"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Guebuza remodela Governo e troca Aires Ali por Alberto Vaquina

Uma semana após o X Congresso.
O presidente da República, Armando Guebuza, fez ontem “mexidas” de vulto na composição do seu Executivo, exonerando ministros, incluindo o primeiro-ministro, Aires Ali, vice-ministros e governadores provinciais, e nomeando, para os mesmos cargos, novos elementos.
Muitos dos exonerados passaram a ocupar outras posições no executivo central, com a excepção do primeiro-ministro, Aires Ali, do ministro da Juventude e Desportos, Pedrito Caetano, do ministro da Educação, Zeferino Martins e do ministro da Ciência e Tecnologia, Venâncio Massingue, que deixam, definitivamente, de fazer parte dos governos quer central como provinciais.
Dos governadores provinciais, nota-se o “afastamento” definitivo de Felismino Tocoli, que ocupava o cargo de governador de Nampula, ora detido pela estreante Cidália Chaúque. Trata-se da primeira exoneração neste segundo mandato de Guebuza.
A grande novidade para as nomeações de ontem vai para a ascensão inesperada de Alberto Vaquina, de governador de Tete para o cargo do primeiro–ministro, em substituição de Aires Ali, que, curiosamente, cai 10 dias depois de não ter conseguido votos para entrar na Comissão Política do partido, sem que seja por inerência de funções. Este foi, na verdade, o primeiro sinal que Ali recebeu do partido, um claro voto de desconfiança.
Nessas mexidas, não deixa de constituir novidade a subida de Carvalho Muária, até então governador de Sofala, que passa a ocupar a posição do ministro do Turismo, substituindo Fernando Sumbana Jr., que passa para o cargo do ministro da Juventude e Desporto. Sumbana substitui Pedrito Caetano que deixa de fazer parte do executivo.
É segunda vez que Sumbana ocupa este cargo, uma vez que, em 2009, quando David Simango, actual edil de Maputo o renunciou para concorrer à presidência do município da capital do país, o Presidente da República nomeara-o para o mesmo em acumulação com o cargo de ministro do Turismo.
Por seu turno, Carvalho Muária havia sido nomeado vice-ministro das Obras Públicas, mas viria a ser indicado para o cargo de governador de Sofala, em substituição temporária de Maurício Vieira, que se encontrava doente. Após a morte de Vieira, Muária viria a ser confirmado governador de Sofala. Hoje, regressa a Maputo como ministro do Turismo.
No mesmo despacho de ontem, o Presidente da República nomeou Augusto Jone, antigo vice-ministro da Educação, para o posto do ministro do mesmo ministério, sacrificando Zeferino Martins, até então titular da pasta. A solução foi encontrada dentro da instituição. Para ocupar a vaga deixada por Augusto Jone, Guebuza foi buscar Francisco Itai Meque, que era até ontem governador da província da Zambézia.
Na Ciência e Tecnologia, o Chefe do Estado exonerou Venâncio Massinga, nomeando, para o seu cargo, Louis Augusto Mutomene Pelembe.
Pelas exonerações de Carvalho Muária, Felismino Tocoli, Alberto Vaquina e Itai Meque, haviam sido abertas vacaturas. E, por conseguinte, o Presidente da República foi ao partido buscar Cidália Chaúque, Félix Paulo, Ratxide Abdala Ackyiamungo Gogo e Joaquim Veríssimo para os cargos de governos provinciais de Nampula, Sofala, Tete e Zambézia, respectivamente.
Joaquim Veríssimo é, actualmente, deputado influente pela bancada parlamentar da Frelimo, círculo eleitoral de Sofala e membro da Comissão Permanente.
Ratxide Gogo, 52 anos,  é  engenheiro mecânico de formação, docente na Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane. Antigo estudante das escolas da Frelimo, Gogo é, actualmente, assessor da bancada parlamentar da Frelimo e foi director da Administração e Património da UEM, nos tempos de Brazão Mazula, como reitor, e director-geral adjunto do STAE, de 1999 a 2004.
Cidália Chaúque é, actualmente, deputada da Assembleia da República pela bancada parlamentar da Frelimo, desde 1999 e membro da Comissão Permanente. É, igualmente, funcionária do Ministério das Finanças e membro do Secretariado Nacional da Organização da Juventude Moçambicana (OJM) durante 12 anos. Na sua história, já foi membro do Comité Central por um mandato.
Quem é Vaquina?
Alberto Vaquina é um médico de carreira, formado em Portugal. Natural de Nampula, licenciou-se em 1992, em Medicina, pelo Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto e trabalhou nos hospitais de Santo António, do Porto, e de S. José, em Lisboa.
Tem ainda uma pós-graduação em Clínica das Doenças Tropicais no Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa.
Depois de tantos anos em Portugal, em 1996, regressa a Moçambique, tendo trabalhado como médico na província de Nampula e, de 1998 a 2000, foi director provincial de Saúde em Cabo Delgado.
Em 2005, foi nomeado para o cargo de governador de Sofala, cargo que ocupou até princípios de 2010, ano em que foi nomeado governador da província de Tete.

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