele distrito. Os malfeitores insultavam aos gritos e ordenavam para que, de imediato, o MDM se retirasse do local. Valeu a intervenção da polícia que evitou que o pior acontecesse.
No dia seguinte, uma brigada do MDM deslocou a uma localidade chamada Mussagaze que fi ca um pouco mais de 25 km da Vila-Sede. O partido Frelimo mobilizou 18 motociclistas, equipou-os de vuvuzelas e perseguiram os membros do MDM à Mussangaze, onde foram perturbar a campanha adversária. Perseguiam o MDM de casa em casa ao ponto de irritarem os membros das autoridades tradicionais que nos confessaram que o que aqueles tipos estavam a fazer ultrapassava os limites de uma convivência humana.
Em Nhampassa, no distrito de Bárue, todos os panfl etos de campanha do MDM foram raspados por simpatizantes do partido Frelimo, em menos de 24 horas, depois da sua colagem. Não se pode dizer que os zaragateiros do partido Frelimo fazem a desordem por iniciativa própria. Trata-se de uma acção premeditada e, centralmente, planifi cada. Inviabilizar a campanha do outro é política do partido governamental – criar ódio no adversário.
Quando perseguem, agridem e proíbem que, também, façam campanha, têm em mente que estão a neutralizar o inimigo do partido Frelimo, para o gáudio dos dirigentes do partido que se julgam enviados por Deus para governar o povo moçambicano. Até os candidatos ao cargo de Presidente da República da RENAMO e do MDM, respectivamente, Ossufo Momade e Daviz Simango, foram violentados por membros do partido Frelimo.
Não há notícias dando conta que o partido Frelimo condenou ou se distanciou do comportamento dos seus militantes. Um partido que se bate pela paz não procede de tal modo. O partido Frelimo permite que aos seus militantes e simpatizantes aterrorizarem outros concorrentes, fazendo da campanha um inferno. O partido Frelimo não vai a tempo de fazer qualquer alteração à sua postura marcando, desse modo, estas eleições de 15 Outubro as mais violentas que, alguma vez, ocorreram desde que se introduziu o sistema multipartidário, no país.
Nem a benevolência dos observadores internacionais que nos habituaram com a velha cantiga de que “as irregularidades ocorridas não alteram o resultado” salvarão o partido Frelimo da mancha de que faz ilegalidades para se manter no poder.
Em Moçambique, o poder político é imposto ao povo pelos órgãos eleitorais, tribunais, polícia e abençoado pelos países que saqueiam os nossos recursos naturais. O povo não tem palavra nem acção.
CM – 10.10.2019
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