Por Claudio Costa
Prezados leitores, em tempos de eleição vemos de tudo. Costumamos falar mal dos candidatos mal-intencionados, mas esquecemos que toda essa corrupção ocorre pela falta de consciência cidadã de nossos eleitores. Tudo isso é retrato de uma cultura clientelista e paternalista, enraizada no imaginário do nosso povo e que dificilmente será mudada. Só com muita educação e olhe lá. Pensando nisso, vou elencar aqui dez tipos de eleitor mais conhecidos. Talvez esqueça de alguns, mas no geral é mais ou menos por aí. E nesse meio tem pessoas que se enquadram em vários perfis.
1. O apaixonado: esse é aquele que briga pelo candidato, só consegue ver seus pontos positivos, grita ao ouvir seus discursos, parece mais um daqueles torcedores fanáticos. Esse está fadado à ignorância. Nem vale a pena discutir com ele.
2. O agradecido: é o que recebeu algum favor ou benefício pessoal de determinado candidato e por isso vota nele, sem nem mesmo olhar sua conduta pública. Para esse eleitor o que vale é o que o candidato fez por ele. É um dos mais comuns que encontramos. Infelizmente a gratidão pessoal não é um dos melhores critérios para a escolha de um representante público.
3. O leiloeiro: para o eleitor leiloeiro, ganha seu voto quem lhe der mais. Ele assume compromisso com todos que batem à sua porta, mas vota no que lhe pagar melhor. Desse eleitor os políticos tem medo, pois podem está gastando dinheiro sem ter resultado.
4. O negociador: esse é o que faz do voto uma espécie de negócio. Esse tipo de eleitor barganha sempre alguma coisa (dinheiro, material de construção, promessa de emprego etc.) para se beneficiar. Como os outros anteriores, não observa muito o histórico dos candidatos, afinal, negócio é negócio, e depois de fechado, caso encerrado.
5. O simpatizante: O eleitor simpatizante é geralmente o que escolhe pela simpatia, aparência ou pela forma como o candidato lida com o povão. Esse eleitor tem tendência a optar por candidatos populistas. Se o candidato for daqueles que cumprimenta todo mundo, já ganhou seu voto.
6. O panelinha: o eleitor panelinha é aquele que de alguma forma se beneficia da máquina pública, seja emprego ou qualquer outra forma que lhe renda um benefício do governo. O eleitor dessa categoria é ciente das mazelas administrativas, mas defende com unhas e dentes o lado em que está, pois é a sua pele que está em jogo.
7. O duas caras: é o eleitor que finge está de um lado, mas na verdade está de outro.
8. O Maria vai com as outras: esse é aquele que não sabe perder e por isso pende sempre para o lado mais forte, ou que aparenta estar mais forte. Para esse eleitor, votar num candidato que perde é um desperdício, por isso ele procura sempre candidatos que tem quase certeza que serão eleitos. Esse não tem opinião alguma, o que vale mesmo é seguir a maioria. Me perdoem, mas na minha opinião esse nem deveria votar.
9. O pau-mandado: O eleitor pau-mandado não tem opinião própria, geralmente tem alguém que lhe orienta em quem tem de votar. Às vezes quem manda é o patrão, alguém da família, ou qualquer outra pessoa com quem mantém um relação de submissão. Esse eleitor parece ainda viver no tempo do coronelismo ou da ditadura, infelizmente não se emancipou como cidadão.
10. O consciente: este é quase inexistente. O eleitor consciente vota observado os critérios mais éticos possíveis: trabalho, honestidade, transparência, compromisso público, histórico, políticas públicas, propostas de governo etc. Esse eleitor pesa os prós e os contras de cada candidato, usando como parâmetro esses critérios, e a partir daí faz a sua escolha. Se todos os eleitores fossem conscientes, os governos com certeza seriam diferentes, pois as exigências também seriam diferentes.
E aí, em qual você se enquadra? Teriam outros tipos, no entanto vou ficar por aqui para não alargar a fila. A lista aqui citada é só para você perceber que no meio de tantos tipos de eleitores o voto consciente fica praticamente perdido e é por isso que as coisas dificilmente mudam, porque as escolhas não são pautadas em valores éticos. Por isso é válida a frase popular: "o povo tem o governante que merece". O governante realmente é a cara do povo que o elege. É claro que isso não exime a culpa daqueles que são eleitos para representar o povo e zelar pelo bem comum, mas mostra claramente o mundo em que estamos inseridos, de pessoas individualistas com quase nenhum senso de coletividade. Todos esses vícios se refletem na política e prejudica o ideal de democracia que tanto sonhamos. Fonte: Aqui
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