"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sexta-feira, 9 de setembro de 2016

@Verdade EDITORIAL: No lugar de armas, por que não pedir enxadas?


Editorial
Escrito por Redação  em 09 Setembro 2016
É preocupante quando assistimos, impávidos e serenos, tamanha demonstração de falta de decoro, habilmente protagonizada pelo secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), durante as comemorações do dia 07 de Setembro. Vergonhoso é, na verdade, a única palavra que descreve o teatro deprimente encenado por aquele representante da agremiação que se esperava que fosse apartidária.
Numa altura em que os esforços estão virados para pôr fim o conflito armado que já se arrasta há mais de dois anos, o secretário-geral da ACLLN aparece com comentários incendiários, de apelo à violência, mostrando, assim, a ignorância por que ainda se rege, assim como a sua associação. Com os sentidos embotados, lembrando um indivíduo sob efeito de alguma substância psicotrópica, pediu, em viva voz, ao Presidente da República, Filipe Nyusi, armas para “de uma vez por todas acabar com a Renamo” e o seu líder Afonso Dhlakama.
Essas declarações inflamatórias, que de forma explícita afirmam que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) e o Presidente da República não passam de um bando de incompetentes que não conseguem resolver o conflito armado, minam o ambiente tenso que se vive no país. Dezenas de moçambicanos perderam a vida e milhares vivem na incerteza do que será a sua vida, e a única palavra que o representante dos combatentes proferiu é de intensificação da violência e intolerância política. Certamente, o secretário da ACLLN não deve ter um parente sob fogo cruzado, razão pela qual deseja vigorosamente o recrudescimento do conflito.
Se as mesmas palavras tivessem sido proferidas por algum membro de um partido da oposição, com certeza a Polícia, a mando do Governo da Frelimo, teria sido chamada para o local com ordem expressa de prender e, se possível, castrar o indivíduo. Porém, o secretário-geral continua aí impune, como se tivesse dado o melhor conselho do mundo ao Presidente da República.
A ACLLN, como tantos outros organismos neste país encostados ao Governo da Frelimo, não passa de uma agremiação inútil, parasita e improdutiva, pois sobrevive do sangue dos moçambicanos que, dia após dia, lutam para dar o mínimo de dignidade às suas famílias. O mínimo que o secretário-geral da ACLLN deveria pedir ao Presidente da República são enxadas para distribuir aos milhares de outros improdutivos como ele, até porque o país possui vastas terras aráveis que necessitam de ser trabalhadas.

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