"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Orçamento do Presidente Nyusi cresceu 10%, Saúde e Educação tiveram cortes de 9% em 2016

terça-feira, 29 de agosto de 2017

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Tema de Fundo - Tema de Fundo
Escrito por Adérito Caldeira  em 29 Agosto 2017
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Foto da Presidencia da RepúblicaNestes tempos de crise em que vivemos a Presidência da República de Moçambique foi uma das instituições que teve o seu orçamento revisto em alta em mais 10% do que a dotação inicial no ano passado. Comparativamente, os Ministérios da Saúde e da Educação tiveram cortes de aproximadamente 9%, apurou o @Verdade na Conta Geral do Estado de 2016.
O ano passado tão cedo não será esquecido pelos moçambicanos, foi no mês de Abril que foram descobertos os empréstimos ilegais e inconstitucionais das empresas estatais Proindicus e MAM que levaram a suspensão da ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional e de outros parceiros de cooperação que apoiavam o Orçamento do Estado(OE) precipitando a crise económica e financeira em que vivemos.
Com parcos fundos externos, nem todos doadores suspenderam o apoio directo, por exemplo o Banco Mundial continuou a apoiar o OE até hoje, o Executivo de Filipe Jacinto Nyusi teve de rever o seu orçamento de funcionamento cortando em surdina a dotação, de si insuficiente, que estava prevista para os sectores sociais.
Em Julho de 2016 o @Verdade revelou que no Orçamento Revisto haviam sido cortados 2,2 milhões de meticais na despesas com funcionários e outros 38 milhões de meticais foram tirados da rubrica de bens e serviços que estavam previstos serem gastos pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.
@Verdade revelou ainda cortes de cerca de 4,3 milhões de meticais nas despesas com pessoal da Saúde, corte na construção dos Centros de Saúde de Nacololo e Mueda, na província de Cabo Delgado, assim como o Centros de Saúde de Lichinga, na província de Niassa. Foi também cortada a edificação de um Hospital Distrital e dois outros que estavam em construção foram suspensos.
Além disso foram cortados 9% nos fundos para o Tratamento Anti-Retroviral e em 10% o dinheiro para as campanhas de pulverização intra domiciliária contra o mosquito causador da malária.
O @Verdade revelou também que o Governo de Nyusi reduziu o dinheiro inicialmente previsto para a reabilitação e expansão de sistemas de abastecimento de água a cidades e vilas, cortou nos fundos para novas ligações domiciliárias de água potável canalizada e ainda no investimento que estava previsto fazer em 2016 no sector de saneamento do meio.
Cortados mais de 400 milhões na Saúde, mais de 70 milhões na Educação e adicionado mais de 135 milhões na Presidência
Entretanto o @Verdade apurou agora, analisando a Conta Geral do Estado de 2016, que mostra de que forma foram usadas realmente as dotações orçamentais aprovadas pela Assembleia da República, que o dinheiro já cortado para a Saúde sofreu cortes adicionais.
Cerca de 40 milhões de meticais foram cortados na rubrica de despesas com pessoal do Ministério da Saúde e 387 milhões foram cortados em bens e serviços que estavam previstos acontecer no Orçamento de Estado revisto em Julho do ano passado.
No Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano 16,5 milhões foram retirados adicionalmente da rubrica de pessoal e outros 56,5 milhões de meticais foram cortados em bens e serviços previstos no OE revisto.
Paradoxalmente a Presidência da República teve os seus fundos reforçados em relação ao Orçamento de Estados revisto e aprovado de 1,2 bilião gastou no ano passado mais de 1,4 bilião de meticais.
As despesas com pessoal cresceram da dotação inicial 462.206.890 para 583.820.170 meticais. Aumentaram também os fundos para gastar com bens e serviços que estavam inicialmente orçados em 821.763.130 ascenderam a 836.466.020 meticais.
Embora a Conta Geral do Estado não mostre como foram gastos todos estes fundos pela presidência o @Verdade apurou que parte substância tem sido usados para custear as visitas presidenciais, que se confundem com campanha eleitoral antecipada, cuja logística inclui pelo menos dois helicópteros de luxo alugados na vizinha África do Sul.

Dívidas-ocultas chamam britânicos

29/08/2017

terça-feira, 29 de agosto de 2017

ZECA CALIATE, A VOZ DA VERDADE - O TRIBALISMO

28/08/2017

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Semanário Savana nº 1233 de 25.08.2017

28/08/2017


TPC aos meninos cá de casa

28/08/2017

COMUNICADO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE EM FACE DA ACTUAÇÃO DA PRM COM RELAÇÃO ÀS VIATURAS COM VIDROS ESCUROS

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

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A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) tem acompanhado, com crescente preocupação, a atmosfera de incerteza, insegrança jurídica e repúdio que reina entre os automobilistas, em virtude de uma prática recorrente assumida pelos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) e secundada pelo Instituto Nacional dos Transportes Terrestres (INATTER), que culmina com a aplicação de multas aos automobilistas que se fazem transportar em viaturas com vidros escuros, comummente denominados “vidros fumados”, bem como com a remoção das películas escurecedoras.
A PRM refere, por um lado, que esta actuação justifica-se pelo facto de as viaturas com vidros escuros serem utilizadas para transportar criminosos e para servir de meio de prática de crimes. Por outro, a PRM, sustenta a sua actuação justificando que a colocação de películas escurecdoras nos vidros das viaturas consubstancia uma “alteração das características do veículo” e, portanto, uma transgressão ao Código da Estrada, passível de sanção.
A OAM, em cumprimento dos deveres que emanam do artigo 4.º do respectivo estatuto, aprovado pela Lei n.º 28/2009, de 29 de Setembro, designadamente “defender o Estado de Direito Democrático, os direitos e liberdades fundamentais…”, “contribuir para o desenvolvimento da cultura jurídica, para o conhecimento e aperfeiçoamento do direito…” e “…promover o respeito pela legalidade”, vem, através do presente comunicado, emitir o seu posicionamento em face da actuação da PRM com à proibição de circulação de viaturas com vidros fumados:
1. O n.º 1 do artigo 118 do Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 1/2011, de 23 de Março, considera “…transformação de veículo qualquer alteração das suas características construtivas ou funcionais” que, nos termos do n.º 1 do artigo 117 do mesmo código, são fixadas em regulamento específico.
2. As características dos veículos automóveis foram fixadas pelo artigo 27 do Decreto n.º 39.987, de 22 de Dezembro de 1954, que aprova o Regulamento do Código da Estrada, que elenca taxativamente as seguintes: 
a) Quanto à classificação: classe, tipo, caixa, peso bruto, peso bruto por eixo (à frente e à retaguarda), peso bruto a rebocar, tara, lotação, peso do quadro sem cabina, serviço a que se destina;
b) Quanto à identificação: marca, modelo, número do quadro, distância entre os eixos, número de eixos, número de eixos motores, número de rodas, medida dos pneumáticos, motor (marca, modelo, sistema, número, cilindros, cilindrada, potência, número de rotações e localização), situação da direcção, dimensões da caixa, gasogénio (marca, tipo do gerador, número, localização), ano, cor, país de origem e data da primeira matrícula.
3. Estas características dos veículos automóveis devem, por imposição legal, constar dos respectivos livretes, de modo a permitir a sua identificação e fiscalização.
4. A alteração destas características carece de averbamento e é objecto de exame pelos competentes serviços de inspecção, tal como previsto nas alíneas c) e d), dos n.ºs 1 e 2, do artigo 119 do Código da Estrada.
5. A composição e cor dos vidros dos veículos automóveis não constam da lista das características definidas na lei, pelo que a colocação das películas escurecedoras não consubstancia, legalmente, uma alteração das características dos veículos e, nestes termos, a Ordem dos Advogados entende que a actuação da PRM é ilegal, inaceitável e violadora do princípio de legalidade a que os agentes da lei e ordem estão vinculados.
6. A OAM entende que as proibições, porque restritivas dos direitos dos cidadãos, não se presumem e devem resultar expressa e inequivocamente da Lei, de tal sorte que se determinada conduta é tida como proibida, é na Lei onde se deve buscar os fundamentos da proibição, em obediência ao princípio da tipicidade.
7. No ordenamento jurídico vigente na República de Moçambique, não existe qualquer dispositivo legal que proíba a circulação de veículos com películas escurecedoras e, consequentemente, no caso em apreço, apenas constituiria transgressão (e como tal, passível de multa) a conduta descrita como tal no Código de Estrada ou outra legislação relevante.
8. Por um lado, nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 249 da Constituição da República de Moçambique, “a Administração Pública serve o interesse público e na sua actuação respeita os direitos e liberdades fundamentais dos cidadão” e, por outro, “a Polícia da República de Moçambique, em colaboração com outras instituições do Estado, tem como função garantir a lei e a ordem, salvaguarda da segurança de pessoas e bens, a tranquilidade pública, o respeito pelo Estado de Direito Democrático e observância estrita dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos”, conforme o disposto no nº 1 do artigo 254 da mesma Constituição. Para além disso, o Estatuto da PRM, aprovado pela Lei n.º 16/2013, de 12 de Agosto, preceitua no n.º 1 do artigo 2 que “a PRM no seu funcionamento e actuação observa os princípios do respeito pela Constituição leis e demais normas vigentes na República de Moçambique”.
9. A Ordem dos Advogados considera que a actuação dos agentes da PRM constitui violação do princípio do Estado do Direito Democrático, caracterizado pelo escrupuloso cumprimento das leis, respeito pelos direitos, liberdades e garantias constitucionais dos cidadãos.
10. A Ordem dos Advogados condena o Comando-Geral da PRM e a Direcção do Ministério do Interior, por permitir que os agentes da PRM atropelem impunemente a lei.
11. A Ordem dos Advogados insta a Suas Excelências o Ministro do Interior e o Comandante-Geral da PRM a orientarem aos agentes da PRM no sentido de, no seu funcionamento e actuação no combate ao crime, de garantia da lei e da ordem, da salvaguarda da segurança de pessoas e bens e da tranquilidade pública, respeitarem o princípio do Estado de Direito Democrático e a observarem estritamente os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos previstos na Constituição e demais normas vigentes na República de Moçambique.
12. A Ordem dos Advogados apela ao Ministério Público a exercer de forma efectiva a sua função de controlo da legalidade, consagrada no artigo 236 da Constituição da República, iniciando os competentes procedimentos legais visando a defesa dos direitos e liberdades dos cidadãos afectados por esta actuação da PRM, bem como responsabilizando os agentes que sejam denunciados como resultado desta e de outras actuações ilícitas.
13. A Ordem dos Advogados manifesta a sua disponibilidade para assistir aos cidadãos que têm sido vítimas desta censurável, porque ilegal, actuação da PRM e encoraja-os a usar os mecanismos previstos na lei para a melhor defesa dos seus direitos e liberdades.
Por uma Ordem dinâmica, inclusiva e descentralizada.
Maputo, 28 de Agosto de 2017
Disponível no website: http://bit.ly/2vBHVfC
Versão PDF: http://bit.ly/2iBLK3e

ZECA CALIATE, A VOZ DA VERDADE - ATENÇÃO COMPATRIOTAS LIGADOS À OPOSIÇÃO MOÇAMBICANA, ANDA POR AÍ À SOLTA A MOSTRUOSA COBRA VENENOSA COM VÁRIAS CABEÇAS PARA NOS CONFUDIR E PERPETUAR-SE NO PODER EM MOÇAMBIQUE

27/08/2017

O FIM DO “DEIXA ANDAR” DO “ESTÁ-SE BEM” E DO “LOGO SE VERÁ”

27/08/2017

HOMENS ARMADOS ATACAM COMANDO DA PRM EM MOGOVOLAS

28/08/2017

domingo, 27 de agosto de 2017

André Matsangaissa e o Assalto de Sacudzo (2)

sábado, 26 de agosto de 2017

Eusébio A. P. Gwembe adicionou 3 fotos novas.
22 h ·
O início da guerra em Moçambique "não é uma vontade de moçambicanos que tiveram contradições, que explodiu, (…) não vamos simplificar as coisas e dizer´ah, é vontade de uns jovens, porque reuniram-se numa mata e decidiram chamar-se Renamo’” Joaquim Chissano.

Estas palavras proferidas a 21 de Junho de 2015 tem a razão de ser. Se parece provável que o plano para libertação de Sacudzo foi-lhe imposto pela secreta rhodesiana como condição para ter sua ajuda parece também provável que Matsangaissa estava determinado a encontrar ajuda onde fosse possível para combater Samora, como veremos no episodio seguinte. Antes de entrar para a epopeia dos 150 kms de Matsangaissa recuemos a fita da história. Em Salisbury, Matsangaissa encontrara dois grupos distintos de luta contra o Machelismo. Por um lado estava a Rádio Voz da África Livre, uma estação clandestina que “conseguiu levantar em poucos meses todo o povo moçambicano contra a Frelimo” e a Resistência Moçambicana cuja história remonta ao ano de 1974 quando, em Março, o major Silva Pais da PIDE-DGS, António Vaz (seu representante em Moçambique), São José Lopes (seu representante em Angola) e Ken Flower da Central Inteligence Organization (CIO) se reuniram em Salisbury (Harare) decidindo criar-se um grupo clandestino especial como os flechas fundados por Óscar Cardoso (n.10-06-1935), em Angola para combater os rebeldes zimbabweanos em Moçambique. O formador deste novo grupo seria Alves Cardoso (n. 26-11-1934). Após o Golpe de Estado de 25 de Abril em Portugal, Flower tomou conta do grupo tendo enviado os homens nas fronteiras com Moçambique. Em 1975 este grupo abandonou Flower para ir trabalhar em Angola com Holden Roberto que acabava de receber uma ajuda financeira substancial da CIA. A ameaça moçambicana permanecia viva, mas Ken estava desanimado.
Na mesma altura, Miguel Murupa (ex membro do CC da Frelimo), com ajuda do “Capitão Gravata”, Jorge Jardim (com ajuda de Orlando Cristina), alguns refugiados ex-militares da Frelimo e ex-comandos do Ancien régime tentavam reagrupar-se, com objectivo de realizar uma contra-revolução ou, nas palavras do eng.° Jorge Jardim, “a inevitável guerra civil que será mais uma esperança do que uma ameaça”. Para Ken Flower, Orlando Cristina (ex adepto da Frelimo, ex-preso da PIDE, ex-formador do grupo paramilitar de Kamuzu Banda e amigo dos Ajua) será a pessoa certa por apoiar, autorizando-lhe a instalação de uma rádios. O ambiente era favorável; todos pareciam excitados para uma contra-revolução mas cada um hesitava em empreender uma acção concreta de saneamento da situação, porque cada um a queria para os outros. Os que pareciam conduzir a contra-revolução tomavam parte nela como simples instrumentos. A partir do momento em que tinham a pretensão de dominar, caiam ignobilmente.
Enquanto Ken Flower chamava para si a criação da “Resistência” como a quinta coluna no interior de Moçambique , os que não desejavam a interferência rhodesiana não cruzaram os braços. Em 1976 convidaram para instrutor o ex-piloto da Força Aérea Brasileira, Pedro Marangoni, na altura em Portugal. Pedro Marangoni (n. 1949) já tinha passado por Moçambique (1973/4), tendo sido professor na missão de Marere (Nampula), antes de ir para Niassa onde combatera e, fingindo-se de missionário, interveio na mediação entre guerrilheiros da Frelimo e comandos portugueses após o 7 de Setembro de 1974. Depois foi para Lourenço Marques, de onde seguiu para Salisbury. Recebido no grupo de Alves Cardoso na Rhodesia, entre Junho de 1975 a Fevereiro de 1976 foi combater em Angola, pelo FNLA , antes de seguir a Portugal de onde era convidado para substituir Óscar Cardoso em Odzi. Lutava contra o comunismo soviético e a expansão cubana em defesa do que chamava de “civilização Ocidental”.
Tudo desenvolvia-se com uma rapidez até então sem paralelo. Todos os sinais o anunciavam. À medida que se operava este processo, o descontentamento e o ódio às atitudes dos novos dirigentes que se apoderavam de propriedades privadas em nome do ideal socialista ia aumentando. Paradoxalmente, a contra-revolução amadurecia, em especial nas regiões do país em que o bem-estar era mais manifesto e entre os homens que tinham sido "bons camaradas". Em Cabo Delgado, o comissário Politico local, Pachinuapa, mandará prender 8 oficiais do exército. Não é indo sempre de mal a pior que se cai numa resistência. “Acontece com maior frequência” diz-nos Tocqueville “que um povo que tendo suportado sem se queixar, e como se as não sentisse, as leis mais humilhantes, as rejeite violentamente quando o seu peso se alivia. O regime que uma revolução destrói vale quase sempre mais do que aquele que o tinha imediatamente precedido e a experiência ensina que o momento mais perigoso para um mau governo é precisamente aquele em que começa a reformar-se”.
Marangoni fez levantamento de homens que existiam. Depois do conselho de Jack Berry, da Special Branch, que acusava portugueses de serem “heróis de bar” decidiu formar um grupo de guerrilha para recrutar elementos africanos da população moçambicana. Com ajuda de companheiros como Póvoa e Godinho, es-DGS, lançou apelo para contribuições que não demoraram a chegar mas que a Voz da África Livre denunciara como sendo de pessoas burlescas. Com esta ajuda conseguiu comprar um Land-Rover e adquirir material de caçadores (Três Remington. 22 com silenciador e miratelescópica, uma Winchester 33, uma Lee Enfield303, uma Hornet, uma pistola Beretta 9mm e uma pistola Colt 32, mochilas, medicamentos, um binóculo, uma bússola, mapas e uma máquina fotográfica) na esperança de que o material de guerra seria capturado ao inimigo. O mal que se sofria pacientemente como inevitável tornou-se insuportável a partir do momento em que se concebeu a ideia de se substituir a ele. Os agentes da CIO estavam a par de tudo.
Os preparativos para a primeira missão foram feitos com oito elementos (Paulo, Alex, Póvoa, Zeca, João, Godinho, Rui). Guedes, do Rhodesian CID, imprimiu muitas cópias de um panfleto, explicando quem eram, o que pretendiam e o que deveria ser feito para os ajudar. “Pensando no nome que deveríamos receber, veio-me a ideia de Resistência, que completei finalmente com Resistência Moçambicana” escreve ele no seu livro “A Opção Pela Espada” e continuando acrescenta “Em verdade, meu desprezo pela política iria criar um vácuo histórico que viria a ser avidamente disputado pelas hienas do poder ou de glória pessoal décadas depois, por ter criado um movimento de oposição puramente guerreiro, sem o anterior e sempre presente movimento político e cultos à personalidade. Nascia ali hoje a poderosa e mundialmente conhecida Renamo e nenhum dos políticos que actualmente pretendem ter sido seus criadores lá estavam”. Estava criada a Resistência Moçambicana, mais tarde e com ajuda do Special Branch, “Resistência Nacional Moçambicana”. Para aqueles que tinham conseguido escapar dos centros de reeducação o mal tornara-se menor mas a sensibilidade sobre os abusos era mais viva.
Jack, que levara a sério o plano de resistência, entre os agentes da CIO, convidou Marangoni para uma conversa franca no Beverly Rocks Motel, tendo-lhe sugerido a troca do armamento para a caça pelo armamento de guerra e oferecendo-lhe uma base em território rodesiano em troca de um ataque ao Centro de Sacudzo. Escutemo-los:
“Pela insegurança de seu armamento civil, dou em troca Kalachnikovs, granadas, RPG-2 ou 7, minas, todo o explosivo que necessitarem, de origem comunista. Vocês não têm uma base e criá-la em território inimigo leva tempo e muita resistência física, que os brancos não possuem; dou-lhes uma fazenda, com sede, instalações completas, inclusive com piscina, a 5 quilómetros da fronteira, um ex-motel abandonado por causa da guerra. Dou ainda treinamento adicional, comida, transporte. Que pensas?”
Marangoni, desconfiado de tanta generosidade respondeu e perguntou – “Bem até agora, tudo óptimo. E o que daremos em troca?
“- A libertação do Campo de prisioneiros da Gorongosa. Aos outros lhes comunicará quando estiverem todos concentrados na fazenda; terão o direito de aceitar ou não. Realizarão uma missão difícil, mas que será boa tanto para nós como para vocês, aumentando-lhes o efectivo e podendo combater melhor a Frelimo, nosso inimigo comum” .
Depois deste encontro, ficou decidido que os passos subsequentes seriam acompanhados por Peter Burt. Aos que não queriam se comprometer com o governo Rhodesiano Marangoni lembrou-lhes que a própria Frelimo sobrevivera porque suas bases principais eram na Tanzânia, a FNLA no Zaire, o MPLA na Zâmbia, a UNITA na Namíbia. Não podiam prescindir da ajuda do governo ou ficariam entre dois fogos. Mas todos estavam contentes com a troca do armamento para AK-47 e decididos a combater conscientes de que mesmo o colonialismo no momento em que era mais forte e poderoso não tinha inspirado tanto ódio como no momento em que ia desaparecer. Assim aconteceria com a ditadura de Samora.
A ideia seria propagandeada pela Voz de Africa Livre, uma rádio pirata já existente. Através do agreement, tornado público em 23 de Maio de 1977, entre a Resistência Moçambicana e a Rádios Voz de Africa Livre, toda a notícia relativa aos combates e progresso da Resistência seria divulgada; o mundo deveria saber que a reacção contra a escravidão começara. Mike acompanhou o grupo para a primeira base, não em Odzi como aparece nos livros de História, mas no Alice Dale Guest-House, abandonado devido as acções de guerrilha de Mugabe. Havia depósito de víveres, rações de combate rodesianas, um gerador para iluminação. Foi organizado um sistema de sentinelas e todos dormiriam com as armas ao alcance das mãos. A entrada para o território moçambicano foi feita num dia simbólico: o dia da OUA (25 de Maio de 1976), enquanto Matsangaissa ainda estava no campo de reeducação. Mas o grupo não foi bem sucedido. No primeiro confronto, o Rui ficou ferido, deixado e capturado pelas forças governamentais será fuzilado por uma lei de 1979. O grupo regressou ao território rhodesiano e, posteriormente transferiu-se para Odzi.
Continua...
Nota: a terceira imagem não tem a ver com a informação!
Nas imagens: A primeira operação da "Resistência" a 25 de Maio de 1976. Pedro Marangoni ainda do lado rhodesiao e Alex (Português) e João (moçambicano) ja em território moçambicano.





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STV- Reserva do Niassa 22/11/2014(video) (Repetição)

26/08/2017

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

“África não pode continuar a hipotecar o desenvolvimento a fontes de receitas que dependem de recursos naturais”

Participantes da TICAD defendem que África deve diversificar a economia
Ministros, vice-ministros, diplomatas, representantes de instituições multilaterais, empresários, entre outras personalidades de África e do mundo, lotaram o salão que acolheu a cerimónia de abertura da reunião ministerial da sexta Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento de África (TICAD), dirigida pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.
Na sua intervenção, o Chefe de Estado destacou o facto deste encontro acontecer numa altura em que a economia global e a africana conhecem períodos de desaceleração, daí ser uma oportunidade para investir em infra-estruturas e no capital humano. “Para os nossos países, este é o momento de tirarmos o proveito deste impulso e aumentar investimentos em infra-estruturas e no capital humano. Este é um factor fulcral para acelerar o crescimento económico sustentável e inclusivo, indispensável para a criação do bem-estar”.
Num breve enquadramento relativamente a Moçambique, o presidente da República lembrou aos presentes que o país também registou uma desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB – valor de todos os bens e serviços produzidos na economia) de 6.6 para 3.8% de 2015 para 2016, enquanto a inflação aumentou de 3.6 para 19.6%, no mesmo período. mas “graças ao empenho dos moçambicanos, à cooperação com os parceiros de desenvolvimento, como o Japão, e à colaboração inestimável de países irmãos africanos, temos registado melhorias na situação macroeconómica do país, projectando-se um crescimento do PIB na ordem de 4.7% em 2017”.
Filipe Nyusi também fez menção ao clima de paz e estabilidade que se tem alcançado, devido ao diálogo, que permitiu pôr fim à tensão político-militar que se assistiu nos últimos dois anos.
Importância da TICAD
Filipe Nyusi destacou o facto de a TICAD, de um simples fórum de advocacia por África, se ter tornado hoje um instrumento de parceria entre os países africanos e o Japão, que abarca, entre outros, a promoção da paz e estabilidade; o desenvolvimento de infra-estruturas, para permitir a interligação; o desenvolvimento da agricultura, para garantir a segurança alimentar e nutricional, assim como alimentar as nossas indústrias e aumentar as exportações; a industrialização, que agrega valor ao manancial dos recursos naturais que os nossos países possuem, o desenvolvimento do capital humano, para o aumento da eficiência e produtividade; assim como a transferência de tecnologia e de conhecimento.
O Presidente da República sublinhou que a TICAD está em alinhamento com a agenda de desenvolvimento de África 2063, com o Programa de Desenvolvimento de Infra-estruturas para África, Programa Alargado para o Desenvolvimento da Agricultura em África, Programa Acelerado do Desenvolvimento Industrial de África, entre outros. 
África deve diversificar a economia
Diversificar a economia é um imperativo que já foi apresentado em fóruns de debate sobre as economias de África. Filipe Nyusi apresentou-o na abertura da reunião, mas adicionou a cooperação como ingrediente importante para este objectivo.
Para o Presidente da República, “África não pode continuar a hipotecar o seu crescimento e desenvolvimento económico a fontes limitadas de receitas que dependem exclusivamente de recursos naturais de que dispõe na sua forma primária”, porque são recursos esgotáveis e porque são sensíveis às dinâmicas decorrentes das dinâmicas da economia global. Assim, o Chefe de Estado advoga que a forma mais eficaz de aproveitar os recursos naturais é promover uma cooperação mais integrada e agregação de valor à estrutura produtiva, através da diversificação da economia. No âmbito da TICAD, o sector privado pode desempenhar papel importante no processo de implementação de projectos de investimento que garantam o desenvolvimento tecnológico, incluindo a transferência de conhecimento.
No seu discurso, o Presidente da República vincou, ainda, o cometimento de África para com questões de manutenção da paz através do diálogo.
TICAD é veículo da diplomacia japonesa para África
TICAD sempre foi aposta da diplomacia japonesa para África e é essencialmente voltada para o encorajamento do crescimento resiliente de África, combinando os esforços com parceiros internacionais.
Para maximizar os rendimentos, asseguramos transparência e consistência das nossas actividades, com vista a garantir que cumpramos integralmente os nossos compromissos.
Considero indispensável a nossa responsabilidade relativamente aos passos que temos estado a dar.
A oportunidade que África abraça é clara, mas a questão é: como podemos trabalhar juntos para concretizar as aspirações do continente africano reflectidas na agenda 2063?”
 

À ATENÇÃO DOS 26 MILHÕES DE VALENTES COMPATRIOTAS: A JUSTIÇA QUANDO TARDA, VEM COM FORÇA PARA FICAR.

24/08/2017