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Escrito por Adérito Caldeira em 21 Outubro 2019 |
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O secretário geral do partido Renamo denunciou que no dia 15 de Outubro “assistiu-se a uma violência total caracterizada pelo impedimento e expulsão dos delegados de candidatura e dos MMVs dos partidos políticos, protagonizados pelos presidentes das mesas de votação com a ajuda de agentes da PRM. Prisões arbitrárias de delegados de candidatura e de eleitores que tentassem reclamar seja o que fosse. Enchimento de urnas, impedimento de eleitores de exercerem os seu direito cívico, de escolher os seus dirigentes através do voto secreto, directo e pessoal”.
“Face a isto a Renamo se distancia dos resultados que estão sendo anunciados pelos órgãos de comunicação social, por não corresponderem à vontade do eleitorado”, declarou André Magibire em conferencia de imprensa na sede nacional da formação política na Cidade de Maputo.
O secretário geral do maior partido de oposição afirmou que “o partido Frelimo com esta arrogância e prepotência está claramente a demonstrar que não quer a paz, aliás violou a alínea h do número 3 do Acordo de Cessação definitiva de hostilidades militares, assinado a 1 de Agosto de 2019 entre o presidente da Renamo, Ossufo Momade, e o Presidente da República, Filipe Nyusi, que passo a citar: não praticar actos de violência e intimidação na prossecução de objectivos políticos”.
O partido Renamo pediu a anulação da votação “em todo o território nacional e que o país se prepare para novas eleições que devem ser supervisionadas por entidades idóneas”.
Confrontado sobre os motivos que levaram o partido a participar do pleito tendo em conta que antes da votação existiam evidências da preparação de fraude maior do que a historicamente conhecida, concretamente os 300 mil "fantasmas" recenseado na Província de Gaza, Magibire reconheceu: "nós fomos apelando para possibilidade de fraude, estávamos a chamar atenção da sociedade moçambicana e não só para que ficassem vigilantes por forma a evitar que essa fraude ocorresse".
"Nós como lutamos pela democracia fomos às eleições conscientes que o nosso adversário teria pelo menos um pouco de vergonha para não atingir esta magnitude de fraude a que se atingiu", declarou ainda o secretário geral da Renamo.
Renamo não tem provas das fraudes que denuncia e poderá nem conseguir eleger os governadores de Nampula e Zambézia
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Nas eleições anterior os recursos do partido Renamo foram recusados por insuficiência de provas, aliás em Julho, quando se tornou evidente a manipulação do recenseamento eleitoral, o partido recorreu ao tribunal que não deu provimento a denuncia justamente porque “o pedido do Partido Renamo não junta nenhum elemento de prova material ou testemunhal”, argumentou o Conselho Constitucional no seu Acórdão.
Os resultados parciais do pleito começaram a ser divulgados pelas autoridades eleitorais e indicam que Filipe Nyusi vai ser reeleito com uma margem bem maior do que os 57 por cento obteve em 2014 e que o partido Frelimo poderá aumentar os 144 deputados que teve durante a última Legislatura da Assembleia da República.
Bem mais problemático para o partido Renamo é que os resultados parciais iniciais indiciam que poderá nem sequer conseguir eleger os Governadores nas províncias onde tradicionalmente tem sido mais forte.
Na Província de Nampula o partido Frelimo liderava com 64,48 por cento dos votos, estando processadas apenas 30,41 por cento das 3.486 assembleias de voto.
Com 40,14 por cento das 3.219 assembleias de voto processadas o partido no poder liderava a contagem das Provinciais na Zambézia com 68,87 por cento dos votos.
Ossufo Momade, que já estava fragilizado desde que Mariano Ngongo decidiu contestar publicamente a sua liderança, vai reunir nesta segunda-feira (21) a Comissão Política do seu partido. O encontro vai ser numa instância hoteleira na Cidade de Maputo o que indica que o regresso a guerra poderá não estar iminente, embora milhares de guerrilheiros da Renamo continuem nas matas com armas que deveriam ter sido entregues antes das Eleições Gerais, como preconiza o terceiro Acordo de Paz.
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"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
terça-feira, 22 de outubro de 2019
Renamo esperava que a Frelimo tivesse "vergonha para não atingir esta magnitude de fraude" e pede “anulação” das Eleições em Moçambique
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