"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O hábito não faz o monge


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O partido Frelimo ao enviar o “Dr.” Filipe Paúnde, seu antigo secretário-geral e membro da Comissão Política, para ir lançar baboseiras pelas universidades públicas do norte do país sobre as dívidas ocultas de privados, ora consideradas, de forma ilegal, dívidas públicas, pretende, com esse gesto, distorcer a verdade dos factos e tentar ganhar mais algum tempo na arte de iludir e de manter o povo refém à falsidade.
Nenhuma pessoa, em pleno uso da sua consciência e de cidadania, pode aceitar na monstruosidade de dizer que a estrada Maputo/Xai-Xai e outras reabilitadas tenham sido construídas com base nos fundos obtidos através dessas dívidas que emperram a nossa economia. Quando a ganância é tanta, perde-se a noção da arte de bem enganar. Para que uma mentira seja vista como verdade não é precisa que seja proferida por um indivíduo que ostente o título de doutor.
A Frelimo encarapuçou adornou o seu doutor, a ver se impressionava o auditório, mas, a máscara caiu porque da boca de Paúnde apenas saíram asneiras. Para que uma palestra seja electrizante não é obrigatório que o palestrante seja um catedrático, basta dizer a verdade. Lula da Silva, antigo dirigente do Brasil, quando proferiu uma palestra, no Centro de Conferência Joaquim Chissano, em Maputo, deixou todo o mundo estonteante e Lula da Silva tem, apenas, a quarta classe de escolaridade.
É um torneiro-mecânico que tanto aprendeu na vida. Samora Machel seria capaz de deixar a plateia em delírio, sem recorrer a falsos títulos académicos. Paúnde é uma figura conhecida da praça política moçambicana, não credenciais de bom gestor público nem político. A Comissão Política da Frelimo deveria pensar antes de expor o seu colega ao crivo social do nível universitário. Seria aceitável que fosse mentiras nas zonas rurais e semidesérticas onde as populações não têm tempo para ouvir rádio ou ver televisão.
Paúnde aceitou expôr-se ao ridículo por não compreender que o povo evoluiu, que não é o mesmo de 1975, aquele que corria atrás de uma caravana de políticos por uma capulana, uma camiseta e tomar um copo de sumo. Portanto, qualquer uma das mentiras que Paúnde andou a espalhar dizendo que o aeroorto de Nacala-Porto era produto das dívidas escondidas, só pode ser mesmo por falta de decoro. Púnde não capacidade capaz de falar para um auditório académico.
Ele pode ser um bom moço de recados como o provou enquanto secretário-geral da Frelimo, sob o comando de Armando Guebuza e ouvíamo-lo, vezes sem conta, a transmitir recados do seu chefe, mesmo de questões de entretimento. Paúnde talvez estivesse ao corrente do esquema montado por Guebuza para a criação das empresas fantasmas - EMATUM, PROINDICUS e MAM - que serviram para enganar bancos internacionais a fim de sacar fundos que comprometeram o futuro de toda a nação. Se este for o caso, Paúnde deve ser considerado co-autor da maior fraude económica que atirou o nosso futuro para o buraco.
Ele não é nenhum inocente no diz respeito à fraude que a nós todos nos deixou “lixados”. Eu esperava que o “Dr.” Paúnde fosse dizer ao auditório quem está a dificultar que a auditoria forense internacional seja feita para que os autores das dívidas ilegais – Armando Guebuza, Manuel Chang e Filipe Nyusi – sejam exemplarmente punidos e os dinheiros que eles aldrabaram à comunidade internacional sejam devolvidos ao país.
Paúnde ao invés de ajudar a esclarecer os contornos das dívidas inconstitucionais e escondidas, anda por aí embalado a tentar divertir o povo com mentiras descabidas a fim de salvar a pele dos autores da hecatombe económica para a qual um pequeno grupo de gananciosos sem medidas nos atirou. O povo quer atum na lata e os ladrões na cadeia.
 Ninguém pode enganar um povo para sempre. Este movimento popular não será barrado por blindados nem por cães de guerra e muito menos por armas especiais. Nem a violência dos esquadrões da morte será capaz de inibir que o povo venha a conhecer a verdade material dos factos.
É um movimento imparável da luta pela justiça social e igualdade de oportunidades.
Edwin Hounnou

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