28/10/2019
Dois novos ataques a viaturas civis na zona de muda, na província moçambicana de Manica e Tchiro, em Sofala, junto a N1, foram registados nesta segunda-feira, 28, sem causar vítimas.
Os dois ataques quase que ocorreram em simultâneo, cerca das 6 horas locais.
O primeiro teve como alvo um semicolectivo de passageiros de 15 lugares na zona de Muda Serração, a 20 quilómetros a sul do Inchope, e o segundo em Tchiro foi contra um camião de carga.
A situação provocou hoje um protesto de motoristas e congestionamento de autocarros e camiões de carga no Inchope – o principal cruzamento económico de Moçambique – com vários condutores a se recusarem a continuar com as viagens, devido a insegurança.
“Queremos solução do Governo porque estamos a morrer nas estradas sem justa causa”, precisou Arlindo Adelino, um condutor de pesados, que condicionou a sua saída a uma escolta policial no local.
Outro condutor alegou “medo generalizado” dos condutores em percorrer os troços alvos de ataque, apesar da garantia de segurança das autoridades com viaturas patrulhas.
“Segurança sempre houve. Temos militares nas matas, mas há sempre ataques, ontem perdemos um colega” acrescentou, durante um protesto de motoristas sobre a inércia policial.
O director da Ordem e Segurança Publica da Polícia provincial de Manica atribuiu o protesto dos motoristas aos “boatos de ataques” nas estradas N1 e N6, consideradas “espinha dorsal” da economia de Moçambique e dos países africanos do interior.
Inácio Dinas, que esteve esta manhã a negociar com os motoristas, assegurou que “a Policia esta a garantir segurança” naqueles troços.
Mais ataques
Os ataques de desconhecidos já provocaram oito mortos e dezenas de feridos desde Agosto nas província de Manica e Sofala.
No domingo, 27, um motorista de um camião foi atingido por bala e morreu ao volante, e uma outra pessoa também foi alvejada na carroçaria duma viatura caixa aberta, na mesma zona onde esta semana foi emboscada e incendiada um carro patrulha da Polícia, tendo o condutor morrido carbonizado.
Uma terceira vitima morreu a caminho do hospital contaram hoje à VOA testemunhas.
O incidente antecedeu a um outro ataque, na quarta-feira, 23, que matou carbonizado um agente da policia moçambicana durante uma patrulha na zona que divide os distritos de Nhamatanda e Gorongosa.
A Polícia moçambicana responsabilizou o ataque a autoproclamada Junta Militar da Renamo, um grupo de dissidente armado do principal partido da oposição em Moçambique, que, no entanto, recusou a autoria de todos os ataques.
Na zona do ataque têm sido emboscados camiões de carga e autocarros de passageiros desde Agosto.
VOA – 28.10.2019
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