"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



domingo, 9 de fevereiro de 2014

Populares confirmam nova ofensiva do exército moçambicano contra Renamo

09 de Fevereiro de 2014, 19:54

A serra da Gorongosa, Sofala, centro de Moçambique, onde se supõe esteja o líder da Renamo, Afonso Dlhakama, voltou a ser alvo de ataque do exército, disseram hoje à lusa fontes locais. "Entraram hoje para Vunduzi via Mucodza cinco camiões com militares e armas antiaéreas. Fala-se de bombardeamento à serra", disse a Lusa Adamo Mnuel, um residente local.
Durante a manhã de hoje, disse, um contingente militar, que inclui o exército e polícia antimotim (FIR), foi visto a reforçar com homens e armas a equipa local, tendo seguido em direcção à serra.

"Na quinta e sexta-feira foram lançados roquetes para a serra, a partir de Canda. Agora, voltou a ser notável a presença de militares na vila da Gorongosa", disse a lusa um jornalista local, assegurando que a situação não está a afectar a vida na vila.

O líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, Afonso Dlhakama, está em local incerto desde 21 de Outubro, quando o exército atacou e ocupou a base de Sadjundjira, nas encostas da serra, onde vivia há um ano.

Recentemente, em diversas entrevistas, Afonso Dlhakama garantiu não ter fugido para um lugar distante da base.

"Hoje às 14:000 (12:00, em Lisboa) ouviam-se obuses atrás da serra", precisou Ezaquiel Francisco, um morador.

A Lusa tentou, em vão, ouvir o governo local, que se declinou a comentar sobre o bombardeamento da serra de Gorongosa.

Esta nova ofensiva surge depois de três semanas de uma espécie de "tréguas" no conflito político-militar que afecta Moçambique e que já causou dezenas de mortes e milhares de refugiados.

"Há semanas que a Renamo não faz movimentações militares e o governo aproveitou-se disso para concentrar homens em Gondola", na província de Manica, a cerca de 300 quilómetros da Gorongosa, disse hoje à Lusa o porta-voz do partido, Fernando Mazanga.

Nas últimas semanas, o degelo entre as duas partes permitiu o adiamento do processo de recenseamento eleitoral e a retoma da discussão da lei eleitoral, prevista para a reabertura da sessão legislativa, ainda este mês.

Mas, apesar dos alegados ataques, Fernando Mazanga garantiu que o seu partido estará presente na ronda semanal de negociações com o governo, na segunda-feira em Maputo.

"Nós acreditamos no diálogo e não defendemos soluções militares", disse.

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