21/10/2019
O líder da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, e candidato presidencial, Ossufo Momade, disse hoje em Maputo que a organização está sob pressão para fazer tudo em prol da verdade eleitoral, face à "escandalosa fraude".
"O partido Renamo [Resistência Nacional Moçambicana] tem estado a receber pressão de todos os quadrantes da sociedade moçambicana e não só de modo a fazermos tudo para repor a verdade eleitoral", declarou Ossufo Momade, falando na abertura de uma sessão extraordinária da Comissão Política Nacional.
Nesse sentido, o órgão deverá apontar soluções para que o país saia do diferendo eleitoral que emergiu das eleições gerais de 15 de outubro.
"Contrariamente a essa vontade comum e genuína [de eleições livres, justas e transparentes], tivemos, vergonhosamente, as eleições mais fraudulentas jamais vistas no nosso país e no mundo inteiro", frisou Ossufo Momade.
O país, prosseguiu, deve ultrapassar o litígio emanado do processo eleitoral, a bem da paz e da reconciliação nacional.
Os resultados parciais já anunciados e todas as projeções apontam para uma vitória expressiva, em todas as frentes, da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde a independência.
A reunião da comissão política da Renamo tem como objetivo analisar a situação e decidir o que fazer, depois de o partido ter pedido, no sábado, a repetição das eleições, e de ter referido que foi violado o acordo de cessação de hostilidades, que serviu de base ao acordo de paz de 06 de agosto.
O terceiro partido parlamentar, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), anunciou também na sexta-feira não aceitar os resultados, alegando fraude.
Algumas missões de observação eleitoral nacionais e internacionais, da União Europeia e Estado Unidos da América, anunciaram ter dúvidas e preocupações sobre a qualidade do processo eleitoral, do recenseamento à votação - mas há outras opiniões: a União Africana (UA) classificou-o como transparente e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) considerou-o em linha com as normas internacionais.
LUSA – 21.10.2019
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