"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Quem teme a auditoria forense internacional?


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DO LADO DA EVIDÊNCIA
Desde a eclosão do escân­dalo da dívida contraída no maior dos segredos, por um grupo de cidadãos co­nhecidos e que a quiseram soberana, que a economia do país se encontra de ras­tos.
Entretanto, a inflação dis­para a cada dia e os doado­res, há muito que fecharam as suas torneiras, até que se esclareçam as zonas de penumbra em torno dessa dívida.
No meio desse imbróglio, que o antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, considerou a propósito da criação da EMATUM ter sido o seu maior “peca­do”, os donos do dinheiro – Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional - exigem que se faça uma auditoria forense inter­nacional as contas públi­cas do país, com vista a aferir qual foi o destino dado aos cerca de dois biliões de dólares norte­-americanos...
Entre portas, soa a resis­tência soberba por altos dignitários, que vêem na auditoria forense uma intromissão a sua soberania. De que soberania falam ou querem falar se esta reside nos doadores? Em Agosto de 2001, o economista Siba-Siba Macuácua, foi atirado do vão das escadas da sede do então Banco Austral, para onde fora mandatado pelo Banco de Moçambique para recuperar os créditos mal parados naquela instituição e, até hoje, o caso do seu assassinato, a sangue frio, ainda não teve desfecho.
Na altura, segundo crónicas abundantes, a Polícia de Investigação Criminal, teria solicitado apoio de outras congêneres com meios mais modernos para ajudarem no esclarecimento do crime, mas nunca mais se soube nada. Os filhos de Siba-Siba Macuácua, a esposa e todos os seus entes queridos, continuam a aguardar pelo esclarecimento do estado que mandou o seu pai e marido para uma missão sem regresso. As justificativas de que o país têm técnicos capazes para averiguarem a dívida que se quis soberana é, no mínimo esfarrapada. O trilho do dinheiro que comprou algumas armas e barcos, em nome da defesa da soberania, só se pode ser encontrado com uma auditoria forense internacional.Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende:
Quem teme a auditoria forense internacional?
Luis Nachote
CORREIO DA MANHÃ – 08.09.2016

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