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Escrito por Adérito Caldeira em 14 Outubro 2019 (Actualizado em 15 Outubro 2019) |
As eleições Presidenciais, Legislativas e Provinciais desta terça-feira (15) têm todos ingredientes para não serem justas nem transparentes, vão decorrer em ambiente de guerra, na Província de Cabo Delgado, e possuem também potencial de gerarem novos conflitos após a divulgação dos resultados. Porém se todos os 13.161.063 eleitores inscritos exercerem o seu dever cívico, particularmente os mais jovens, a ditadura parlamentar que tem governado Moçambique poderá ser equilibrada.
O candidato do partido que governa desde 1975, para além de uma vitória “5-0”, pediu para suplantar logo na primeira volta Mário Albino do partido AMUSI, Daviz Simango do MDM e Ossufo Momade da Renamo.
“Não quero prolongamento no jogo” tem pedido Filipe Nyusi que clama ter calado as armas, “quando tomei posse jurei fazer de tudo para o alcance da paz e consegui com o apoio dos moçambicanos, pelo que no próximo mandato a esta palavra vou acrescentar duas que são emprego e trabalho para os moçambicanos”.
O sucessor de Afonso Dhlakama tem prometido reduzir os preços da electricidade, da água, o imposto sobre o valor acrescentado e também acabar com o terrorismo na Província de Cabo Delgado. “Queremos garantir que caso sejamos eleitos vamos criar empregos para todos. A Renamo está preparada para dirigir os destinos do nosso país que até tem muitos recursos mas a sua divisão não está a ser bem feita”, afirmou Ossufo Momade no encerramento da sua primeira campanha presidencial.
Simango, que concorre pela terceira vez ao cargo de Presidente, tenta acabar com a bi-polarização Frelimo e Renamo em Moçambique apresentado a seu trabalho como edil da segunda mais importante cidade como exemplo. “Não podemos permitir que Moçambique esteja pobre quando somos ricos. É altura de escolherem o MDM e Daviz Simango para mudarmos este país para melhor. Vocês sabem que onde o MDM governa a vida melhora”.
Jovens podem equilibrar a ditadura parlamentar do partido Frelimo
As sextas eleições Gerais, e primeiras províncias, vão ser as mais vigiadas de sempre apesar dos órgãos eleitorais tudo fazerem para que as organizações da sociedade civil nacionais que se organizaram para monitorarem a votação não o consigam. Nem mesmo os “esquadrões da morte”, que levaram a intimidação aos moçambicanos que pretendam ser cidadãos activos ao extremo do assassinato, parecem refrear a vontade de vigiar o pleito.
Também a controlarem deverão estar muitos eleitores que tem sido arregimentados pelo partido Renamo a ficarem nas assembleia de voto após exercerem o seu dever cívico, indiferentes as ameaças das autoridades policiais que prometem tolerância zero contra quem não abandonar os locais de votação, embora se saiba que a intolerância é apenas contra os membros e simpatizantes da oposição.
A necessidade de não só os observadores vigiarem, mas também cada eleitor, deriva do facto que a fraude começou a ser orquestrada no recenseamento eleitoral, a Província de Gaza representa o cúmulo da falta de transparência que desde 1994 enfermam os pleitos no nosso país mas noutros Círculos eleitorais também muitos “fantasmas” estão inscritos para beneficiarem, como tem sido tradição, o partido Frelimo.
Por outro lado, em pelo menos três distritos da Província de Cabo Delgado os terroristas insurgentes criaram condições para que milhares de cidadãos não possam votar e noutras matas de Moçambique continua um número não conhecido de guerrilheiros do partido Renamo que até hoje não entregaram as armas deixando o espectro de poderem voltar a recorrer a elas caso os resultados não sejam do agrado das suas lideranças.
Para minimizar novos conflitos e encaminhar Moçambique no sentido da mudança é fundamental que todos eleitores votem, particularmente os mais jovens cujos votos poderão equilibrar a ditadura parlamentar com que o partido Frelimo tem governado.
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"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
quarta-feira, 16 de outubro de 2019
Eleições Gerais com tudo para não serem justas nem transparentes e degenerarem em novos conflitos em Moçambique
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