24/10/2019
Polícia prometeu pronunciar-se esta quinta-feira sobre ataque contra uma viatura na Estrada Nacional 1 (EN1), que liga o centro ao norte do país, na província de Sofala, que provocou a morte de um condutor.
Um grupo armado, ainda desconhecido, disparou contra uma viatura, que acabou queimada, tendo o corpo do condutor sido encontrado carbonizado no local, em Ncondezi, junto a uma ponte sobre o rio Púnguèna, no distrito de Nhamatanda, disseram testemunhas ouvidas pela Lusa no local.
As mesmas fontes descreveram que se tratou uma viatura de patrulha das Forças de Defesa e Segurança de marca Mahindra, de cor verde e com características das viaturas que as autoridades usam para patrulhar aquele troço naquela região, que tem sido alvo de ataques a autocarros e camiões de carga desde agosto.
Contactada pela Lusa, a Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala não esclareceu se o ataque foi contra um carro de patrulha, prometendo, no entanto, pronunciar-se na quinta-feira (24.10), na cidade da Beira.
Samuel Nhambanga, um condutor que passou pelo local pouco tempo depois do ataque, contou que ouviu disparos quando estava nas proximidades e foi alertado que se travava de um ataque por um camionista, que tinha escapado dos disparos. "Depois de uma pausa novos disparos mais intensos ainda foram ouvidos", acrescentou Samuel Nhambanga, adiantando que o tráfego foi reaberto perto das 08:00 (menos uma em Lisboa), duas horas após o início dos disparos.
Virgílio Sande, um outro condutor de transportes semicoletivos na rota Inchope-Gorongosa, explicou que, quando passou pelo local, "o motorista da viatura Mahindra tinha morrido carbonizado e havia três homens amarrados, deitados na berma da estrada".
Longas filas e escoltas policiais
Um morador contou à Lusa que centenas de viaturas que faziam o sentido centro-norte de Moçambique formaram longas filas desde o início da manhã no Inchope - um importante cruzamento no centro do pais - e só seguiram viagem escoltados por uma viatura policial.
A região em que se registou o ataque tem sido palco de incursões armadas contra veículos, desde agosto, que já tinham provocado alguns feridos e três mortos, segundo dados de autoridades locais.
A zona centro de Moçambique foi historicamente palco de confrontos armados entre forças governamentais e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, até dezembro de 2016, altura em que as armas se calaram, tendo a paz sido selada num acordo subscrito em 06 de agosto.
Permanecem na zona guerrilheiros, em número incerto, que formaram uma autoproclamada Junta Militar para contestar a liderança da Renamo e defender a renegociação do seu desarmamento e reintegração na sociedade.
O grupo de guerrilheiros já ameaçou por mais que uma vez recorrer às armas caso não seja ouvido - mas, por sua vez, também se diz perseguido por outros elementos desconhecidos.
DW – 24.10.2019
Um grupo armado, ainda desconhecido, disparou contra uma viatura, que acabou queimada, tendo o corpo do condutor sido encontrado carbonizado no local, em Ncondezi, junto a uma ponte sobre o rio Púnguèna, no distrito de Nhamatanda, disseram testemunhas ouvidas pela Lusa no local.
As mesmas fontes descreveram que se tratou uma viatura de patrulha das Forças de Defesa e Segurança de marca Mahindra, de cor verde e com características das viaturas que as autoridades usam para patrulhar aquele troço naquela região, que tem sido alvo de ataques a autocarros e camiões de carga desde agosto.
Contactada pela Lusa, a Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala não esclareceu se o ataque foi contra um carro de patrulha, prometendo, no entanto, pronunciar-se na quinta-feira (24.10), na cidade da Beira.
Samuel Nhambanga, um condutor que passou pelo local pouco tempo depois do ataque, contou que ouviu disparos quando estava nas proximidades e foi alertado que se travava de um ataque por um camionista, que tinha escapado dos disparos. "Depois de uma pausa novos disparos mais intensos ainda foram ouvidos", acrescentou Samuel Nhambanga, adiantando que o tráfego foi reaberto perto das 08:00 (menos uma em Lisboa), duas horas após o início dos disparos.
Virgílio Sande, um outro condutor de transportes semicoletivos na rota Inchope-Gorongosa, explicou que, quando passou pelo local, "o motorista da viatura Mahindra tinha morrido carbonizado e havia três homens amarrados, deitados na berma da estrada".
Longas filas e escoltas policiais
Um morador contou à Lusa que centenas de viaturas que faziam o sentido centro-norte de Moçambique formaram longas filas desde o início da manhã no Inchope - um importante cruzamento no centro do pais - e só seguiram viagem escoltados por uma viatura policial.
A região em que se registou o ataque tem sido palco de incursões armadas contra veículos, desde agosto, que já tinham provocado alguns feridos e três mortos, segundo dados de autoridades locais.
A zona centro de Moçambique foi historicamente palco de confrontos armados entre forças governamentais e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, até dezembro de 2016, altura em que as armas se calaram, tendo a paz sido selada num acordo subscrito em 06 de agosto.
Permanecem na zona guerrilheiros, em número incerto, que formaram uma autoproclamada Junta Militar para contestar a liderança da Renamo e defender a renegociação do seu desarmamento e reintegração na sociedade.
O grupo de guerrilheiros já ameaçou por mais que uma vez recorrer às armas caso não seja ouvido - mas, por sua vez, também se diz perseguido por outros elementos desconhecidos.
DW – 24.10.2019
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