sábado, 5 de outubro de 2019
O historiador e empresário Jaime Nogueira Pinto considerou ontem que a situação de instabilidade no norte do país, com ataques regulares desde há dois anos, exige uma acção militar de contenção, mas também acção psicológica na conquista das populações.
Para o também politólogo, "o Governo de Moçambique tem procurado, dentro dos constrangimentos de um período pré-eleitoral e das dificuldades da economia do país, controlar a situação".
Mas o cenário "exige, além de contenção militar, um esforço de ação psicológica e psicossocial junto das populações locais, que as separe e isole dos elementos subversivos", defendeu, em declarações à Lusa, dois anos após o primeiro ataque de grupos armados de origem ainda por apurar, em Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado.
"Este é o fator principal: depois de conter a subversão, tem de haver um esforço de conquista das populações", reforçou.
Num cenário que exige este tipo de ações, Jaime Nogueira Pinto considera que os russos podem ser os parceiros adequados para ajudar Moçambique a combater este problema.
"Aqui parece que os russos serão os mais indicados", afirmou.
A Rússia está num tempo de investir política e economicamente em África e o Presidente russo, Vladimir Putin, recebeu recentemente o Presidente moçambicano Filipe Nyusi, em Moscovo, com quem assinou vários acordos, recordou Nogueira Pinto.
Por isso "pode estar a contemplar um apoio à segurança no Norte de Moçambique", avançou.
Por outro lado, também há várias notícias sobre a chegada de homens e material russo a Nacala e Nampula, duas cidades no norte de Moçambique, referiu.
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